No Tríduo Pascal, a esperança de uma nova vida

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No Tríduo Pascal, a esperança de uma nova vida

Cristo ressuscitou, aleluia!
Sim, verdadeiramente ressuscitou!

O centro da Semana Santa é o Tríduo Pascal: a Ceia do Senhor – com o Lava-pés, sua Paixão e Morte e a Vigília Pascal da Ressurreição.

O Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, presidiu todas as celebrações do Tríduo na Catedral Metropolitana, a Igreja Mãe da Arquidiocese.

O Lava-pés

Na noite da Quinta-feira Santa, 18, ocorreu o início do Tríduo Pascal, com a celebração da Última Ceia do Senhor e do Lava-pés, o Mandamento do Amor por excelência.

Fotos: André Kinal

Nessa liturgia, a igreja recorda a Santa Ceia e a Instituição do Sacramento da Eucaristia, que representa o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, da oferta de Sua vida à humanidade. O Evangelho de João narra o momento em que Jesus lava os pés dos discípulos.

Esse gesto é repetido pelo Arcebispo, que lavou os pés dos integrantes do Movimento Pólen, da Catedral. Entre eles estava o estudante Francisco José Vieira, 17 anos, que pela primeira vez participou desse rito. “Fui convidado pela minha prima e fiquei meio nervoso na hora que Dom Wilson começou a lavar meu pé, mas depois me senti muito bem, porque notei todo um carinho nesta tradição. É um momento de união que todos nós deveríamos usar para refletir sobre a doação e a humildade”, disse Francisco.

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Na homilia, Dom Wilson afirmou que devemos “sair da escravidão para a liberdade, deixar tudo que é excesso. Deus é o caminho da liberdade, é Ele quem dirige. A caminhada para a libertação é contínua. Pela Sua vida e pelo Seu sangue, Cristo nos salva”. E ao prosseguir destacou que “somos chamados a lavar os pés uns dos outros. O caminho de libertação passa por um percurso de esvaziamento”.

Adilson Gonçalves, 67 anos, aposentado, participa da equipe do dízimo e da pastoral do canto, da Catedral. Para ele, “com este gesto de lavar os pés dos apóstolos, Cristo nos pede para sermos humildes e levarmos uma vida coerente com o Evangelho, no nosso cotidiano”.

Ao final da Missa, o Santíssimo Sacramento foi transladado solenemente e ali permaneceu até a Sexta-feira Santa, onde os fiéis puderam adorá-Lo.

Sexta-feira da Paixão

Fotos: André Kinal

A Sexta-feira Santa, 19, levou centenas de fiéis até a Catedral Metropolitana, para a Paixão do Senhor Jesus Cristo. É o único dia do ano em que não são celebrados os Sacramentos. Silêncio, jejum, abstinência da carne e oração marcaram este dia de penitência, para mergulhar no significado profundo da morte de Cristo.

O altar ficou sem a cruz, as toalhas e os castiçais. A celebração começou e terminou em silêncio. O presidente da celebração, Dom Wilson Tadeu Jönck, e os padres que concelebraram, aproximaram-se do altar, fizeram reverência e se prostraram por um breve tempo.

Às 15h, celebrou-se a Paixão e morte do Senhor, proclamou-se a Oração Universal da Igreja e a adoração da Santa Cruz. Ao final da celebração, os fiéis puderam beijar a Cruz.

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“A cruz nunca chega porque escolhemos ou desejamos, somos convidados a carregá-la, nos acontecimentos da nossa vida. A cruz é salvação. Nos tornamos puros, quando colocamos tudo na cruz de Cristo. O símbolo da Paixão é o lado aberto onde sai sangue é água. Não há cristianismo sem cruz”, disse o Arcebispo, durante a homilia.

Na escadaria da Catedral, todos se emocionaram com a encenação da Paixão de Cristo, apresentada pelo Movimento Jovem Água Viva, de Florianópolis.

Em seguida, às 18h, ocorreu a descida da cruz e a procissão do Senhor Morto, pelas ruas centrais da capital.

Padre Vilson Groh fez o sermão, na chegada da procissão. “Diante da Cruz, Maria estava de pé. E quando desceram o Filho, ela o acolheu nos braços. O Filho do amor, o Filho que só fez o bem. O Filho de Deus que não tinha mais vida, estava nos braços de uma mãe. Vamos lembrar neste momento, quantas mães perdem e enterram um filho. Quantos funerais de filhos jovens eu fiz ao longo da minha vida. E é no rosto da Mãe das Dores, que encontro forças para estes momentos”.

Sábado Santo e a
Mãe de todas as vigílias

sDurante todo o Sábado Santo, 20, a Igreja guardou o silêncio, venerando a sepultura do Senhor.

Fotos: André Kinal

À noite, na Catedral, o Arcebispo presidiu a Vigília Pascal, “a mãe de todas as vigílias”, como afirmava Santo Agostinho.

Teve início com a bênção do fogo, pois a Ressurreição do Senhor fez desaparecer as trevas do pecado e da morte. Com o fogo novo abençoado foram aplicados os cravos – símbolos das chagas gloriosas de Cristo – e se acendeu o Círio Pascal, vela que representa o Cristo Ressuscitado.

Os sacerdotes e os fiéis entraram na Igreja em procissão com o Círio Pascal, que depois foi colocado no presbitério. O pároco da Catedral, Pe. David Coelho, cantou a Solene Proclamação da Páscoa.

Nesta noite, uma criança e um jovem foram batizados. Este mesmo jovem e outro, ambos de Florianópolis, receberam ainda a Primeira Eucaristia e o Sacramento da Crisma.

O Arcebispo destacou na homilia que “Cristo vem para restaurar o homem. Na Páscoa celebramos a vida nova, a vida do seguimento de Cristo.
A grande novidade é que Cristo ressuscitou, está vivo, Todo gesto de amor não morre. A grandiosidade do ser humano é amar. Mas só em comunhão com Deus se consegue isso. Vale lembrar que no batismo, nos tornamos cheios da graça de Deus”.

Outro grande momento da Vigília Pascal foi o Canto do Aleluia, silenciado por toda a Quaresma. É a Páscoa do Senhor, a passagem da morte para a vida.

No Sábado Santo, 20 de abril, as 71 paróquias da Arquidiocese também celebraram a vitória da vida e cantaram o Aleluia. Cristo venceu à morte, ressuscitou, Aleluia!

A Páscoa é o centro da vida da Igreja. Tudo brota e converge para ela, é a passagem da morte para a vida. É tão importante que a liturgia proporciona 50 dias para o cristão usufruir da alegria do Ressuscitado no meio da humanidade, período esse chamado de tempo pascal e que dura até o domingo de Pentecostes, onde Jesus, ao subir aos céus, envia o Espírito Santo prometido.

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