Oficialmente o Brasil passou a pertencer a Portugal em 21 de abril de 1500, quando o Rei Dom Manuel se apossou destas terras, cujos donos eram os índios. Infelizmente, eles não sabiam escrever e, por isso, não nos deixaram recordações do grande roubo que lhes foi feito, de seu extermínio, de sua escravidão. Na escola, a gente aprende que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, mas os índios já o tinham descoberto e povoado milhares de anos antes. Não fossem eles os donos, já Cristóvão Colombo teria “descoberto” a América em 1492, dentro da qual fica nossa terra. A história é assim mesmo: ela sempre dá razão para o mais forte, para aquele que pode explicar, mesmo mentindo, o que está fazendo.
A 1º de maio de 1500, Frei Henrique de Coimbra celebrou aqui a Primeira Missa, e plantou o Cruzeiro. Chegava a estas terras o Sinal da Salvação; lançava- se, aqui, pela primeira vez, a mensagem de um Deus que é Pai de todos, sem distinção de raça, cor, sexo, status. Iniciava-se a missão cristã em terras brasileiras.
As missões e a organização da Igreja ficavam a cargo do rei de Portugal. E isso até a independência, em 1822. Depois, a autoridade religiosa foi transferida para o Imperador do Brasil, até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.
Alguém pode perguntar: – Mas, no que mandava o Rei? Em tudo: ele escolhia os Bispos (que depois o Papa aprovava automaticamente), criava dioceses, nomeava vigários, construía igrejas, seminários, nomeava os professores, pagava os padres, controlava os missionários, e tudo o mais. Quem recolhia o Dízimo (imposto religioso) era o Rei, e dele fazia o que bem entendia, dando parte muito pequena para a Igreja. Exercia como que a função de “Papa” entre nós. Nenhum documento do Papa entrava ou era publicado e obedecido no Brasil sem aprovação do rei. Ou do Imperador. E isto, até 1889. Quer dizer que, efetivamente, o Papa tem autoridade efetiva aqui há pouco mais de 120 anos…
Fonte: Pe. José Artulino Besen – Jornal da Arquidiocese, Janeiro/2007, Pág. 09