Paróquia Santa Teresinha
Forania Brusque
Rua Santos Dumont, 1488 – Santa Teresinha – 88352-202 – Brusque/SC
Segunda: das 14h às 18hTerça a sexta: das 8h às 12h e das 14h às 18hSábado: das 8h às 11h30
(47) 3350-0301

Comunidades

Sobre a Paróquia

(Criada a 13 de janeiro de 1974)

CNPJ 83.932.343/0045-32

Pároco: Pe. Anderson Moacir Ramos
Diácono: Luiz Sérgio Tambosi / Valdecir Pavesi
Secretárias: Denisi Weber e Natiele Santana Maurici

Facebook: Paróquia Santa Teresinha – Brusque SC
Instagram: https://www.instagram.com/paroquiaste/
Site: www.paroquiasantateresinhasc.com.br

 

Comunidades

Padroeiro(a)                                                                                               Localidade                                                Criação

1 Matriz: Santa Teresinha                                                                Santa Teresinha                                       1941

2 Nossa Senhora da Natividade                                                     Limeira Alta                                             1880

3 São Sebastião                                                                                      Limoeiro                                                   1918

4 Nossa Senhora Aparecida                                                            Limeira Baixa                                           1976

5 Nossa Senhora da Imaculada Conceição                              Planalto                                                      1996

6 São Pedro                                                                                             Ribeirão Tavares                                      1999

7 Santa Catarina de Alexandria                                                     Nova Brasília                                            2004

8 São Francisco de Assis                                                                   Ema II                                                       2006

9 São João Paulo II                                                                          Lot. Cyro Gevaerd                                       2011

10 Nossa Senhora do Perpétuo Socorro                                    Limoeiro                                                   2013

11 São José                                                                                                Boêmia                                                    2016

12 São Luís e Santa Zélia                                                              Jardim Azaleia                                           2018

 

HISTORICO

Criada em 13 de Janeiro de 1974 

Por Pe. Eder Claudio Celva, do livro “Pe. Guilherme Kleine, amigo de Brusque” (trecho editado pelo autor). 

Azambuja nasceu de um assentamento de imigrantes lavradores. As obras, à medida que se desenvolviam, sempre foram acompanhadas de atividades agropecuárias que pudessem auxiliar na manutenção.

Inicialmente as roças estavam nas cercanias do próprio vale. Ali se comprou propriedades, se plantou, fez-se agropecuária. Os tempos foram exigindo uma atividade agropastoril mais intensa. No vale de Azambuja não era mais viável escalonar crescimento nesse sentido. Para tanto se comprou outras terras na Limeira, estrada Brusque-Itajaí. Essa compra foi realizada em 1928, de Leopoldo Fischer. A Irmã Servanda era superiora da comunidade religiosa coordenando os trabalhos do hospital, o Pe. Jaime de Barros Câmara, o reitor do Seminário e o padre Antônio Condlick, seu procurador.

A chácara era colonial, ou seja, era a moradia familiar do antigo proprietário. Foi paga com bons sacrifícios e em várias prestações. Criava algumas reses, tinha uma casa de alvenaria bem antiga, além de duas casas de madeira e uma pequena olaria. Era tudo de que Azambuja precisava naquela fase! A Irmã Servanda e o padre Antônio Condlick foram os primeiros a assumir os trabalhos práticos no local.

Em meados de dezembro de 1931, a Irmã e o padre encarregado pela obra decidiram pela reforma da velha casa, onde estava anexo um oratório dedicado a Santa Teresinha. Pela crônica da chácara, uma capelinha já existia, certamente como oratório, mas presume-se que foi demolida com a casa do antigo proprietário. A construção estava quase ruindo. Construiu-se então, uma residência espaçosa para abrigar uma comunidade de Irmãs e empregadas, inclusive criando espaço para as visitas dos seminaristas em passeio. Foi construída uma sacristia e um quarto para o capelão. Uma foto no primeiro Diário do Reitor do seminário mostra a bela igreja de Santa Teresinha da casa nova. Seu mobiliário litúrgico foi reaproveitado da primitiva capela de Azambuja, demolida em 1927 para dar lugar à atual gruta.[1] Outro fato interessante é que o local se prestava, certamente há boas décadas, à criação de gado e lavoura. Devido a constantes pragas, era costume fazer promessas e invocar a intercessão dos santos. Comumente invocado contra a peste era São Roque, ao qual lhe fora dedicado um oratório pelos antigos. Construído à beira da antiga estrada geral, na entrada de acesso para a sede da chácara. A residência e a capela de Santa Teresinha foram inauguradas em 6 de março de 1932, com uma procissão do oratório de São Roque.

Com a aquisição da propriedade por Azambuja, os padres e religiosas iniciaram ali um proveitoso atendimento pastoral.  A capela Santa Teresinha – particular da residência, logo começou a ser do povo. Missas, confissões, momentos devocionais, catequese, primeiras comunhões das crianças e até crismas se deram na capela. Festas externas também passaram a ser realizadas em agosto e outubro, na comemoração dos padroeiros São Roque e Santa Teresinha. Logo as crianças foram reunidas para a catequese. No mês de maio de 1932 houve a primeira comunhão das crianças da catequese. Ninguém ainda imaginaria que o orago da chácara, pelo seu movimento religioso sempre crescente, emprestaria o nome ao bairro, atualmente o progressista e populoso Santa Teresinha. Seria no futuro sede paroquial.

As pastagens foram limpas, cercadas e ampliadas. Por vezes os animais e lavouras foram atacados por pragas tão avassaladoras que, em determinadas assolações, as pastagens estavam com as porteiras abertas e com muita terra revolvida, pelo enterramento de plantéis inteiros. Continuou-se com fé e trabalho…

A propriedade de Azambuja na localidade de Limeira – estrada Brusque-Itajaí – foi, aos poucos, se transformando em área produtiva, e tudo o que lá se produzia era transportado diariamente de carroça até Azambuja, dividindo os gêneros para todas as instituições. Os primeiros responsáveis pela chácara foram a Irmã Servanda e o Padre Condlick, que passaram seus cargos aos sucessores, Irmã Fridolina e Padre Inácio Orth, em 1932.

Uma comunidade de Irmãs passou a morar na chácara a partir de 1º de janeiro de 1933. Eram as religiosas Fridolina (superiora), Gerburga, Edinburga e Fidélia. A comunidade vai ganhando admirável vida pastoral. O Reitor do Seminário, Pe. Jaime registrou no seu diário: “É admirável o progresso religioso nos arredores da Chácara. Mais de 150 crianças frequentam a catequese; confissão, assistência à missa, respeito na capela, interesse pela Propaganda da Fé”.[2]

No dia 27 de agosto de 1936, as Irmãs deixaram a chácara. Voltaram para Azambuja que passou a ser administrada pela família de Francisco Kestering. Quando a família Kestering se retirou em 1944, as Irmãs novamente voltaram a coordenar os serviços práticos. A superiora das Irmãs em Azambuja, Irmã Servanda, que muito lutou pela chácara, vendo suas forças declinarem nos últimos anos, passou a morar no local, continuando na condição de superiora; as religiosas pedem um padre capelão residente. Dom Joaquim o encontra na pessoa do padre Augusto Schwirling.[3] Neste ano de 1945, outros terrenos confrontantes foram adquiridos. Neles, mais tarde, Pe. Kleine iniciou o cultivo de arroz.

A chácara acolheu colaboradores, especialmente moças. Seguiam uma disciplina bastante religiosa. Ezaltina, uma entrevistada, hoje octogenária, trabalhou lá vários anos nas décadas de 1940 e 1950. Conta que quando estava com 20 anos, um bom moço queria namorá-la. Pediu autorização para a Irmã Superiora. Essa permitiu, mas, antes o moço devia vir conversar com ela para que o conhecesse. Ela expôs as condições inegociáveis para o namoro: 1- namorar, só lá fora, nos bancos frontais da casa onde todos pudessem vê-los; 2 – ambos em bancos separados; 3 – um não podia jamais encostar-se ao outro![4]  Um namoro deveras “religioso”, ao sabor da época.  Outra funcionária seguiu o exemplo das freiras; decidiu ser religiosa, Irmã Alice Werner, irmã de Solano Werner, que foi funcionário de Azambuja por décadas. Nascida em 1933, Alice pertence às Irmãs da Divina Providência. Assim a chácara teria muita história para contar, não tivessem tombado outros tantos de seus protagonistas. Digno de menção é que em 1946, um visitante especial volta à chácara e pode então, também conhecer a igreja da comunidade: o Cardeal Arcebispo do Rio de
Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, primeiro Reitor do Seminário de Azambuja.

Além dos víveres necessários para Azambuja, a chácara se prestava muito para recreação dos seminaristas e para algum tempo de descanso para as religiosas de Azambuja. As religiosas permaneceram na Chácara até o dia 4 de abril de 1956, quando foram para a comunidade religiosa de Azambuja, pois se decidiu vender a propriedade, que seria substituída, na agricultura, pela Fazenda Dom Joaquim do Arraial dos Cunhas (1952) e, pecuária, pela Chácara do Cedro (1954). Via-se que a propriedade não era lá muito rentável, exigia investimentos e os
planos do administrador indicavam novos rumos para as propriedades agropecuárias de Azambuja…

Era sempre mais premente a urbanização, principalmente operários das indústrias de Brusque. A venda da propriedade teve início em 1957, com o seu loteamento e urbanização. Durante seis anos os lotes estiveram à venda. Tinham geralmente a metragem de 12 m por 30 m. Poucas lembranças restam da Azambuja no bairro de Santa Teresinha. Algumas ruas, parte da antiga chácara, levam os nomes de alguns sacerdotes que trabalharam na Azambuja. Somente os nomes, sem sobrenomes, assim, Pe. Antônio (Condlick), Pe. Afonso (Niehues), Pe. Wilson (Laus Schimidt), Pe. Gregório (Warmeling). Os fundos da fazenda, onde estava a sede da chácara, foram comprados em 1962 por Onildo Westarb, que em 1964 demoliu todas as benfeitorias e construiu um galpão para processamento de arroz: Engenho de Arroz São Roque, uma homenagem ao antigo oratório localizado nas proximidades que dava acesso à propriedade.[5]

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[1] A gruta dos seminaristas foi inaugurada em 30 de setembro de 1974. Foi planejada e executada exclusivamente pelo padre Afonso Reitz, que gastou bons anos com a sua obra. Uniu nela o útil ao agradável; além de ser gruta ela foi seu bromeliário particular graças às fendas na rocha predispostas para tal fim.

[2] Diário do Reitor do Seminário de Azambuja. Tomo II: 1933 – 1936. P.137. Propaganda da Fé era uma agremiação religiosa.

[3]Padre Augusto inclui-se na plêiade dos missionários alemães que, no início do século XX, tinham em vista seus compatriotas espalhados pelas matas do imenso Brasil. O padre Augusto foi o apóstolo das matas. Depois de velho e doente devia ser recolhido para um local ameno onde pudesse prestar ainda atendimento que não demandasse viagens e pudesse também descansar. Dom Joaquim lhe oferece a Capelania da Chácara de Azambuja em Santa Teresinha, em 23 de fevereiro de 1944. Lá, em modestíssima residência, pôde sentir-se feliz e realizado. Recebeu casa própria finalizada e abençoada em 21 de novembro de 1948, no mesmo dia que o padre Afonso Nieuhes celebrou o jubileu de prata de edificação da igreja matriz velha de Guabiruba. Padre Schwirling dava bons préstimos sacerdotais especialmente às Irmãs, funcionários e pessoas da comunidade de Santa Teresinha que o procuravam. Mais tarde, em 1955, sua memória foi enfraquecendo e os padres acharam por bem que viesse morar em ala própria do Hospital. Dia 10 de outubro celebra a última missa naquele mesmo dia é levado para residir permanentemente em Azambuja num quarto – escritório para ele preparado. O padre Augusto faleceu em Azambuja em 16 de janeiro de 1961. Era sacerdote há 66 anos.

[4] Entrevista com a própria, dona Ezaltina V. Reiser que hoje se diverte ao contar o fato. Azambuja, 27/03/2017.

[5] Na década de 1940, fazem a abertura para a Estrada de Ferro cortando o terreno da Mitra. Os trilhos foram colocados até o Brilhante e o traçado se prestou mais tarde para a atual rodovia.

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Da Chácara de Azambuja nasce uma Paróquia

Além de um bairro, da chácara de Azambuja nasceu também uma paróquia. A capela da casa dedicada a Santa Teresinha serviu pastoralmente para todo o bairro em uma localidade de “colonos” que se encaminhavam cada vez mais para as fábricas da cidade.

Com a saída das Irmãs, passou-se a celebrar, por um padre do Seminário, a santa missa apenas aos domingos e dias de festa. Vê-se a necessidade da comunidade ter capela própria. Era o ano de 1938. No ano seguinte, o Reitor do Seminário, padre Bernardo Peters, reserva na chácara um terreno para doação – o mesmo que hoje compõe o patrimônio da igreja matriz daquela localidade; escolhe fabriqueiros e auxilia no que é necessário.

O padre Bernardo Peters animou os moradores. A construção da igreja cimentou o nome do local. Primeiramente, a capela da chácara foi força irradiadora de vida comunitária. Com a construção da igreja, desvencilhada da casa da chácara, também dedicada a Santa Teresinha, seu nome passou a designar a localidade. Ainda assim, a devoção a São Roque persistiria por muitos anos. Em 8 de janeiro de 1940, a comissão de obras para a capela do bairro recebe a provisão. Em 9 de junho foi o lançamento e bênção da pedra fundamental da igreja.[1]O padre Bernardo Peters foi o primeiro capelão, a quem o bairro deve sua primeira capela. O Pe. Vicente Schmitz, pároco de Brusque, elaborou a planta da obra. No ano de 1942, a igreja está servindo ao culto.

O Oratório de São Roque continuaria sendo muito visitado, a ponto de se fazer em sua honra uma festa anual. Em todos os sentidos, a comunidade deslanchou. Em 8 de dezembro de 1951, o padre Ernesto Pretti celebra suas primícias.[2]

A comunidade formada passou a pertencer à Paróquia São Luís Gonzaga, ainda com atendimento dos padres de Azambuja. Em 1950 foi assumida pelo Convento Sagrado Coração de Jesus, na pessoa do Pe. João da Cruz Stüpp, scj, que muito por ela trabalhou, com destaque para os seguintes empreendimentos: ampliação da igreja (1951- 1956), salão de festas (1952), campo esportivo (1953), Grupo Escolar Santa Teresinha (1954), e Sociedade Beneficente e Cultural Santos Dumont (1964).

A capela foi elevada à condição de sede paroquial em 13 de janeiro de 1974.

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[1] Segundo texto pessoal do padre Augusto Zucco, no livro de Tombo da paróquia de Tijucas foi ele quem benzeu a pedra fundamental da capela.

[2] Pretti era natural da localidade. Mais tarde deixou de exercer o ministério presbiteral. Morando em Capoeiras – Estreito, com a família, veio a falecer em janeiro de 2016.