Pelo batismo todos os cristãos “são portadores da graça batismal, participantes do sacerdócio comum, fundado no único sacerdócio de Cristo” (Doc. 105, n. 110). Ele expressa o dom da igualdade e da totalidade: todos na Igreja são iguais na graça de Deus, todos são chamados à santidade, todos recebem dons e carismas, todos são chamados a exercer ministérios e serviços, todos são profetas, para proferir a Palavra de Deus, todos são pastores ou guias, para animar a caridade do Povo de Deus, todos são sacerdotes, para oferecer a vida a Deus.
O SENSO COMUM
O povo de Deus, em seu conjunto, tem o sentido da fé. O consenso dos fiéis não erra na aceitação e na exposição da fé. Isso não impede, é claro, que alguns se desviem. Mas, em seu conjunto, por uma assistência especial do Espírito Santo, todos têm uma sensibilidade própria para distinguir o que vem de Deus e o que não pertence a Deus. Mesmo não tendo conhecimento profundo da Bíblia, mesmo sem estudos de teologia, os fiéis sabem, por intuição, distinguir os caminhos da verdade cristã e permanecer na fé.
O PERFIL MARIANO DA IGREJA
Maria é imagem da Igreja. Como Maria da história e Maria da glória, ela é mãe e membro da Igreja a caminho do Reino definitivo. No interior da Igreja ela exerce o sacerdócio mariano, feminino, maternal, afetivo, eclesial, leigo. O sacerdócio batismal dos fiéis, o sentido da fé, o consenso dos fiéis, a dimensão carismática e ministerial de todo o povo de Deus encontram em Maria sua mais perfeita realização. O sacerdócio dos ministros ordenados é petrino, masculino, realiza-se diante da Igreja. O sacerdócio de Maria coloca-se aos pés da cruz, com a Igreja, um sacerdócio laical, exercido com o povo, no meio do povo. “Em Maria, mulher leiga, santa, Mãe de Deus, os fiéis leigos e leigas encontram razões teológicas para a compreensão de sua identidade e dignidade no povo de Deus” (Doc. 105, n. 115).
VOCAÇÃO À SANTIDADE
Todos na Igreja são chamados à santidade. Os fiéis leigos “são interpelados a viver a santidade no mundo” (Doc. 105, n. 116). A santidade é um dom de Deus e uma tarefa do cristão a ser experimentada em qualquer situação da existência cristã: na vida em família, nas relações com os parentes e vizinhos, no trabalho profissional, nos estudos, nos divertimentos, no apostolado do Evangelho.
Por Pe. Vitor Galdino Feller
Publicado na edição de outubro/2018, nº 250, do Jornal da Arquidiocese, página 05.