“A vida é missão sempre” – Pe. Luis Mosconi

Após cinco meses de missão no sertão baiano, as missionárias Nilva Zimermann e Iria Limberger partilham sobre as experiências e desafios na Diocese da Barra.

Nilva é da Paróquia Santo Antônio, de Campinas, na cidade de São José, na Arquidiocese de Florianópolis. Já Iria é da Diocese de Chapecó, da cidade de Maravilha, no oeste do estado. As duas fazem parte do grupo de missionários da arquidiocese que participam da Semana Missionária que acontece todos os anos em julho na diocese baiana.

Em fevereiro, foram acolhidas na Pró-Paróquia do Muquém do São Francisco pelo Pe. Gercino Piazza, padre da Arquidiocese de Florianópolis que há um ano e meio atua na Bahia, que logo organizou para que elas pudessem conhecer todas comunidades.

A atividade nas comunidades envolvia fazer visita às famílias e doentes, via-sacra na frente das casas, Celebração da Palavra. Havia também reuniões com as catequistas, estudo das cartas do Novo Testamento, Círculo Bíblico, terço nas famílias, Oficina de Oração e Vida, formação com coroinhas, ensaio de liturgia com os jovens, encontro com os catequizandos da Primeira Eucaristia e seus pais, além de visitação ao cemitério.

Com o início da pandemia de Covid-19, o andamento das atividades na missão precisou ser revisto e a Diocese da Barra adotou as medidas conforme as recomendações sanitárias de combate ao novo coronavírus, a chamada “quarentena”. E o aumento do número de pessoas contaminadas mesmo com a utilização do álcool gel, da máscara e a higienização das mãos com água e sabão, e a adoção de medidas ainda mais restritas por parte do poder público, o povo foi ficando com medo.

Segundo as missionárias,  era momento de reavaliar as ações e compreender este novo período, em que a presença e atuação seria mais restrita.  Neste período de ficar em casa as missionárias continuavam a participar diariamente da Celebração Eucarística na casa paroquial, cuidavam da limpeza e organização do Centro de Formação, da organização do material de contabilidade da paróquia e realizavam momentos de adoração ao Santíssimo, de leitura e de orações.  Com o cancelamento das atividades em toda a diocese baiana, e especificamente com o cancelamento das Santas Missões Populares que neste ano aconteceria nos dias 14 a 19 de julho em Oliveira dos Brejinhos, Iria e Nilva refletiram, rezaram e compreenderam que era necessário mudar  o período de permanência, ao qual seria encerrado com a participação na semana missionária, onde elas voltariam com o grupo de Florianópolis que estaria nestas missões.

Neste contexto, as missionárias decidiram, após conversa com o Pe. Gercino, voltar à Santa Catarina. Elas saíram dos sertão baiano dia sete de julho e chegaram em solo catarinense no dia seguinte.

Iria e Nilva testemunham que a decisão de voltar mais cedo não foi fácil, porque a vivência nas comunidades as marcou muito. O povo esperava pela visita delas e se preparava para conviver uma semana com as missionárias, o que era uma grande alegria, e tornava  “os momentos de ‘dar o tchau’ e se despedir para voltar à paróquia algo que sempre doía”.  Tendo em vista as muitas comunidades que compõe o território paroquial, o período que estariam na missão não possibilitaria voltar a uma comunidade já visitada para mais uma semana de visitas, mas quando alguém das comunidades ia fazer algo na cidade, sempre buscava encontrar-se com as missionárias e partilhar as notícias do povo.

A Arquidiocese de Florianópolis agradece e roga a Deus por copiosas bênçãos às missionárias, por sua doação e empenho na Pró-Paróquia do Muquém do São Francisco, e ao Pe. Gercino, por todo o apoio e compreensão. Sigamos firmes, porque a “vida é missão”!

Zenir Gelsleichter
Secretaria de Animação Missionária da Arquidiocese de Florianópolis