Paróquia Santíssimo Sacramento
Forania Itajaí
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Segunda a sexta-feira: das 8h às 12h e das 14h às 18h
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Comunidades

Sobre a Paróquia

(Criada a 12 de agosto de 1833)

CNPJ 83.932.343/0022-46

 

Pároco: Pe. Eder Claudio Celva
Diáconos:
Eliomar Vitti, Fábio Soares Rocha, João Gonçalves, Julio Kumm Filho, Vanderlei Smaniotto e Victor Cadore

Secretárias: Greice Regina Damásio

Facebook:  Paróquia Santíssimo Sacramento Itajaí
Instagram: @paroquiasantissimoitajai

 

Comunidades

Padroeiro(a)                                                                                                    Localidade                           Criação

 1    Matriz: Santíssimo Sacramento                                                 Centro                                    1955

 2    Nossa Senhora da Conceição                                                       Centro                                   1824

3    Nossa Senhora da Paz                                                                      Vila Operária                      1927

 

HISTORICO

Criada em 12 de Agosto de 1833

Por Pe. Eder Claudio Celva

Paróquia Santíssimo Sacramento, uma pequena apresentação

Para mim, como pároco, é uma grande alegria poder escrever algo desta minha e nossa paróquia. Já sinto-me totalmente adotado por minha paróquia e membro da estimada comuna itajaiense.

Uma paróquia é muito mais que um território determinado com fiéis que professam a fé católica, cujo símbolo de tal profissão está nos templos que a compõem. A vivência eclesial uniu e organizou as pessoas. O estabelecimento do curato — 1824 — da paróquia — 1833 — formam elementos decisivos para a cidade de Itajaí também civilmente. As paróquias foram os primeiros estabelecimentos que tiveram função governamental e religiosa in loco e na vida concreta das pessoas. Foram as primeiras câmaras civis com instituição jurídica, os primeiros cartórios, os primeiros cemitérios, a casa de todos.  Portanto, a história da Igreja Católica em Itajaí traz referimento obrigatório ao coração desta cidade, à sua gênese, à sua fundação, constituição e acompanhamento vivencial simbiótico. Coração com dois ventrículos hoje arquitetonicamente simbolizados: A Matriz antiga, o marco zero de nossa cidade, a matriz atual, a edificação que mais expressa a índole naquilo que há de melhor em nossa gente. É ainda mais. É a História de um povo naquilo que tem de mais precioso, sua dimensão transcendental.

As paróquias são casas educadoras, de todos. Em volta de templos, catedrais, conventos, mosteiros, capelinhas, a sociedade se organizou. Quando nada havia, elas foram radicalmente o lugar de todos, onde a pessoa passa a ser alguém, sentir-se membro. Há nela riqueza: celebração, ensino, horas de convívio, partilha de vida, de bens, de potencialidades, onde cada pessoa é uma riqueza para enriquecer a comunidade. Nela entendemos o valor da paroquialidade, da diocesaneidade, da eclesialidade, do bem comum, da salvação operada por Cristo. E isso há de ser sempre a maior fonte de esperança para todos.

As paróquias são casas sempre abertas. Quem salvou a Igreja de ser uma seita foram as paróquias espalhadas nos diversos rincões; sanearam afinidades! Pode-se dizer que, se o mesmo sino chama a todos, o mesmo recinto acolhe a todos e no mesmo banco, lado a lado, estão o miserável e o ricaço, o santo e o pecador, nós todos.

Sermos paróquia hoje, neste tempo que é o melhor, porque é o único possível, é de fato saber que nossa missão é intervir, transformar a realidade com o Evangelho da salvação, vivido, celebrado, concretizado em nossos corações, como se fôssemos paróquias ambulantes, partes de um todo comum, como as paróquias o são compondo as realidades diocesanas à plenitude da Igreja de Cristo enquanto peregrina. Ser cidadão-paróquia é intervir, interagir, manter, modificar a composição da realidade, nas possibilidades e capacidades melhores.

A Matriz Santíssimo Sacramento, já goza de atração natural, por sua história, por sua localização e beleza; oásis de almas sedentas. É entendida como a igreja de toda a cidade; seu povo passa por suas portas… Suas paredes impregnaram-se de certa forma de cada vida que penetraram seus limiares; são vidas que transcendem os limites da existência, tocam o próprio Deus que resolveu montar sua tenda entre nós.

 

Os três templos de nossa Paróquia

1. Igreja Matriz antiga: Imaculada Conceição

Eis o local onde nossa cidade nasceu, foi batizada e, em seu entorno cresceu; a Itajaí de hoje! Da cidade atual podemos dizer que ela teve origem na fundação de um póvoa que foi amalgamada por muita gente de muitos modos a partir do final do século XVIII.

A História da Igreja Católica em Itajaí tem sua gênese institucional em 1815, quando Santa Catarina recebeu a primeira Visita Pastoral. Vinha do Rio de Janeiro, o bispo dom José Caetano da Silva Coutinho, e também esteve em Itajaí.[1] A visita de 1815, ocasião da permissão para construírem a igreja de Itajaí. Contudo, faltava certamente alguém com natural liderança e boa vontade para saber levar as costumeiras contradições de coisas comunitárias. A ideia só foi concretizada a partir de 1822, com uma doação. O terreno para a construção da capela foi doado por um casal, morador antigo da margem esquerda do Itajaí, José Coelho e sua mulher.[2]

Em 2 de fevereiro de 1824, a capela do Santíssimo é inaugurada com a celebração da primeira missa. Contíguo ao templo de taipa, logo atrás, delimitou-se área para o cemitério.[3] Em 31 de março de 1824, a capela foi elevada à condição de Curato. Assim, um franciscano, frei Pedro Antônio de Agote desembarcou…[4] Planta-se aqui a semente da nossa atual cidade. O nosso certificado de existência legal e autônoma dentro de um territorial delimitado.

Em 12 de agosto de 1833, o Curato foi elevado à condição de paróquia. A póvoa crescia, mas a igreja estava sempre precisando de reparos. A contar de 1843, uma luta incisiva para o levante de igreja nova, a mesma que resultará na igreja de hoje. Trabalhou-se, discutiu-se. Os anos passavam e com lentidão ia sendo construída. Era de alvenaria autoportante constituída essencialmente de pedras, rebocadas. Com o passar dos anos ela transformou-se uma igreja sólida, bonita e referencial. No limiar do século XIX para o XX, a edificação ganhou as feições atuais. Aumentou-se as naves laterais, duplicando-lhe a volumetria pelos vãos abertos das paredes do templo primitivo.

A atual igreja é tida como de arquitetura eclética, é, pois, o resultado de várias metamorfoses das mais variadas intervenções que recebeu. Visando justa preservação, a antiga matriz foi tombada pelo patrimônio histórico do Estado em 25 de junho de 1998 e, pelo Município, em 26 de junho de 2006.

Carinhosamente é a “igrejinha da Imaculada”. A titulação dada é simpática e correta. Está, contudo, obrigada a carregar consigo certos esclarecimentos. Foi definido logo depois na inauguração da matriz atual, pois em 1959, começou-se ainda a reforma na matriz velha que deverá estar terminada até junho do próximo ano e passa então a chamar-se: ‘igreja da Imaculada Conceição’, conforme entendimento havido com o Sr. Arcebispo Metropolitano.[5] Então, a partir de 1960: igreja Imaculada Conceição!

 

2. Igreja Nossa Senhora da Paz – Vila Operária

 O desejo de uma capela nesta parte de Itajaí nasceu nos primeiros anos da década de 1920, juntamente com a criação de um novo centro habitacional, Vila Operária. É a segunda igreja no perímetro urbano de Itajaí. Uma nova igreja no perímetro urbano era uma necessidade. Recordando que a matriz não comportava mais o número de fiéis. Era inclusive a oportunidade de novo horário de missa dominical para o centro da cidade.

A 29 de dezembro de 1925, há o documento de doação de terreno pela Construtora Catarinense Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Ltda.[6] Encomenda-se a planta ao arquiteto Jayme Bento da Silva, engenheiro das Escolas Internacionais dos Estados Unidos.[7]

A 7 de fevereiro de 1926, foi lançada a pedra fundamental, depois da missa campal no local, com participação de cerca de 3.000 pessoas.[8] A missa foi presidida pelo itajaiense Pe. José Rodi-SJ, com a presença de Pe. Paulo Condla e, pregador o pároco de Blumenau, frei Daniel Hostin. Depois a missa campal, a bênção da pedra e sua colocação no canteiro. As festividades foram por toda tarde realizadas no edifício da fábrica de tecidos dos senhores Azevedo e Petermann. Este memorável dia foi a primeira ocasião de união comunitária no loteamento recém-iniciado.

A obra foi dirigida pelo construtor Primo Uller. Passou para o culto público pelo ano de 1930. Em 1932, a 9 de maio, dom Joaquim, o arcebispo, estando em Itajaí, fez a bênção do templo.

Trabalhos e rumos… Seria a capela da Vila uma igreja Matriz para uma nova paróquia em Itajaí! Assim, também o entusiasmo de uma construção nova. Em 30 de abril de 1972, a bênção da Pedra fundamental da igreja que hoje vemos. Em 26 de agosto início das obras. Na festa de maio de 1973, a primeira missa dentro da igreja em construção. A nova igreja foi inaugurada por dom Afonso no dia 9 de novembro de 1975.

 

3. Igreja Matriz Santíssimo Sacramento

O plano de uma nova Igreja Matriz para a paróquia vem de 1905. Será a obra que estará no coração dos itajaienses por meio século, pois a Matriz Santíssimo somente será inaugurada em 15 de novembro de 1955. Os trabalhos precedentes não resultaram em construção.

Finalmente, em 1938, uma planta foi encomendada pelo pároco, Pe. José Locks, junto ao arquiteto alemão Simão Gramlich. Sendo a planta muito discutida pelos elevados custos, a Cúria aprovou projeto de outro arquiteto, mais simples. Mas ao final, a planta de Gramlich é a eleita pela Comissão de Obras.

Depois de toda a preparação de materiais e finanças, o primeiro trabalho no canteiro de obras aconteceu em 19 de fevereiro de 1941. Toda esta primeira fase irá acontecer durante a Segunda Guerra; com ritmos diferentes a construção seguirá.

Em 1947, novo pároco assume Pe. Vendelino Hobold, que seguirá cuidando da construção até sua conclusão, na dedicação do templo, em 15 de novembro de 1956. Em 29 de novembro de 1947, tem início a sua utilização para o culto litúrgico.

Estilo eclético, rebuscado, imponente. Quem olha a matriz logo percebe que a construção extrapolava possibilidades rasas: arcos, ogivais, balaustradas, arabescos, gárgulas, relógio artístico, frisos, molduras, pilastras, coruchéus, rosácea, sacadas, merlões, colunatas, torreões, elevados piramidais, carrilhão, relógio, vitrais… O grande telhado totalmente embutido com corpo da igreja. As laterais com fachadas semi-frontais, inclusive com torres mais baixas das frontais com cúpula abobadal, diferentes das frontais que são cônicas. Isso só para falar da percepção exterior.  As características são elementos ecléticos de um conjunto harmonioso com dimensões estruturais superlativas. Em Santa Catarina crê-se ser a primeira igreja que ele projetou com tal monumentalidade.

Traz obras de seis artistas, três alemães e três italianos. Simão Gramlich – arquiteto, Martin Obermeyer – vitralista, Erwin Teichmann – escultor.  Os iconógrafos da arte pictórica: Emílio Sessa, Aldo Locatelli, e Attílio Pisoni.

A nossa matriz é muito amada por sua beleza arquitetônica, artística, ainda por sua importância histórica para toda a cidade. Até mesmo visitantes desatentos dela não sairão sem a constatação de impacto. “Esta é a Casa de Deus e porta do Céu”, — na feliz expressão de dom Joaquim quando da inauguração — que somos chamados a conhecer, amar e preservar.

Desde então, Itajaí não deixa de citar a Igreja Matriz Santíssimo Sacramento como a síntese da alma de sua gente, numa obra de distinção sem precedentes.

 

[1] PIAZZA, Walter. F. A Igreja em santa Catarina. Notas para sua História. Editora IOESC. Florianópolis – SC. 1977. p.90.

[2] SILVA, José Ferreira da. História de Blumenau. Editora Edeme. Florianópolis. 1971. p.19.

[3] Deve ter sido desativado em algum ano da década de 1870.

[4] SCHMITT, frei Elzeário. São Pedro Apóstolo de Gaspar. 158 anos. Nas Malhas da História. Edição do autor. Gráfica Odorizzi. Blumenau 2008. p.26.

[5] Grifo do autor. Livro Tombo n. II. 81. Arquivo Paroquial.

[6] Livro do Inventário. Arquivo Paroquial.

[7] Jornal O Pharol, Itajaí, 06/02/1926. Arquivo Paroquial.

[8] Jornal O Pharol, Itajaí, 13/02/1926. Arquivo Paroquial.