Dioceses catarinenses comprometem-se em ampliar o trabalho ecumênico
“Nada justifica a divisão entre os cristãos”, avaliou Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Presidente do Regional Sul 4 (Santa Catarina), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, ao falar sobre a importância do trabalho ecumênico entre as igrejas em Santa Catarina. Este foi um ponto de pauta da reunião do Conselho Regional de Pastoral (órgão subsidiário do Conselho Episcopal Regional) que aconteceu nos dias 05 e 06 de março, em Rio do Oeste, Santa Catarina. Participaram pastorais, organismos, movimentos e dioceses, além dos bispos catarinenses.
Ele explicou que o Concílio Vaticano II foi inspirado pelo espírito da unidade, por isso foi ecumênico. Embora que, ainda hoje, a necessidade de diálogo permaneça, há uma “perspectiva de diálogo começando com a própria proposta do papa Francisco”, ponderou. O Arcebispo acrescentou que por meio da Palavra de Deus é possível “dialogar muito bem”.
As dioceses se comprometeram em garantir a participação de delegados no seminário de preparação da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e no Mutirão Ecumênico, em Florianópolis. Além disso, deverá haver implantação e a animação das Comissões Diocesanas para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso.
Sínodo 2015: CRP aponta que matrimônio precisa de melhor preparação
A reunião do Conselho Regional de Pastoral (CRP) também teve na pauta, a discussão do Sínodo 2015 sobre a família. Na ocasião, os participantes responderam o documento preparatório (‘lineamenta’) no qual se apresentam 46 perguntas sobre temas como a pastoral dos divorciados ou acolhimento dos homoafetivos.
Eles apontaram que há necessidade da Igreja exercer com mais amplitude o acolhimento e misericórdia e de agilizar os processos de nulidade matrimonial. Atualmente, os processos de nulidade costumam durar um ano na primeira instância e 6 meses no tribunal de apelação.
As respostas também apontaram que não há um trabalho sistemático de atenção aos homoafetivos. Destacaram ainda, que celebrações matrimoniais privilegiam o evento social em detrimento ao sacramento.
Outra preocupação recorrente nas respostas é a preparação para o matrimônio. “Não se pode formar noivos em apenas dois encontros”, analisou padre Hélio Luciano, que assessorou o CRP nesta etapa.
As respostas serão compiladas pelo secretariado executivo do regional e enviadas às dioceses, para ajudar reflexões pertinentes sobre a realidade e a situação de cada local. A compilação também será enviada à Secretaria Geral do Sínodo.
Contra a corrupção, Regional Sul 4 mantém coletas de assinaturas por reforma política
A discussão do trabalho ecumênico em Santa Catarina, a articulação da Comissão Regional de Liturgia, as questões da realidade política atual e a posição da CNBB quanto à reforma política, também fizeram parte da pauta do encontro em Rio do Oeste.
Os membros do conselho consideraram essencial a manutenção da coleta de assinaturas para a Reforma Política, proposta por uma coalizão que inclui a CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil e outras 103 entidades.
— A campanha de coletas de assinaturas para o projeto de lei continua. Enquanto não chegarmos a 1,5 milhão nós não vamos parar —, assegurou o bispo de Caçador, Dom Severino Clasen, que também é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato, da CNBB. Cerca de 700 mil assinaturas válidas foram coletadas.
Ele também recomendou visita ao site institucional [www.cnbb.org.br] para todos estarem seguros quanto à posição da entidade. “Existem grupos que são muito contra isso, e estão tentando desmoralizar a Igreja Católica por ser o carro chefe dessa campanha, então por isso tem que estar bem atento”, alertou.
Dom Wilson lembrou que a CNBB lançou uma cartilha que sugere quatro encontros que detalham as propostas em relação ao financiamento democrático das campanhas eleitorais, à eleição proporcional em dois turnos para os cargos legislativos, ao aumento do número de mulheres na política e à democracia direta. “Esta é a posição da CNBB”, assegurou.
Uma das dificuldades na coleta de assinaturas é a falta do número do título eleitoral. Porém, Dom Clasen assegurou que mesmo esses eleitores podem participar. “Basta anotar na ficha o nome da mãe. Isso permite que o documento possa ser localizado por uma comissão”, explicou.
Com informações de Marcelo Luiz Zapelini