Comunidade revive tradição da Festa do Divino, no Centro Histórico de São José

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Comunidade revive tradição da Festa do Divino, no Centro Histórico de São José

Próxima edição da festa que é patrimônio cultural do município terá um Grupo Imperial como festeiros

Os festeiros de 2017, Caê Martins e a mãe, Maria Helena

Mais de 300 voluntários abraçaram a missão, juntamente com a família do festeiro Carlos Eduardo de Souza Martins, de realizar a 166ª Festa do Divino Espírito Santo em São José. Foram três dias de festejos (27 a 29 de maio) e, mesmo com chuva, a comunidade se fez presente nas celebrações religiosas e confraternizou na área externa protegida por tendas. Entre as surpresas desta edição, a escolha dos próximos festeiros, um Grupo Imperial de sete famílias que têm uma relação de entrega e dedicação com a comunidade.

O festeiro da edição desse ano, Caê Martins, explica o porquê da escolha de um grupo e não de uma única família como costumava ser. “O Espírito Santo é do povo, a Festa do Divino é do povo. Pedimos que a sua luz nos guiasse na escolha dos Festeiros de 2018 e assim foi. Esse grupo representa unidade, caridade, fraternidade e a importância da convivência comunitária. Esse é o verdadeiro espírito da Festa do Divino.”

O Grupo Imperial foi apresentado na noite de segunda-feira (29) durante celebração conduzida pelo Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Confira quem serão os festeiros da 167ª edição da Festa do Divino Espírito Santo: Teresa Hermes Leite, Guilherme Medeiros, Maria Otília Gonzaga e Duca, Pedro e Maria Gonçalves, Adriano Antunes e Dulcineia Tartari, Dilza Bruggemann Roecker e Fredolino Roecker, Ademir da Silva e Lurdete Maria Felipe da Silva.

O arcebispo Dom Wilson elogiou a escolha do grupo com integrantes de diferentes famílias e destacou que essa iniciativa deveria se estender por outras comunidades. Os novos festeiros receberam das mãos de Caê Martins um azulejo com um Espírito Santo pintado pelo artista plástico Plínio Verani.

A prefeita Adeliana Dal Pont, secretários municipais, vereadores e outras autoridades também participaram das festividades. Durante os três dias, foram realizados no Centro Histórico de São José os tradicionais cortejos da Família Imperial, com a coroação do Imperador, missas na Igreja Matriz, apresentações artísticas, música e gastronomia.

A tradicional Divina Sopa oferecida na sexta-feira (26) à comunidade, após missa de retorno das Bandeiras do Divino à Igreja Matriz, também foi servida esse ano a moradores de rua.
“Mais uma vez só tenho a agradecer pelo momento de fé, amor e união que vivenciamos, contando com a ajuda de tantas pessoas. Muitas mãos e corações envolvidos em devoção ao Espírito Santo”, destacou Caê Martins.

Sobre a Festa do Divino

Essa manifestação tipicamente açoriana foi trazida para Santa Catarina pelos imigrantes que aqui fizeram residência no século 18. Em São José, a comemoração acontece desde 1851, uma tradição reconhecida como patrimônio imaterial, registrada no livro de celebrações como bem cultural da cidade.

Instituída no ano de 1296 na Cidade de Alenquer, em Portugal, pela rainha Isabel de Aragão, a festa é fruto de uma promessa para que a paz pudesse reinar entre Portugal e o Reino Independente de Aragão que estavam em guerra. Para agradecer a graça alcançada, a rainha coroou pessoas simples e ofereceu um banquete aos pobres, por isso há a tradição de montar uma corte de meninos e meninas vestidos de realeza.

Entre os símbolos da festa, a coroa, o cetro e a salva simbolizam a responsabilidade e o compromisso do festeiro com o culto. A pomba representa o próprio Espírito Santo, a paz, o amor e a humildade. Os pães da promessa, simbolicamente ofertados ao Divino, são uma forma de agradecer e pagar promessas por graças alcançadas. A bandeira é o símbolo que inicia as festividades visitando as casas da comunidade após a Quaresma.

Por Ana Vilela

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