Cinquenta anos atrás, a 21 de novembro de 1964, o papa Paulo VI promulgava a Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja do Concílio Vaticano II (1962-1965). Para melhor compreender a Igreja como mistério de comunhão, o Concílio a apresenta como povo de Deus. Em sua igualdade fundamental, todos os membros da Igreja são agraciados pelo Espírito Santo com dons e carismas. O Espírito Santo “distribui graças especiais entre os fiéis de qualquer condição, distribuindo a cada um, conforme quer, os seus dons, com os quais os torna aptos e prontos para exercer as diversas obras e deveres que sejam úteis para a renovação e a maior edificação da Igreja” (LG 12).

Carismas e ministérios

Esses dons e carismas tornam-se ministérios e serviços. A Igreja reconhece que alguém tem determinado carisma, encaminha-o para alguma formação e qualificação e lhe concede um ministério. Enriquecida de carismas pelo Espírito Santo, a comunidade é também rica em ministérios. Além dos ministérios ordenados – dos bispos, padres e diáconos – são muito úteis e necessários os mais diversos ministérios não ordenados exercidos pelos leigos. O Documento 100 da CNBB, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, acrescenta: “Os ministérios leigos também refletem a dignidade de todos os batizados e a corresponsabilidade de todos os cristãos na comunidade. Para que as comunidades possam ser bem servidas e crescer na fé, é necessário estimular a participação de leigos nos diferentes ministérios e serviços” (nn. 306-307).

Carência e carisma

Deus não deixará faltar à sua Igreja aqueles dons e carismas que venham a se tornar ministérios necessários para a obra da evangelização. Portanto, se há alguma carência na comunidade, devemos crer que aí mesmo, na comunidade, o Espírito Santo estará despertando em alguém algum carisma que venha a suprir esta carência. Se há carências, haverá também carismas para cobri-las. Cabe aos responsáveis da comunidade detectar tanto as carências quanto os carismas. E com a diversidade de carismas dados pelo Espírito responder aos desafios da realidade.

Artigo publicado na edição de novembro, nº 206, do Jornal da Arquidiocese.

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