Orgulho, o grande pecado

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Orgulho, o grande pecado

O orgulho é considerado o mal supremo. Ao lado dele os outros vícios – falta de castidade, raiva, avareza, vaidade – se tornam pequenos. É pelo orgulho o diabo se tornou diabo. A presunção leva aos outros vícios. O orgulho pode ser definido como um estado da mente contrário a Deus. Aproveito os escritos de C. S. Lewis para apresentar algumas reflexões sobre o orgulho.

A comparação está presente no mecanismo do orgulho. O orgulhoso não sente prazer em ter algo, mas em ter mais que o próximo. Não é o ser rico, se achar bonito ou inteligente que tornam a pessoa orgulhosa, mas em se considerar mais inteligente, mais bonito, mais rico que os outros.

O orgulho sustenta a competição de um modo que os outros vícios não o fazem. O orgulho é essencialmente competitivo, isto é, o é pela própria natureza. Enquanto os demais vícios são competitivos por acidente. Por exemplo, dois homens podem competir por uma mesma mulher. É um acidente, uma vez que poderiam se apaixonar por mulheres diferentes. O orgulhoso vai competir, não porque ama a mulher, mas quer provar que é mais que os concorrentes.

Quer saber se é orgulhoso? Veja o quanto detesta a outra pessoa que o inferioriza, que não lhe dá atenção, o quanto é exibida. Quanto mais orgulhosa é uma pessoa, mais detesta o orgulho da outra pessoa. O orgulho dos outros concorre com o orgulho da própria pessoa.

Diante de Deus o orgulhoso se depara com alguém muito superior. Ele que costuma desdenhar as pessoas o fará também com Deus. Quem sempre olha para baixo não pode olhar nada que está acima. Quando dizem que amam a Deus estão adorando um deus imaginário. Ficam imaginando o quanto o seu deus os aprova e os considera melhores que os outros.

Qualquer pessoa pode cair na mesma cilada. Sempre que a nossa vida religiosa nos faz pensar que somos bons ou melhores que os outros, com toda certeza isto não vem de Deus. O sinal contrário diante de Deus é esquecer-se de si mesmo. Como adquirir a humildade? O primeiro passo é reconhecer o próprio orgulho. É um grande passo e nada pode ser feito antes disso. Se a pessoa tiver um contato com Deus, será com certeza, humilde.

Artigo publicado na edição de juho de 2019 do Jornal da Arquidiocese, página 02

Por Dom Wilson Tadeu Jönck, sc

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