O assunto que está mobilizando as atenções do mundo todo é a Copa do Mundo de Futebol. Ela é a realização de um sonho do desportista francês Jules Rimet. Acreditava que o esporte poderia proporcionar uma ocasião de grande congraçamento entre os povos. Lançou, desta forma, o campeonato de futebol entre nações. O futebol revelou um poder de envolvimento tão grande que por um mês, o mundo se volta para a Rússia para acompanhar os jogos.
Dois elementos devem ser levados em consideração quando se fala do poder de atração do futebol. O primeiro é que o ser humano tem necessidade de brincar, de se divertir. Mas por outro lado, faz parte da vida humana o vencer desafios. Tem necessidade de superar os seus limites, de superar os adversários. Também é motivado a mostrar as suas habilidades e ser aplaudido. Desta forma vai construindo a sua identidade, encontrando um modo de afirmação e reconhecimento.
Xenofonte já dizia que é preciso brincar com seriedade. Na verdade, o jogo traz um objetivo consigo que é a busca da vitória. Quando se busca o jogo por outro objetivo, como ganhar dinheiro, corrompe-se o princípio da disputa. Não raro leva a justificar meios ilícitos para se conquistar a vitória.
O esporte se presta para educar o caráter da pessoa. A competição esportiva costuma mostrar o que há de melhor ou de pior do indivíduo. Aprender a perder é tão importante quanto vencer. Hoje se busca, através do dinheiro, compor equipes imbatíveis. Seus torcedores não admitem perder. Quando se chega a este ponto, o esporte, ao invés de unir, provoca divisões e violência.
Que a Copa do Mundo seja sempre festa de congraçamento!
Por Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
Artigo publicado na edição de julho de 2018 do Jornal da Arquidiocese, pág. 02.