Festa da Divina Misericórdia – Por Pe. Rafael Aléx

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Festa da Divina Misericórdia – Por Pe. Rafael Aléx

 

icone divina misericordiaA relação dessa festa com o 2º Domingo Pascal começou na Polônia nos anos 90 e em 2000 foi expandida à Igreja universal. O privilegiar o dado objetivo, próprio da liturgia, ainda mais num tempo forte, neste caso, o pascal, leva a perguntar até que ponto foi correto relacionar a justa devoção, testemunhada por Santa Faustina, com uma liturgia específica. Devo dizer que devemos superar a simples devoção – não negar, mas ir além ou melhor embasar – a partir de elementos que estejam presentes na liturgia desse Domingo Pascal.

O 2º Domingo de Páscoa está relacionado com a iniciação cristã, a qual tinha e tem seu auge na Vigília Pascal. Com ele se conclui a Oitava de Páscoa. Durante os séculos, foi chamado Domingo post albas ou in albis, referindo-se então à veste branca batismal que era deposta no sábado da Oitava. Bem, isso é suficiente para entender que o tema batismal e iniciático é o tema de fundo.

Mas, cadê a misericórdia nesse Domingo? Demos atenção ao Sl 117 que se repete em todos os três anos, embora variando versículos. “Eterna é a sua misericórdia”, assim cantamos com o refrão e a primeira estrofe, o que serve de base para o início da coleta: “Ó Deus de eterna misericórdia”. O versículo 16ab especifica melhor: “A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou”. Sabemos bem quem é simbolizado pela mão ou o dedo de Deus. O Evangelho, sempre Jo 20,19-31, narra o famoso encontro entre o Ressuscitado e Tomé. No início, Jesus disse “Recebei o Espírito Santo” e a consequência é o perdão dos pecados.

Quanto a isso, são ilustrativas as fórmulas da Unção dos Enfermos e da Reconciliação: “pela sua infinita misericórdia, o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo”. E “Deus, Pai de misericórdia, que, pela morte e ressurreição de seu Filho, reconciliou o mundo consigo e enviou o Espírito Santo para remissão dos pecados”. Ou seja, a misericórdia do Pai encarnou-se, morreu e ressuscitou em Jesus Cristo. Ela é dinâmica! E este é o aspecto que devemos recuperar: o dom cristológico principal, o Espírito, que nos vem pela carne gloriosa de Cristo.

Por: Pe. Rafael Aléx Lima da Silva – Liturgista

Artigo publicado na edição de abril de 2016 do Jornal da Arquidiocese, página 08.

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