No dia 15 de agosto, Mariana Guaita é a primeira consagrada pela Ordem das Virgens na Arquidiocese de Florianópolis. A celebração eucarística com o rito de admissão foi presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, nos Ingleses, em Florianópolis.
O rito é dividido em seis partes: chamado das virgens; diálogo, onde as virgens são interrogadas sobre o desejo de seguir a Jesus; Ladainha dos santos; renovação do propósito de castidade; solene oração consecratória; e a entrega das insígnias.
O costume de consagrar as virgens, que vigorou desde a primitiva Igreja cristã, deu origem a um rito solene, que constituiu a virgem como pessoa consagrada, sinal transcendente do amor da Igreja para com Cristo e imagem escatológica da Esposa celeste e da vida futura. Pelo rito da consagração, a Igreja manifesta a sua estima pela virgindade, implora a graça de Deus para as virgens e pede a efusão do Espírito Santo.”
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Confira o testemunho de Mariana:
“Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que Ele fez em meu favor?”
Há cerca de 15 anos, rezando com esse salmo, respondi ao Senhor que desejava retribuir com a minha vida. Ainda não sabia como isso se realizaria, mas já sentia, no íntimo do meu coração, que Ele me chamava para algo específico.
Sempre estive engajada na vida da Igreja, participei de grupos de adolescentes e jovens, fiz o vocacional na Comunidade Shalom, onde começou a despertar em mim um olhar mais esponsal.
O Senhor, em Sua bondade, me permitiu conhecer diversos movimentos, comunidades e até congregações. Mas, apesar de tudo isso, eu ainda não me encontrava.
Em 2019, um amigo me enviou um vídeo sobre a Ordem das Virgens e, ao assisti-lo, tive a certeza de que era esse o chamado de Deus para mim. Naquele mesmo período, comprei e li o documento da Igreja sobre a Ordem das Virgens — Ecclesiae Sponsae Imago —, mas, mais uma vez, pensei que talvez não fosse para mim.
Em dezembro de 2020, vivi uma experiência profunda: contraí Covid-19 e fiquei entre a vida e a morte, passando 28 dias em coma. Quando despertei, o primeiro pensamento que veio à minha mente foi sobre a minha vocação.
Esperei algum tempo até recuperar minha saúde, mas já tinha a certeza de que precisava buscar discernimento para compreender, de fato, se o Senhor me chamava para a Ordem das Virgens.
No início de 2021, com a orientação do meu diretor espiritual, Frei Rondinelle, procurei meu pároco, padre José Silvano Torquato, que então entrou em contato com o bispo para apresentar meu desejo. E assim aconteceu: em março daquele ano, iniciei as audiências com Dom Wilson.
Meu processo de discernimento durou três anos e meio, e tive a graça de ser acompanhada por Dom Wilson. Foi um período de profundo crescimento espiritual e de amadurecimento humano.
Ao longo desse caminho, o Senhor foi deixando claro que realmente me chamava a ser virgem consagrada. Ao olhar para a minha história, reconheci inúmeros sinais que Ele já havia me dado ao longo da vida. A dimensão esponsal — de ter o Senhor como meu Esposo — sempre esteve presente, desde a adolescência.
O dia 15 de agosto foi, sem dúvida, o dia mais feliz da minha vida. Tudo aquilo que busquei por tantos anos foi finalmente encontrado.
Deus, em Sua infinita misericórdia, me alcançou.
