Junto com as dioceses da Região Sul, a Arquidiocese acaba de lançar uma Campanha Vocacional objetivando conquistar um candidato (a) por comunidade. Nosso âmbito eclesial totaliza mais de 600 comunidades, 71 paróquias e capelanias. O desafio é belíssimo, porém requer o envolvimento dos diversos agentes pastorais, particularmente padres, diáconos, catequistas, religiosos e religiosas, ministros extraordinários da comunhão e outros que estão sob a liderança da equipe de Pastoral Vocacional e do Secretariado Pastoral.
Entretanto, um retrato histórico de nossa Arquidiocese revela que a origem de nossos presbíteros diocesanos recai sobre poucos municípios e paróquias. A distribuição, atualmente, está da seguinte maneira: Biguaçu e Antônio Carlos contam com 15 presbíteros, São Pedro de Alcântara tem sete presbíteros, Brusque e Florianópolis possuem oito presbíteros cada, Itajaí e São José possuem seis cada, Camboriú tem quatro presbíteros. Já os municípios de Nova Trento, Angelina e Palhoça dispõem de três presbíteros cada. Existem ainda localidades das quais se originou um ou dois sacerdotes totalizando 14 municípios. Um dado importante a ser lembrado é que 16 presbíteros são oriundos de outras dioceses catarinenses e sete presbíteros nasceram em outros estados do Brasil.
Entre os falecidos, 31 eram sacerdotes estrangeiros (alemães, italianos, poloneses, portugueses etc.). Registra-se que 16 são provenientes de outras regiões catarinenses e brasileiras. Destaca-se que 18 presbíteros nasceram e morreram em terras da Arquidiocese. Por fim, alguns deixaram o ministério sacerdotal.
Estes dados, cuja fonte é o Anuário da Arquidiocese (2018), por si só configuram um desafio enorme em nossa Pastoral Vocacional. Evidentemente, nesses dados, não estão incluídos os religiosos e religiosas que mereceriam uma pesquisa própria e o mesmo se deve dizer dos diáconos.
Em vista disso, cabem algumas perguntas: Por que temos paróquias que não deram presbíteros à Igreja? Por que algumas paróquias deram apenas um ou dois sacerdotes? O que podemos fazer para suscitar mais vocações presbiterais e religiosas? Com a fragilidade que se constata na Pastoral da Juventude das paróquias, qual o futuro vocacional de nossa Igreja? Quando vamos articular o Catecumenato Crismal com a Pastoral Vocacional e a Pastoral da Juventude?
O desafio não é apenas da Equipe Arquidiocesana de Pastoral Vocacional, mas de todos nós cristãos, discípulos de Jesus Ressuscitado. É verdade que não queremos quantidade, mas qualidade! Por isso mesmo vamos à luta!
Um sacerdote por cada paróquia e se for possível mais ainda, um vocacionado por comunidade!
Na expectativa do centenário de nossa Província Eclesiástica (1927) lancemo-nos ao compromisso vocacional. Este é o presente que a Providência espera de nossa Igreja. Neste ano serão ordenados seis novos presbíteros! Isto é um presente dos céus! No entanto, se considerarmos que a Arquidiocese de Florianópolis tem 1.800.000 habitantes (IBGE), esse número de novos padres é, na realidade, um novo padre para cada 300.000 habitantes. É muito pouco!
Que o Bom Pastor nos dê mais vocacionados para a evangelização!
Por Pe. Vilmar A. Vicente – Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC)
Foto: João Augusto de Farias