Como Maria, um sim a Deus e à Igreja

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Como Maria, um sim a Deus e à Igreja

Ser mãe é o grande papel de Maria Santíssima na vida da Igreja. A Igreja, como Jesus, nasce no seu ventre sagrado. “Cremos que a Santíssima Mãe de Deus, nova Eva, Mãe da Igreja, continua no céu sua função materna em relação aos membros de Cristo” (Catecismo da Igreja Católica, 975).

Maria tem uma atenção especial pelos padres. “Parece-me que se deve compreender que a peculiar relação de maternidade existente entre Maria e os presbíteros constitui a fonte primária, o motivo fundamental da predileção que nutre por cada um deles. Maria os prefere por duas razões: porque são mais similares a Jesus, amor supremo de seu coração; e porque também eles, como ela, estão comprometidos na missão de proclamar, testemunhar e dar a Cristo ao mundo” (Bento XVI, na Audiência Geral no Vaticano, no dia 12 de agosto de 2009, véspera da celebração da Solenidade da Assunção). Ao prosseguir a meditação, Bento XVI explicou que “a Mãe de Deus é o modelo perfeito para a existência dos sacerdotes. Pela própria identificação e conformação sacramental a Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, todo sacerdote pode e deve sentir-se verdadeiramente filho predileto desta altíssima e humildíssima Mãe”.

Neste mês dedicado à Maria, o Jornal da Arquidiocese foi ao encontro de alguns dos filhos prediletos desta mãe: padres que já serviram muito à Igreja  e a veem como mãe. Você, leitor, pode acompanhar alguns sacerdotes que, por questões de saúde e idade, estão sob cuidados especiais e exercem o ministério sacerdotal de forma diferente, porém não menos cheia de fé e amor à Igreja Mãe, que por tantos anos os acolheu e ainda os têm no ventre.

Dom Vito Schlickmann.
Nascimento: 28/12/1928
Naturalidade: São Ludgero (SC)
Ordenação presbiteral: 28/11/1954
Nomeação episcopal: 25/01/1995
Ordenação episcopal: 25/03/1995
Renúncia: 03/03/2004
Moradia: São José (SC)
Ofícios: Professor e reitor do seminário de Azambuja; reitor no então seminário de Antônio Carlos; professor do ITESC; presidente do Tribunal Eclesiástico; pároco da paróquia de Santa Teresinha, Brusque; pároco da Paróquia Santa Cruz, em São José; vigário geral da  Arquidiocese; bispo auxiliar da Arquidiocese. Desde março de 2004, é bispo auxiliar emérito da Arquidiocese.

Sacerdócio desde criança, paixão por Deus, pela Igreja e pela natureza

“Nunca me preocupei com idade, como até hoje não me preocupo, nem como vai ser o final da minha vida. Entrego tudo nas mãos de Deus. Mas considero uma graça ter chegado a 89 anos de idade e aos 63 anos de padre, e cada vez me sinto mais feliz”.

“Continuo fazendo o que posso, todo dia de manhã celebro missa aqui na Paróquia Santa Cruz, em São José, e ajudo onde me solicitam. É uma alegria enquanto posso! Nunca esperei e quis ser bispo. Mas aconteceu, aceitei e foi uma experiência muito boa, feliz para mim, e já se passaram 23 anos. Com muita alegria, louvo e agradeço a Deus por tudo isto, pela amizade que a gente tem por tantas pessoas”.

“Foi a Igreja que me acolheu como padre jovem, com muita bondade e carinho. Em toda parte fui muito bem acolhido em nome da Igreja e só posso agradecer”.

“Louvo e agradeço a Deus por ter nascido numa família tão cristã, católica. Minha mãe era uma santa mulher, ela queria ter um filho padre, era o sonho dela. Outro irmão foi ao seminário, mas desistiu. E meu sonho sempre foi ser padre, desde criança”.

“A grande paixão primeiramente é Cristo, a Igreja, o povo de Deus. Mas como pessoa, sempre tive a admiração pela natureza. Aqui na APAZ, deixei as orquídeas e fui para as bromélias. Depois me desfiz e retornei para as orquídeas. Passo horas do dia entre as orquídeas, lendo, escrevendo, diante do computador e em oração”.

Padre Albano José Köhler
Nascimento: 02/09/1924
Naturalidade: Canoinhas (SC)
Ordenação presbiteral: 25/11/1952
Moradia: Penha (SC)
Ofícios: Pároco ou vigário paroquial em 16 paróquias da Arquidiocese e da Diocese de Blumenau; professor no Seminário Nossa Senhora de Lourdes, Azambuja, Brusque; diretor e tesoureiro do Hospital Arquidiocesano de Azambuja; presidente e ecônomo do Seminário Menor Metropolitano e procurador dos bens da Mitra Metropolitana de Florianópolis. Reside desde 2003 em Penha, onde auxilia nos serviços pastorais da Paróquia Nossa Senhora da Penha, que pertence à Diocese de Blumenau. É o padre mais idoso da Arquidiocese.

Sacrifício e renúncia para o sacerdócio

“Na família somos 13 irmãos e uma adotiva. Destes, são dois padres e uma religiosa. Atualmente não tenho mais compromisso com paróquia. Mas aqui em Penha ajudo o pároco com missas, confissões, batizados e visitas aos doentes”.

“Dos padres vivos, sou o padre mais idoso da Arquidiocese. Minha mãe me questionava muitas vezes se eu não queria ser padre. Não é que não queria ser, mas achava que padre caía do céu, era estranho para mim”.

“Nunca pensei em chegar nesta idade. É uma graça de Deus e sempre agradeço por mais um dia. Agora estou nas mãos de Deus”.

“Rezo o rosário inteiro todo dia, leio bastante e faço minha oração diária com a Liturgia das Horas”.

“A mensagem que deixo para os jovens que pensam em entrar para o seminário é ânimo e coragem. Essa missão de sacerdote exige sacrifício e renúncia, mas quem está disposto a aceitar deve se habilitar”.

“A Igreja Católica sempre valorizou muito Nossa Senhora. Muitos conservam a fé em razão da mãe de Jesus e nossa mãe. O valor de Nossa Senhora para nós católicos é muito importante”.

Padre Egídio Alberto Bertotti
Nascimento: 08/11/1927
Naturalidade: Nova Trento (SC)
Ordenação presbiteral: 08/12/1959
Moradia: Nova Trento (SC)
Ofícios: Professor em colégio jesuítas; pároco ou vigário paroquial em paróquias dos três estados do Sul. Desde 2010 está em Nova Trento, para tratamento de saúde. É colunista de um jornal daquele município.

Cuidado com o irmão, família, retiro espiritual

“Trabalhávamos na roça, era uma vida simples, com trabalho e oração em família. Não havia televisão e nem luz elétrica. Tudo isso favorecia a unidade da família. Um dia, os três irmãos partimos para a vocação consagrada. Primeiro fui eu, depois o Pe. Luiz e a minha irmã religiosa (ambos falecidos).

“Trabalhei junto com meu irmão, Pe. Luiz, durante 46 anos. Cuidei dele até o fim da sua vida, quando partiu no dia da Assunção de Nossa Senhora, em 2016”.

“A Igreja é minha segunda família. Antigamente, era um mundo em que as vocações nasciam ao natural. Hoje é preciso rezar pelas vocações, porque sem a oração, a gente não se consegue nada na vida espiritual”.

“Assisto os canais católicos, a missa, e vejo o noticiário da Igreja. Leio muito e sou colunista do Jornal do Vale. Quando se chega aos 90 anos, vamos para uma espécie de um retiro espiritual. Pela própria natureza, a gente está em condições de se retirar um pouco, devido à fragilidade da saúde. Nunca pensei em chegar aos 90 anos. Só posso agradecer a Deus por ter chegado a essa idade. E outro fato importante para agradecer, por toda parte que trabalhei com meu irmão padre, sempre me dei bem com ele. Depois agradeço a comunidade que me aceitou, sinto-me feliz e amado. Porque como se diz, sem amor não se vive. Tudo isso me ajudou a ser sacerdote”.

Padre João Cardoso
Nascimento: 16/05/1925
Naturalidade: Brusque (SC)
Ordenação presbiteral: 06/12/1959
Moradia: São José (SC)
Ofícios: Diretor espiritual da Legião de Maria; coadjutor, vigário paroquial ou pároco em paróquias da Capital.  Desde 2016 reside na Orionópolis Catarinense, bairro Ponta de Baixo, São José.

Simplicidade, amor à Eucaristia e à Maria

“Eu venho de família pobre, humilde. Servi um pouco no quartel, fui tecelão em Brusque e saí da fábrica aos 22 anos de idade. Dançando um dia – eu gostava muito de dançar – me senti tocado por uma graça, deixei a fábrica, procurei um seminário e entrei, estudei 13 anos. Aos 33 anos de idade levei o convite da minha ordenação sacerdotal para todos da fábrica em que trabalhava”.

“Amo a minha Igreja e sou muito contente por ser padre. A vocação é um mistério. Quem pede de nós é o próprio Deus. A pessoa que quer ser padre, primeiramente tem que amar a Jesus na Eucaristia, depois amar a Igreja que é nossa mãe, amar a Nossa Senhora que é nossa mãe. Sou padre há 58 anos, rezo bastante e agradeço muito a Deus por ser a pessoa que sou”.

“Minha maior alegria como padre é de amar a Jesus na Eucaristia e de amar Maria como mãe. Eu acho que sou padre, porque desde criança sigo os caminhos de Nossa Senhora e nunca a larguei. Mas minha alegria também é fazer o bem para as pessoas”.

“Hoje rezo de cinco a seis terços por dia e concelebro a missa aos domingos aqui na Orionópolis, como o Pe. Maneca (José Manuel dos Santos)”.

Padre Olívio Guesser
Nascimento em: 12/01/1935
Naturalidade: Rachadel, município de Antônio Carlos (SC)
Ordenação presbiteral: 13/12/1964
Moradia: Florianópolis (SC)
Ofícios: Coadjutor em paróquias de Tijucas e Ilhota; pároco em Canelinha e Bom Retiro; Vigário Cooperador da Paróquia de Tijucas. Desde 2010 está em tratamento de saúde.

 Oração, juventude, família, São José

 “Minha mãe morreu aos 86 anos, quando eu tinha 25 anos de padre. Toda noite rezávamos o terço em casa. A Igreja é minha mãe”.

“Gosto do Papa Francisco que diz: vão para fora. Igreja em saída. Ternura. Ele diz que quem gosta de Jesus, não fica velho”.

“Rezo demais. Sem oração, não tem alegria”.

“Jesus ressuscitou. Ele é tudo em todas as coisas no mundo. Deus criador, ele que mandou o Filho para nós”.

“O jovem hoje tem que cair dentro de si, olhar para seu interior e perseverar”.

“A família hoje perdeu o valor. João Paulo II dizia que sem família não tem nada”.

“Gosto de São José, ele entrou na história de Maria e de Jesus. São José era tudo lá em casa. É o patrono da Igreja. Gosto também de São Judas Tadeu”.

“Felicidade, misericórdia, paciência, compreensão entre vocês. Eu quero pedir a bênção, proteção e misericórdia para todos”.

Monsenhor Agostinho Staehelin
Nascimento: 09/09/1924
Naturalidade: São Pedro de Alcântara (SC)
Ordenação presbiteral: 25/11/1952
Moradia: São José (SC)

Monsenhor Agostinho faleceu no dia 20 de maio de 2018. Nasceu no dia 09 de setembro de 1924, em São Pedro de Alcântara, exerceu com zelo, dedicação e doação seu ministério sacerdotal em nossa Arquidiocese durante 66 anos. Serviu a Deus e à Igreja, sendo presença viva do Cristo Sacerdote, Profeta e Pastor como Capelão do Hospital de Caridade, Coordenador da Associação Mensageiros do Evangelho – AME e responsável pela Missa na TV, Reitor do Seminário Propedêutico, Diretor Espiritual do Conselho Nacional do Movimento de Irmãos, e Pároco, Vigário e Coadjutor em diversas Paróquias: Catedral Metropolitana – Florianópolis, São João Batista – Itajaí, Nossa Senhora de Fátima e Santa Teresinha do Menino Jesus – Estreito – Florianópolis, São Judas Tadeu – São José, Sagrados Corações – Barreiros – São José, Santa Cruz – Barreiros – São José, São Pedro de Alcântara.

Observação: Na produção desta matéria, Mons. Agostinho se encontrava hospitalizado e impossibilitado de falar.

Matéria publicada na edição de maio de 2018, do Jornal da Arquidiocese, págs. 06 e 07. 

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