Com o início da Quaresma tivemos também o lançamento da Campanha da Fraternidade de 2022. O tema é “Fraternidade e Educação” e o lema, “Fala com sabedoria e fala com amor”. Em 15 de outubro de 2020, o Papa Francisco convocou toda a sociedade a engajar-se em um “Pacto Educativo Global”. Estas duas iniciativas vêm confirmar a importância do assunto educação e o desafio de educar nas condições apresentadas pelo nosso tempo.
Papa Francisco lança mão de um provérbio africano para iniciar o seu discurso de apresentação do pacto: “Para se educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”. A construção de um mundo diferente envolve o empenho de todas as instituições que compõem a sociedade. Trata-se de criar canais de diálogo entre as culturas e a edificação de uma ecologia integral. A educação é criadora de fraternidade, paz e justiça.
A educação é uma atividade que supera a visão que mira só a utilidade, o resultado, a funcionalidade e a burocracia. A educação não é só instrução e ensino da ciência e técnicas que formarão um profissional eficiente. Educar é construir a pessoa e sua personalidade, é aquisição de valores que darão significado à própria vida. O valor da educação não pode ser medido apenas pela superação de testes padronizados, mas na capacidade de incidir no coração da sociedade e fazer nascer nova cultura.
Ao lançar o Pacto Educativo, o Papa apresenta sete compromissos para a concretização do mesmo. São estes: 1. Colocar a pessoa no centro dos processos educativos; 2. Ouvir a voz das crianças, dos adolescentes e dos jovens; 3. Favorecer a plena participação das meninas e jovens na instrução; 4. Ver na família o primeiro e indispensável sujeito educador; 5. Educar e educarmo-nos para o acolhimento, de forma especial dos mais vulneráveis e marginalizados; 6. Encontrar outras formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso; 7. Guardar e cultivar a nossa casa comum.
Há o desejo de que a atividade educativa seja semente de esperança para a construção de uma civilização de harmonia, de unidade, onde não haja lugar para o descarte de seres humanos. Que possa surgir um novo modelo de ser humano, de vida, uma nova relação com a natureza e entre os seres humanos.
Por Dom Wilson Tadeu Jönck, SCJ
Artigo publicado na edição 287, de março de 2022, do Jornal da Arquidiocese, página 2.