Biomas brasileiros e defesa da vida – Por Dom Wilson

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Biomas brasileiros e defesa da vida – Por Dom Wilson

O tema da Campanha da Fraternidade de 2017 faz recordar o texto de Gn 2,15: “o Senhor tomou o homem e o colocou no Jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo”. Três elementos mostram o jardim bem cuidado. Fornece ao homem seus alimentos, proporciona o encontro com Deus e favorece o cultivo do bom relacionamento com o outro.

A Laudato Sì, Encíclica do Papa Francisco sobre a ecologia, mostra que o ser humano nem sempre cuidou bem do mundo em que vive. Em muitos lugares o solo está virando deserto, várias espécies de árvores e animais estão desaparecendo, o ar e os rios estão cada vez mais poluídos. Além disso, o ser humano tem se esquecido de Deus e vive frequentemente em guerra.

Bioma é um espaço geográfico que partilha das mesmas características físicas, biológicas, climáticas. Nele existe um grande número de plantas e animais. O importante no bioma é que cada espécie viva depende da outra para se desenvolver. Quando algumas espécies são ameaçadas, o equilíbrio das demais é afetado. Os biomas oferecem, como vemos, condições para a manutenção de todas as espécies de vida e interferem na dinâmica climática da região.

Geralmente se fala de seis biomas brasileiros. A Amazônia que ocupa quase 50% do território brasileiro; o Cerrado, 24%; a Mata Atlântica, 13%; a Caatinga, 10%; o Pantanal, 2%; o Pampa, 2%. Para muitos, as restingas e manguezais formariam também um bioma.

O bioma da Mata Atlântica é a faixa litorânea que se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. É o bioma que sentiu mais intensamente a ação humana. Mais de 70% da população brasileira vive neste bioma. São mais de 3 mil municípios. Boa parte das principais cidades do Brasil localizam-se aí. Por estas razões, muitas espécies vegetais e animais estão ameaçadas de extinção. E os rios estão muito assoreados e poluídos.

O ser humano tem o direito de buscar o seu sustento nos recursos naturais. Mas é preciso encontrar maneiras de manter e proteger as características naturais da região. O direito de posse não é absoluto. O que faço na minha propriedade deve favorecer o conjunto das vidas da região: humanas, vegetais e animais.

Por: Arcebispo de Florianópolis – Dom Wilson Tadeu Jönck, scj

Artigo publicado na edição de março/2017, nº 232, do Jornal da Arquidiocese

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