A história de Igreja nas Casas, nas bases, no chão da vida
para garantir a presença do Evangelho na vida do povo.
A prática dos grupos de famílias reunindo-se nas casas para refletir e rezar tem uma longa história na Igreja do Brasil. Nos anos 60, por influência do Concílio Vaticano II (1962-1965), passou-se a dar destaque à Bíblia.
Em nossa arquidiocese, sempre houve muitos grupos, motivados especialmente pela reza do terço na comunidade e por círculos bíblicos nas casas. São inspirados por diversos momentos ou eventos: Tempos litúrgicos; Campanha da Fraternidade; mês das vocações; semana da família; encontros de juventude; encontros das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs); pastoral política nos anos de eleições; vinda do Papa,
em 1991 e etc.
No final dos anos 80 muitas paróquias e comunidades que continuaram elaborando materiais e mantendo viva a chama dos Grupos de Reflexão permanentes, sobretudo com a prática das novenas de Natal e da Quaresma, com subsídios adquiridos fora da Arquidiocese.
Com a realização do Projeto de Evangelização “Rumo ao Novo Milênio”, proposto pela CNBB para os anos de 1996 a 2000, a Arquidiocese desenvolveu diversas atividades em vista da nova evangelização. Dentro daquele processo, decidiu-se retomar os Grupos de Reflexão como principal
instrumento de reanimação das comunidades e de evangelização inculturada no mundo urbano.
Para tal fim, foram elaborados roteiros específicos, contemplando
a temática de cada ano do Projeto “Rumo ao Novo Milênio”. O material teve grande acolhida por parte dos grupos, das lideranças e do clero. Esta aceitação contribuiu para reforçar e multiplicar os Grupos de Reflexão.
O Projeto “Ser Igreja no Novo Milênio” tinha como finalidade renovar a consciência da identidade e da missão da Igreja. Ele se voltava, em primeiro lugar, para a evangelização e, ao mesmo tempo, cuidava de manter viva e perseverante a fidelidade das comunidades eclesiais, trazendo presente o estilo de Igreja das primeiras comunidades cristãs, que se reuniam nas casas, como as de Áquila e Priscila, de Lídia e de Maria, mãe de João Marcos.
Em sintonia com a CNBB-Regional Sul IV, a Arquidiocese de Florianópolis vem aprovando e confirmando, desde 1999, em suas assembleias de pastoral, os Grupos de Reflexão e a Formação de Lideranças como prioridades de nossa Ação Evangelizadora.
Na Assembleia Arquidiocesana de Pastoral de 2005, para enfatizar a centralidade da Bíblia e o espírito de família dos grupos, foi proposta e aprovada a mudança do nome de Grupos de Reflexão para Grupos Bíblicos em Família, que foram escolhidos como prioridade da ação pastoral e evangelizadora da Arquidiocese, com um objetivo claro: fazer acontecer a Igreja nas casas, nas bases, no chão da vida; garantir a presença do Evangelho na vida do povo; favorecer ao povo católico a participação em um grupo de vivência da fé e do amor cristão: ajudar a pessoa a fazer a experiência do encontro com Jesus Cristo; promover uma aproximação cada vez mais explícita entre a Igreja de hoje e a Igreja das primeiras comunidades cristãs.
Três características marcam os Grupos Bíblicos em Família: oração, reflexão e ação. Esse tripé deve centrar-se na reflexão da Palavra de Deus feita comunitariamente, em família. É pela reflexão da Palavra de Deus e da realidade social que se consegue fazer com que a oração não seja desligada da vida, mas com-prometida na defesa da vida, nas causas e lutas do povo.
Para sustentar a caminhada dos Grupos Bíblicos em Família, em nossa Arquidiocese continuam sendo elaborados os roteiros de encontros, distribuídos em três livretos por ano: 1) Advento e Natal; 2) Quaresma,
Campanha da Fraternidade, Páscoa e Pentecostes; 3) Tempo Comum. O empenho pela permanência e dos Grupos Bíblicos em Família na Arquidiocese visa a fazer com que eles sejam sementes de um novo modo de ser Igreja, missionária, ministerial, servidora, acolhedora, alegre, profética…
Os grupos favorecem a formação e o fortalecimento de verdadeiras comunidades de fé e vida, base da grande comunidade paroquial. Para
a formação continuada dos animadores/as, temos o subsídio ‘Igreja nas Casas’, usado nos encontros de formação dos animadores e animadoras dos Grupos Bíblicos em Família, servindo para estudo e fonte de orientação para os que acompanham os grupos. Também no sustento da caminhada foi elaborado hino e a oração e a logomarca, com o tema e o lema dos Grupos
Bíblicos em Família.
Nesses pequenos grupos que se reúnem nas casas, a diversidade de dons e carismas revela a riqueza que o Espírito dá à Igreja. Por isso, acreditamos: Quanto mais Grupos Bíblicos em Família houver nas comunidades, mais a Igreja estará em nossas casas, mais pessoas estarão sendo atingidas e fortificadas pela ação do Espírito Santo! Pela graça do Espírito Santo, hoje em nossa Arquidiocese contamos com grupos em todas as paróquias, e neste ano 2020 celebramos o jubileu dos 50 anos de Igreja nas casas. (Fonte: Livreto “Igreja na Casas”).
Equipe arquidiocesana de redação dos GBF
Matéria publicada na edição de setembro de 2020 do Jornal da Arquidiocese, página 6.
Uma resposta
Sou coordenadora Paróquial do GBF da Paróquia São Francisco de Assis do Aririu em Palhoça