O primeiro passo oficial foi dado por Dom José de Camargo Barros. Em 28 de fevereiro de 1900, escrevia ao Pe. Francisco Topp, Vigário de Florianópolis (da atual Catedral), para que desse os primeiros passos, começando por organizar o patrimônio, exigência muito salientada pela Santa Sé. No- meou a Comissão Organiza-dora: Hercílio Pedro da Luz, José Roberto Viana Guillon, Germano Wendhausen e Virgílio Vilella. Pessoas de alto prestígio social e político, como era costume naquele tempo. O povo não tinha tanto poder de impressionar…
Pe. Topp assumiu o trabalho. Visitou todas as Paróquias do Estado, quase de casa em casa, pedindo esmolas. Precisava de um patrimônio de 120 contos de réis, uma fábula na época. A pobreza dos catarinenses dificilmente poderia preencher este pré-requisito do Vaticano. Em 1905, tinha reunido 50 contos! Faltava a outra metade. O novo Bispo, Dom Duarte Leopoldo e Silva (1904-1907) deu uma sugestão, já adotada em outros Estados: pedir ao Congresso do Estado um auxílio. Este veio, completando os 100 contos, já com outra Comissão: Antero de Assis, José Boiteux, Henrique Valga, André Wendhausen, Gustavo Silveira.
Pe. Francisco Topp, exultante com o progresso na caminhada, encaminhou ao Santo Padre Pio X um requerimento, assinado pelas principais autoridades do Estado, em 9 de janeiro de 1906, por intermédio do Núncio Apostólico, Mons. Tonti. Acompanhava-o uma carta de Dom Duarte.
Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Merry del Val, encaminhou as correspondências à Congregação dos Negócios Extraordinários, a fim de dar seu parecer a respeito.
Em agosto do mesmo ano, Pe. Topp viajou a Roma, para tratar pessoalmente do caso. Foi recomendado por cartas do Senhor Núncio e do Barão do Rio Branco. Em contatos com o Cardeal Steinhuber, membro da Congregação, e de seu Secretário, Mons. Bisletti, conseguiu o Pe. Topp um parecer unânime para a breve criação da Diocese de Florianópolis.
E, finalmente, em 19 de março de 1908, a Bula “Quum Sanctissimus Dominus Noster”, de Pio X, erigia o Estado de Santa Catarina em Diocese, com o nome de “Florianópolis”, sendo a Matriz de Nossa Senhora do Desterro elevada a Catedral.
O novo Bispo de Curitiba, Dom João Francisco Braga, foi nomeado Administrador Apostólico até a nomeação do 1º. Bispo Diocesano, o que ocorreu a 13 de agosto do mesmo ano, recaindo a escolha na pessoa de Dom João Becker, do clero de Porto Alegre, que aqui permaneceu até 1912.
Sucedeu-o Dom Joaquim Domingues de Oliveira, eleito a 2 de abril de 1914, tomando posse a 7 de setembro. Dom Joaquim permaneceu à frente da Diocese, que em 1927 se tornou Arquidiocese, até 1967, ano de sua morte.
Fonte: Pe. José Artulino Besen – Jornal da Arquidiocese, Maio/07, Pág 09