Cristãos leigos na Igreja e na sociedade – Por Dom Wilson

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Cristãos leigos na Igreja e na sociedade – Por Dom Wilson

Na Assembleia dos Bispos, em abril de 2016, foi aprovado o documento “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”. Este tema foi uma das novidades do Concílio Vaticano II pela forma como foi tratado. O leigo recebeu uma grande valorização como participante ativo na construção da Igreja. A seguir são apresentados alguns pensamentos sobre os leigos, a partir dos documentos da Igreja.

– Todos os batizados se revestem de igual dignidade e são incorporados à missão da Igreja. Como os membros da hierarquia, também os leigos são chamados a atuarem na Igreja e na sociedade. Os leigos apresentam o rosto da Igreja no mundo. A especificidade do leigo é sua atuação no mundo.

– O Concílio dedicará um documento sobre o apostolado do leigo (Apostolicam actuositatem). O documento sobre a Igreja no mundo (Gaudium et Spes) apresenta como temas típicos do laicato a família, o trabalho, a educação, a cultura, a política e economia. Há ainda o documento sobre a participação dos leigos na atividade missionária da Igreja (Ad Gentes).

– Em 1987 houve um Sínodo dos Bispos sobre os leigos. Daí surgiu “Christifideles Laici”. Aponta cinco critérios que marcam a eclesialidade da atividade dos leigos: a) primado da vocação à santidade; b) responsabilidade de professar a fé católica; c) testemunho de comunhão; d) participar no fim apostólico da Igreja; e) ser presença cristã na sociedade.

Os documentos da Igreja da América Latina fornecerão outros dados que permitem compreender o lugar e atuação dos leigos na Igreja.

Medellin apresentou as Comunidades Eclesiais de Base (CEB). Os animadores destas pequenas comunidades eram leigos.

Puebla falou de evangelização sob a perspectiva da comunhão e participação. Os lugares da comunhão e participação são a família, a CEB, a paróquia, a educação, a comunicação social, a política. O leigo é chamado a evangelizar todas as pessoas e ambientes.

Santo Domingo refletiu sobre inculturação do Evangelho. O leigo foi chamado a ser protagonista na nova evangelização. Esta lançava um olhar para dentro: a organização da Igreja, a família, os ministérios e a missionariedade. Também um olhar para fora: direitos humanos, ecologia, terra, trabalho, economia, democracia, cultura.

Aparecida convocou o leigo a ser discípulo missionário a serviço da vida plena. A missão de evangelizar se torna impossível sem a participação do leigo.

Por: Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo de Florianópolis

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