A Páscoa mostra que o cristão é chamado a tornar-se uma nova criatura. A celebração eucarística no dia do Senhor torna-se o grande instrumento para gerar e cultivar a vida nova conquistada por Cristo. Dois aspectos permitem entender o que significa o domingo e a Eucaristia: a comunhão e a caridade.
O dia do Senhor é vivido como um tempo para os outros. As palavras e gestos de Cristo na instituição mostram o sair de si – isto é meu corpo entregue… meu sangue derramado por vós e por todos. Cristo é doado a nós, cristãos, a fim de que seja doado para todos. A Igreja que nasce da Eucaristia está aberta para todos. E a primeira missão consiste em construir a comunidade. E a comunidade é constituída de pessoas que estão voltados para os outros. A lei fundamental da missão: a Igreja que vive em unidade é o testemunho mais persuasivo para o mundo.
A comunidade dos Atos dos Apóstolos é descrita como experiência na casa e no templo. A festa e o domingo são vividos como momentos para renovar a vida eclesial, reconstruir o clima de vida familiar. Também no nosso tempo, a Igreja local constitui-se na presença concreta do Evangelho e se torna o centro da existência humana. Na paróquia se vive o sentido da pertença, do viver para os outros. A vida cotidiana é vivida como sinal da unidade na paróquia.
O domingo é o momento de viver juntos (encontro) e assim evitar a banalidade do consumismo. É o dia de viver experiências de comunhão fraterna entre as pessoas e as famílias. Desta forma, a vida cotidiana se torna sinal da unidade na paróquia.
O domingo é vivido também como o dia da caridade. A Igreja que se alimenta da Eucaristia dominical é comunidade de serviço a todos. Sobretudo no Advento e na Quaresma se propõe o serviço da caridade como tarefa essencial da família e da comunidade. A caridade exprime o desejo de comunhão com Deus e com os irmãos. Sem a experiência do serviço em casa, sem a prática da ajuda recíproca, sem a participação nos deveres da comunidade, dificilmente nasce um coração capaz de amar.
Artigo publicado na edição de maio de 2019 do Jornal da Arquidiocese, página 02
Por Dom Wilson Tadeu Jönck, sc