Sínodo missionário e ecológico

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Sínodo missionário e ecológico
Foto: Stiven Gaviria/Unsplash

Dois grandes eventos nos reserva o mês de outubro: o Mês Missionário Extraordinário, que celebra os cem anos da Carta Apostólica Maximum Illud (A grande e sublime missão), do Papa Bento XV, e o Sínodo para a Amazônia. A coincidência, querida pelo Papa Francisco, nos leva a unir dois grandes e atuais desafios da Igreja: o anúncio do Evangelho aos povos e a defesa da criação.

São esses os desafios a serem tratados no sínodo que reúne todos os bispos que atuam na região, com o objetivo de encontrar novos caminhos para a missão na Amazônia e para a ecologia integral.

Sínodo missionário

Como ser missionário na Amazônia? Habitam aquela região os moradores das grandes e pequenas cidades, os povos indígenas, os ribeirinhos, os seringalistas, os extrativistas, os garimpeiros. Numa megadiversidade cultural, ainda não resolvida no âmbito evangelizador e pastoral. Essa diversidade não significa ameaça, nem justifica hierarquia de poder de uns sobre outros, nem fechamento nas próprias visões ideológicas, mas diálogo a partir de visões culturais diferentes, de modos diversos de celebrar a vida e a fé, de relacionar-se com Deus, as pessoas e os seres criados.

Sínodo ecológico

Como bendizer ao Deus Criador daquelas belezas sem fim? O sínodo pretende exaltar a ecologia integral, proposta pelo papa Francisco na encíclica Laudato Sì, no sentido de reconhecer que há uma conexão entre todos os seres. A começar da relação dos seres humanos com Deus, nos modos diferentes de crer, até chegar à percepção das diferenças culturais entre as pessoas e povos, até alcançar todas as coisas criadas por Deus, com as quais somos convidados a nos relacionar com amor e cuidado.

Dimensão universal

O que este sínodo, tão direcionado a uma região tão particular, tem a ver com a Igreja Católica em sua universalidade? Ou, o que temos a ver com isso? A Igreja da Amazônia é a Igreja de Jesus Cristo, é a nossa Igreja, com suas diferenças e riquezas próprias, com seus desafios e problemas. É uma Igreja com rosto amazônico, em seus pluriformes matizes, que procura ser uma Igreja em saída, que quer largar para trás de si uma tradição colonial monocultural, clericalista e impositiva, para discernir e assumir sem medo as diversificadas expressões culturais de seus povos.

Pe. Vitor Galdino Feller

Publicado na edição de outubro de 2019 do Jornal da Arquidiocese, página 05

Sínodo dos BisposSínodo para a Amazônia

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