Pouco depois das 10h desta sexta-feira, 8 de dezembro, o corpo do padre Flávio Morelli deixou a igreja Matriz São Luís Gonzaga ao som do badalar dos sinos. O cortejo fúnebre contou com a escolta da Guarda Municipal de Trânsito e do Corpo de Bombeiros, em reverência aos seus mais de 70 anos de vida religiosa. O sacerdote foi sepultado junto dos pais, no Cemitério São José, no bairro Dom Joaquim.
Não faltaram flores, acolhida e aplausos da população neste breve deslocamento entre a igreja e o cemitério. Pessoas esperavam pelas portas e janelas de casas e comércios, para dar o último adeus ao padre tão querido na cidade. Ao chegar ao bairro Dom Joaquim, buzinas se somaram às sirenes do Corpo de Bombeiros, anunciando o final do cortejo.
Debaixo de chuva, padre Flávio foi sepultado em um momento de muita emoção entre familiares, amigos e sacerdotes presentes. Seu túmulo ficou florido, entre as dezenas de homenagens que recebeu. Uma verdadeira floricultura.
Incansável
Pouco antes das 9h da manhã, o caixão de padre Flávio foi fechado, levado para frente do altar e colocado no chão, como simbolizando a entrega plena da vida à serviço da Igreja. Depois, o pároco da Paróquia São Luís Gonzaga, padre Diomar Romaniv, depositou o evangeliário em cima do caixão, como forma de lembrar que padre Flávio foi um anunciador da mensagem de Jesus.
A missa de corpo presente foi presidida pelo arcebispo emérito, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger e concelebrada por vários religiosos da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ), além de padres da Arquidiocese de Florianópolis.
Para Dom Murilo, a vida de padre Flávio pode ser traduzida em três amores: Jesus, Maria e a Igreja. “A Jesus porque consagrou sua vida a Ele na Congregação SCJ, viveu para comunicar esse amor. À Maria Santíssima, como mãe, e não é coincidência, é uma graça ele ser enterrado justamente no dia de Imaculada Conceição. E o amor à Igreja, ao povo de Deus. Incansável. Sempre indo ao encontro de quem dele precisava”.
Padre Sildo César da Costa, superior da Província Brasil Meridional da Congregação SCJ, foi o responsável pela cerimônia de despedida no cemitério. Ele destaca a importância de padre Flávio para a Igreja de Brusque e de toda a região, com seu jeito único, sempre perto das pessoas. “Ele foi uma marca para Brusque dentro do seu sacerdócio, da sua vida religiosa. Era o padre do encontro, gostava de estar perto do povo, sempre com um sorriso. Sua presença marcante fazia com que todos pudessem se aproximar mais da graça de Deus por seu sacerdócio”.
“Que bom que você veio”
Pároco e reitor do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, de Joinville, o padre Mário Tito Angioletti esteve presente na cerimônia de despedida. Ao longo de seus 71 anos de vida religiosa, padre Flávio teve duas passagens pelo santuário de Joinville e até hoje é lembrado com muito carinho pela comunidade. Sua famosa frase: “Que bom que você veio”, inclusive, está marcada no local.
“O povo guarda com muito carinho as lembranças do padre Flávio. Seu jeito alegre de ser, brincalhão. E na entrada de nossa igreja, em todas as portas, usamos no tapete a frase dele: ‘que bom que você veio’. Uma forma de fazer memória desse homem que foi tão querido e amado pelo povo do santuário”.
Demonstrações de carinho
Padre Diomar, que conviveu na paróquia com o padre Flávio até 2021, agradeceu a todas as demonstrações de carinho recebidas desde a notícia do falecimento. “Nossa gratidão pela expressão de carinho, pelas mensagens, por toda a repercussão nas mídias que fizeram com que o nome dele ficasse marcado na história da nossa cidade e região. Ele gostava de estar com as pessoas, de ver as diferentes gerações. Ele se fez presente, se entregou em vida e agora recebe nossa homenagem e nossa prece para o descanso eterno”.
Texto e fotos: Ideia Comunicação