Artigo Dom Wilson: Iniciativas missionárias

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Artigo Dom Wilson: Iniciativas missionárias

O mês de outubro é, tradicionalmente, dedicado às missões. Todo cristão é convidado a renovar o seu compromisso de contribuir com o trabalho missionário da Igreja. Nunca é demais recordar os padroeiros das missões. Santa Teresinha tinha o desejo de anunciar o Evangelhos nas cinco partes do mundo. Oferecia suas orações e sofrimentos pela obra dos missionários. E queria continuar o mesmo depois da morte. O mesmo espírito levou São Francisco Xavier a evangelizar os povos do oriente.

Nunca é demais lembrar que o espírito missionário se inspira naquele plano divino que trouxe Jesus ao mundo para salvar a humanidade. A razão de ser da Igreja consiste em prosseguir a obra reconciliadora de Cristo. Assim, a missão de Cristo é a missão do cristão. E muitas iniciativas foram desenvolvidas pela Igreja para tornar Cristo, conhecido e amado. São Paulo repetia: “ai de mim se não evangelizar”. Se este é o grande desejo de Deus, para o cristão se torna um compromisso. E Deus quer se fazer conhecer através da vida do cristão.

Ao longo dos séculos foram se desenvolvendo iniciativas missionárias que se tornaram parte da própria vitalidade da Igreja. Vamos recordar algumas, dos últimos séculos. Em meados do século XIX, Paulina Jaricot, uma leiga que vivia em Lyon, constitui uma associação onde cada membro devia rezar diariamente pelas missões e dar uma contribuição semanal para sustentar os missionários. O que era recolhido era enviado para os missionários no mundo todo. Logo esta iniciativa se espalhou para fora da França. Em 1922, o Papa Pio XI criou a Pontifícia Obra para a Propagação da Fé que permanece até hoje.

Carlos de Forbin Janson (1785- 1844) tinha um grande desejo de trabalhar na missão. Acabou tornando-se bispo e nunca chegou às terras de missão. Mas sempre procurou ser um apoio aos missionários. Ao ouvir relatos de crianças que eram abandonadas e mortas na China, teve a ideia de motivar as crianças a rezar por estas crianças e convidou-as a doarem uma pequena moeda que seria enviada para desenvolver obras em favor das crianças. Houve uma adesão muito grande. Surgiu assim a Santa Infância que nos nossos dias se tornou a Infância Missionária.

Outra grande dificuldade nas missões era a formação dos padres na própria missão. Atendendo aos pedidos do bispo de Nagasaki, Joana Bigard (1859- 1934) conseguiu mobilizar a sua comunidade a colaborar com este bispo. A iniciativa foi copiada em outras partes do mundo. Surgiu assim a Obra São Pedro, acolhida pela Propaganda Fide. Visa sustentar a formação dos futuros padres na missão.

No início do século XX houve um intenso movimento missionário. Os bispos da Europa incentivaram o movimento missionário pelo mundo. Na Itália os bispos fizeram um esforço para que os seminaristas que desejassem pudessem partir para a missão. Surgiu assim o PIME (Pontifício Instituto para as Missões Exteriores, que distribuiu missionários em muitos lugares do mundo. Somos convidados a fazer parte deste esforço missionário, que é a missão do próprio Cristo.

Artigo publicado na edição de outubro de 2020 do Jornal da Arquidiocese, página 2.

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