Quer se destacar? Sirva! Nossa fidelidade ao Senhor depende de nossa disponibilidade em servir. O serviço não nos diminui, mas nos faz crescer. E ao servirmos os esquecidos, que não podem nos retribuir, “também nós recebemos o terno abraço de Deus”.
O “serviço”, um tema caro ao Papa esteve no centro de sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste 25º Domingo do Tempo Comum: “Se quisermos seguir Jesus, devemos percorrer o caminho que ele mesmo traçou, o caminho do serviço.”
Dirigindo-se aos peregrinos e turistas reunidos na Praça São Pedro para o tradicional encontro dominical, Francisco começou explicando a discussão entre os discípulos narrada por Marcos sobre quem entre eles era o maior. E citou a frase que Jesus disse a eles, uma frase “que vale também para nós hoje” – “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” -, acrescentando que quem ser o primeiro, deve ir para a fila, pegar o último lugar “e servir a todos”.
Quer se destacar? Sirva!
E justamente esta frase pronunciada pelo Mestre marca uma inversão nos critérios daquilo que realmente importa:
O valor de uma pessoa não depende mais do papel que ela desempenha, do sucesso que tem, do trabalho que faz, do dinheiro no banco; não, não, não, não depende disso; a grandeza e o sucesso, aos olhos de Deus, têm um padrão, uma medida diferente: são medidos no serviço. Não no que se tem, mas no que se dá. Quer se sobressair? Sirva. Este é o caminho.
Quanto mais servimos, mais sentimos a presença de Deus
Hoje em dia a palavra “serviço” – disse o Papa – “parece um pouco desbotada, desgastada pelo uso. Mas no Evangelho tem um significado preciso e concreto. Servir não é uma expressão de cortesia: é fazer como Jesus que, resumindo em poucas palavras a sua vida, disse que veio «não para ser servido, mas para servir». Portanto, se quisermos seguir Jesus, devemos percorrer o caminho que ele mesmo traçou, o caminho do serviço:
Nossa fidelidade ao Senhor depende de nossa disponibilidade em servir. E isso, bem o sabemos, custa, geralmente isso custa, “tem gosto de cruz”. Mas, à medida que aumenta o cuidado e a disponibilidade para com os outros, tornamo-nos mais livres interiormente, mais semelhantes a Jesus. Quanto mais servimos, mais sentimos a presença de Deus, sobretudo quando servimos aqueles que não têm nada para nos restituir, os pobres, abraçando suas dificuldades e necessidades, com a terna compaixão: e ali descobrimos ser, por sua vez, amados e abraçados por Deus.
Em primeiro lugar, servir a quem não pode nos retribuir
Para ilustrar a importância da doação gratuita, Jesus coloca uma criança entre os discípulos, pois “os gestos de Jesus são mais fortes que as palavras que usa”, observou o Papa. “A criança, no Evangelho – explicou – não simboliza tanto a inocência mas a pequenez. Porque os pequenos, como as crianças, dependem dos outros, dos grandes, têm necessidade de receber. Jesus abraça aquela criança e diz que quem acolhe um pequenino, uma criança, o acolhe”:
Eis antes de tudo a quem servir: aqueles que têm necessidade de receber e não tem como retribuir. Acolhendo quem está à margem, abandonado, acolhemos Jesus, porque Ele está ali. E em um pequeno, em um pobre a quem servimos, também nós recebemos o terno abraço de Deus.
O serviço não nos diminui, nos faz crescer
Interpelados pelo Evangelho, o Papa sugere que nos interroguemos:
Eu, que sigo Jesus, me interesso por quem é mais abandonado? Ou, como os discípulos naquele dia, estou em busca de gratificações pessoais? Eu entendo a vida como uma competição para abrir espaço para mim mesmo às custas dos outros ou acho que se sobressair significa servir? E, concretamente: dedico tempo a algum “pequeno”, a uma pessoa que não tem meios para retribuir? Eu cuido de alguém que não pode me retribuir ou apenas de meus parentes e amigos? São perguntas que podemos nos fazer.
Que a Virgem Maria, humilde serva do Senhor, nos ajude a compreender que o serviço não nos diminui, mas nos faz crescer. E que há mais alegria em dar do que em receber.
Fonte: Vatican News