Nessa edição do Jornal da Arquidiocese, abordaremos alguns temas da primeira carta de Pedro (para uma introdução, ver a edição passada). A saudação inicial , “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros da dispersão” (1,1-2), acena para destinatários pagãos, residentes na Ásia Menor (cf. v. 1) que, aparentemente, viviam em situação de perseguição e sofrimento, por terem abraçado a fé em Cristo. Nas primeira linhas, o príncipe dos apóstolos eleva um louvor a Deus pelo dom da vida nova, da nova esperança e da herança eterna no céu, fruto da ressurreição do Senhor (1,3- 12). O fiel deve suportar com coragem as perseguições, pois são como uma prova da autenticidade da fé.
Essa vida nova, escreve São Pedro, deve ser vivida na santidade (1,13–2,10). O fiel não pode deixar-se escravizar pelo pecado, voltando às paixões mundanas (1,14), pois foi resgatado nada menos que pelo sangue precioso de Cristo. Buscar a fraternidade sem hipocrisia, amar ardorosamente e com coração puro (1,22), são sinais de que Palavra permanece nele. Os cristãos são pedras vivas para constituir o edifício espiritual, constituindo-se raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de particular propriedade de Deus (2,9), testemunhando a fé em meio a uma sociedade pagã.
Através de orientações muito práticas, o apóstolo instrui como se deve viver (2,11–4,11). Evitar a violência, respeitar os governantes [eles poderiam garantir a liberdade e a paz], suportar as tribulações, assim como Cristo, inocente, não revidava nem ameaçava; na vida matrimonial, ou comunitária, devia reinar a concórdia, o serviço, a humildade, a compaixão.
Algumas exortações convidam à perseverança mesmo se os tempos são difíceis (4,12–5,11). Não deixar-se levar pelo desânimo, não retornar à conduta antiga de quem não tem fé, nem reagir de modo violento, mas unir-se a Cristo que tudo venceu. As saudações finais e últimos encorajamentos encerram a missiva (5,12-14).
Artigo publicado na edição de junho do Jornal da Arquidiocese, pág. 8.