O Papa Francisco proclamou 2015 como o “Ano da Vida Consagrada”. A abertura aconteceu no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro de 2014, com encerramento na Festa da Apresentação do Senhor, no dia 02 de fevereiro de 2016.
No mundo existe aproximadamente 1,5 milhão de religiosos e religiosas. São mais ou menos 2 mil institutos, congregações, ordens e institutos seculares. O Ano da Vida Consagrada foi convocado no contexto da celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II. Os ensinamentos do Concílio sobre a vida religiosa estão no Documento Perfectae Caritatis e no capítulo VI da Lumen Gentium. Estes conteúdos foram estudados no Sínodo dos Bispos sobre a vida religiosa, em 1994. Disso resultou a exortação apostólica “Vita Consecrata” que apresenta a posição da Igreja sobre a vida consagrada.
O Papa Francisco convida os religiosos a olhar o passado com gratidão, a abraçar o futuro com esperança para viver o presente com paixão. A vida consagrada é um elemento constitutivo do povo de Deus. Constitui a dimensão carismática da Igreja. Através dos carismas dos movimentos e congregações, tantas vezes o Espírito Santo revitalizou a caminhada dos cristãos. Os religiosos vivem o seu carisma em comunhão com a Igreja e no serviço à humanidade. O carisma de cada congregação mostra uma particularidade da pessoa de Cristo. Cada família religiosa vivendo o seu carisma torna Cristo mais conhecido na Igreja e acolhido de forma mais integral.
A vida consagrada passa por um momento de crise. As vocações diminuíram significativamente. Há dificuldade na continuação de várias obras por causa da diminuição do número de religiosos. O ideal de vida religiosa que atraía um número expressivo de jovens e era vivido como um alegre desafio, hoje parece não ter o mesmo poder de atração. Assim, as congregações religiosas que tanto bem fizeram para a Igreja e a sociedade, passam por um momento de dificuldade.
Papa Francisco convida toda a Igreja, para juntos com os religiosos, a refletir em profundidade sobre o momento da vida consagrada. Que ela continue a ser sinal de comunhão na Igreja e no mundo.
Por: Arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj