O Mês Missionário Extraordinário reforça o papel da Arquidiocese de Florianópolis em todos os campos de missão, das comunidades eclesiais missionárias às missões sem fronteiras.
Anunciamos Jesus, Filho de Deus, que por amor e para nossa salvação morreu e ressuscitou. Esta Boa Nova não é um produto a ser vendido, mas uma vida, uma riqueza para dar, comunicar, anunciar e que leva a um encontro com Cristo. Este é o sentido da missão.
Toda pessoa batizada tem esta missão de “testemunhar Cristo através de sua santidade, que dá vida e beleza ao mundo”, nos diz o Papa Francisco. No Documento Evangelii Gaudium, o pontífice nos exorta: “Estamos em estado permanente de missão” (EG 25).
Somente Cristo pode preencher um coração humano. E todos buscamos Cristo, mesmo sem o saber, pois temos um vazio em nós que somente ele pode preencher. Quando apresentamos Cristo com convicção, com amor e alegria, é fácil que ele seja reconhecido, aceito e amado. Segundo as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), o cristão é convidado a comprometer-se missionariamente, como tarefa diária, em “levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto aos mais íntimos como aos desconhecidos”, de modo informal, durante uma conversa, espontaneamente, em qualquer lugar, de modo respeitoso e amável.
Podemos distinguir ao menos quatro níveis da missão Ad Gentes, ou seja, missão àqueles que não conhecem Cristo:
1) Missão nas terras de missão, que ainda estão muito longe de serem plenamente evangelizadas;
2) Missão onde ela está em andamento mas não concluída, porque ainda não foi completada a adesão a Cristo por parte do fiel individual, e a Igreja ainda não está organizada e nem existe ainda uma inculturação da fé;
3) Missão, no sentido do primeiro anúncio da fé, nos continentes de antiga cultura cristã, onde o número de quem não conhece Cristo, de modo especial entre os jovens, vai crescendo cada vez mais;
4) Missão nos territórios da antiga cristandade, junto às populações migrantes que provêm de outros contextos culturais e religiosos e que são alheios à fé cristã (cf. Guia do Mês Missionário Extraordinário).
Podemos abraçar todos estes níveis de missão, tanto aqui dentro do Brasil como fora do país. Os ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja representam as periferias extremas, os ‘últimos confins da terra’, aos quais, desde a Páscoa de Jesus, os seus discípulos missionários são enviados, na certeza de terem sempre consigo o seu Senhor. A periferia mais desolada da humanidade carente de Cristo é a indiferença à fé ou até o ódio contra a plenitude divina da vida.
O Papa Francisco, em mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, afirma: “Também hoje, a Igreja continua a necessitar de homens e mulheres que, em virtude do seu Batismo, respondam generosamente à chamada para sair da sua própria casa, da sua família, da sua pátria, da sua própria língua, da sua Igreja local. São enviados aos gentios, ao mundo ainda não transfigurado pelos sacramentos de Jesus Cristo e da sua Igreja santa.
Anunciam a Palavra de Deus, testemunham o Evangelho e celebram a vida do Espírito, chamam à conversão, batizam e oferecem a salvação cristã no respeito pela liberdade pessoal de cada um, em diálogo com as culturas e as religiões dos povos a quem são enviados. Assim, a missão ad gentes, sempre necessária na Igreja, contribui de maneira fundamental para o processo permanente de conversão de todos os cristãos”.
Nossa arquidiocese tem exemplos de empenho em todos estes níveis de missão. Alguns testemunhos podem ser encontrados nas paróquias, através de ações das comunidades eclesiais missionárias e com a visita da Cruz Missionária. Fora de nossa arquidiocese, tempos missionários na Bahia e na região amazônica. Além-fronteiras, nos dedicamos também a algumas necessidades do povo em Bafatá, na Guiné Bissau.
Estejamos em estado permanente de missão. Demos um aspecto de testemunho e anúncio de Cristo a tudo que vivemos. Seja rezando, seja indo ou apoiando quem vai à missão, seja ajudando economicamente a evangelização.
Por Pe. Lúcio Espíndola
Missionário da Arquidiocese de Florianópolis,
de 2006 a 2019 na Guiné-Bissau, África
Publicado na edição de outubro de 2019 do Jornal da Arquidiocese, página 06.
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