Desde o Concílio Vaticano II (1962-1965), o magistério da Igreja vem lançando insistente apelo aos leigos para que assumam sua missão na Igreja e no mundo. Por meio de diversos documentos, os bispos pedem que os fiéis leigos sejam protagonistas do anúncio e da prática do Evangelho.
OS LEIGOS NO VATICANO II
O Concílio propôs uma grande renovação da Igreja com vistas a enfrentar os desafios que lançava o mundo moderno. Identificou a Igreja como povo de Deus em comunhão, na igualdade básica de todos os seus membros, na missão comum no meio do mundo. Os leigos deixam de ser fiéis de segunda categoria e passam a ser vistos como membros efetivos da Igreja, protagonistas da presença e ação da Igreja no mundo, colaboradores do anúncio e da realização do Reino de Deus na terra. Em diversos documentos, o Concílio tratou da natureza, dignidade, espiritualidade e missão dos fiéis leigos, construindo o que o papa São João Paulo II chamou de maravilhosa teoria do laicato.
OS LEIGOS E A IGREJA NA AMÉRICA LATINA
Os bispos da América Latina também lançam o engajamento e a valorização dos leigos. Na Conferência de Medellín (1968), consideram que são os leigos os primeiros responsáveis a fazer com que a Igreja aconteça e se realize no mundo. Em Puebla (1979), os leigos são chamados de homens e mulheres do mundo no coração da Igreja e homens e mulheres da Igreja no coração do mundo. Em Santo Domingo (1992), os leigos são identificados como protagonistas da transformação da sociedade. Em Aparecida (2007), os bispos pedem abertura de mentalidade para que todos na Igreja acolham o ser e o fazer dos leigos, que são, pelo Batismo e pela Crisma, discípulos missionários do Senhor.
OS LEIGOS E A IGREJA NO BRASIL
O episcopado brasileiro, em muitos documentos da CNBB, insiste na vocação e missão dos leigos. Uma das frentes abertas são os ministérios leigos a serem exercidos no interior da Igreja: aconselhamento conjugal, bênção das casas, missões populares etc. Outra, são os serviços que os leigos podem exercer nos diversos ambientes do mundo: família, trabalho, política, ciência, educação, ecologia, saúde, comunicação etc. Com as diretrizes do Concílio e dos bispos, é preciso abrir caminhos para que os leigos sejam de fato a vanguarda da Igreja e de sua obra evangelizadora.
Por Pe. Vitor Galdino Feller
Publicado na edição de fevereiro/2018, nº 242, do Jornal da Arquidiocese, página 05.