Os Evangelhos mostram atitudes de algumas pessoas diante do Menino na manjedoura. Os anjos cantam “glória a Deus”, os pastores, encantados, foram ver o que acontecera, os magos vieram adorá-lo e trouxeram presentes. Todos sentiram uma grande alegria.

Neste Natal, também nós somos convidados a fazer uma visita ao presépio. Algumas atitudes podem ajudar a contemplar o mistério de Deus que se fez homem.

O silêncio – O essencial se vê com os olhos do coração, é difícil dizer com palavras. É afirmado verdadeiramente apenas com a vida. Ao olhar a manjedoura, a primeira reação é de surpresa diante do mistério de amor. Jesus entra no tempo dos homens para viver em comunhão com o ser humano. O espanto se torna encanto. Quem contempla o presépio é tomado pela mesma alegria dos pastores. Desenvolve a capacidade de perceber a presença de Cristo na pessoa dos necessitados. A contemplação desta realidade amorosa contagia a todos. No silêncio as vozes do ciúme, do ódio, da ganância, da malícia são substituídos por vozes de bondade, de alegria, de paz, de esperança. Fazer silêncio é a primeira atitude para quem quer entender o mistério do Natal.

Deus é luz – É uma imagem muito usada para falar do divino. Se Deus é luz, Ele é o que não se vê, mas faz ver. A luz não é para ser vista, é para iluminar todo o resto. Se vejo as coisas com aquele sentido escondido aos olhos comuns, é porque alguém me faz ver. Procuro Deus? Há duas maneiras de espalhar a luz: ser a vela ou o espelho que a reflete. Santo Agostinho diz que ter fé é acreditar no que não se vê e a recompensa dessa fé é ver aquilo em que se acredita.

Adoração – Bernanos, autor cristão, lembra que aceitar-se a si mesmo é uma grande graça, mas a graça de todas as graças é esquecer-se de si mesmo. Quem é capaz disso torna-se livre. Mas nenhum homem pode realizar isso. Só Deus pode realizar isso nas pessoas. Quando a proximidade de Deus deixa de ser importuna e impregna o seu ser, ele torna-se capaz de esquecer-se de si e viver para o outro. A adoração não se faz na mente, mas em todo o corpo. Ela exige sempre um gesto corporal. Diante do menino somos convidados a externar um gesto de adoração.

Por: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj

Artigo publicado na edição nº 207 de dezembro de 2014 do Jornal da Arquidiocese, página 02.

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