A dimensão erótica do amor – Por Pe. Vitor Feller

>
>
A dimensão erótica do amor – Por Pe. Vitor Feller

Na exortação Amoris Laetitia sobre a alegria do amor no casamento e na família, o papa Francisco fala também da vida sexual dos esposos. “Deus criou a sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas” (AL, 150). A Igreja não nega o valor do sexo humano nem o entende como se servisse apenas para a procriação.

O SEXO COMO DOM

Sendo dom, a sexualidade precisa ser orientada para o verdadeiro amor. A educação das paixões e dos instintos sexuais não prejudica nem diminui a espontaneidade do amor sexual. Ao contrário, leva à plena e madura espontaneidade das relações. Ajuda o casal a aprender o significado dos próprios corpos e viver a beleza da união dos corpos. A vida sexual não é um recurso para entretenimento, mas “trata-se de uma linguagem interpessoal onde o outro é tomado a sério, com o seu valor sagrado e inviolável” (AL, 151). Muitos pensam que a Igreja vê o sexo como um mal permitido ou um peso tolerável para o bem da família. Na verdade, ela o vê como expressão do dom de um para o outro e do dom de Deus para a felicidade dos dois.

A VIOLÊNCIA DO SEXO

Ao falar positivamente da sexualidade, não se pode fugir da realidade. “Muitas vezes a sexualidade se despersonaliza e se enche de patologias, (…) torna-se instrumento de afirmação do próprio eu e de satisfação egoísta dos próprios desejos e instintos” (AL, 153). Quanta manipulação e violência, quanto egoísmo e abuso, quanta perversão e prepotência nas relações sexuais vividas no espírito venenoso do descarte, do “usa e joga fora”, da distorção do significado da sexualidade! Isso pode acontecer até dentro do casamento. Por isso, é necessário cuidar para que toda relação sexual corresponda à vontade de Deus e seja vivida de modo autenticamente humano.

FIDELIDADE, RESPEITO E SOLICITUDE

No campo da sexualidade, o homem e a mulher são ameaçados pela insaciabilidade. Forçam-se relações de domínio e submissão, com “o risco de pretender apagar as diferenças e a distância inevitável entre os dois” (AL, 155), um querendo dominar e usar o outro. A lógica cristã do amor e da sexualidade passa pela superação do egoísmo, pela recíproca submissão e pela mútua disponibilidade. Fidelidade, respeito e solicitude… é o que faz um casal viver o sexo segundo o agrado de Deus.

Publicado na edição de agosto/2017, nº 237, do Jornal da Arquidiocese.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PODCAST: UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA