Mais de 90% das mulheres que procuraram os núcleos de atendimento no estado desistiram de abortar
O nome é fictício, mas é a história real de uma vida que foi salva. Luciana, 37 anos, passou seis meses da gravidez ingerindo vários comprimidos para provocar o aborto. Próximo aos sete meses de gravidez, ela chega em um dos núcleos de atendimento e depois de uma longa conversa é levada para fazer exames. Constata-se que o bebê tem anencefalia. A mãe chora, reage e diz que vai levar a gravidez até o fim. Nasce um menino, que é batizado e vive 30 dias. A mãe o visita diariamente no hospital. Com dignidade enterra o filho.
Algum tempo depois, esta mãe entra novamente em contato com o núcleo para agradecer. E a vida desta mãe foi mudada. “Eu tenho um anjinho no céu que todos os dias intercede por mim e me dá forças para seguir em frente”, declara Luciana. Para a orientadora do núcleo, a surpresa foi enorme, pois relatou que não havia falado de Deus para aquela mulher. O amor que esta mãe encontrou, revelou a face de Deus em sua vida.
Este é apenas um dos milhares de testemunhos de vidas salvas através do trabalho que chegou ao Brasil, especificamente na Arquidiocese, em 2013, por meio da força de vontade do Pe. Hélio Luciano. É um formato de núcleo de atendimento de mulheres no Brasil.
O Pe. Hélio reuniu um grupo de pessoas que, juntas, levam em frente esta missão. Hoje no Brasil são oito núcleos de atendimentos. A sede nacional está localizada na Arquidiocese de Florianópolis.
Conforme dados estatísticos de 2016 e 2017 (de janeiro a abril), do núcleo de atendimento que atende todo o Estado, 482 mulheres entraram em contato no período citado. Neste período, o núcleo foi informado do nascimento de 12 meninos e 13 meninas, e 20 bebês encaminhados para adoção. Destas mulheres, 41 abortaram. Alegra saber que 441 mulheres disseram sim à vida, fruto do trabalho silencioso realizado pelo núcleo de Florianópolis.
Segundo a coordenadora local, Salete Andreade, os trabalhadores e voluntários destes núcleos devem ter vida sacramental, com oração diária e adoração ao Santíssimo. Enfim, revestem-se da couraça de Cristo, para combater o bom combate, como diz São Paulo.
Nos atendimentos não se fala de religião. Reserva-se à ciência, que ajuda a demonstrar para cada mulher com gravidez indesejada, as consequências do aborto e de como o bebê vai ser esquartejado para ser removido do últero. E, por fim, que isto é um crime, pode-se dizer, hediondo.
De acordo com a diretora nacional dos núcleos, para atender as mulheres presencialmente, seria preciso pelo menos um núcleo em cada capital brasileira, mas há um trabalho para isto.
Na Arquidiocese, outro trabalho em defesa da vida ganha destaque. A partir da necessidade de elaboração de um projeto de extensão social, que os acadêmicos do 5° semestre de Filosofia devem desenvolver na matéria de Doutrina Social da Igreja, da Faculdade São Luiz, em Brusque, nasceu o Projeto “Eu digo sim à Vida”.
Foi idealizado pelos seminaristas de Azambuja, (Diocese de Tubarão e Arquidiocese de Florianópolis) e tem como objetivo a defesa da vida. O que era no início apenas uma motivação acadêmica se tornou uma causa abraçada pelo grupo.
Dentro deste projeto, ocorreu em abril, no teatro do Seminário de Azambuja, um encontro de formação com o objetivo de conscientizar os fiéis católicos sobre a importância da vida e os males do aborto. Contou com a participação de 120 lideranças de diversas paróquias e comunidades da Arquidiocese e demais Dioceses do Regional Sul IV.
A segunda etapa do projeto foi uma ação evangelizadora pró-vida, no Santuário de Azambuja, onde os voluntários tiveram a oportunidade de dialogar com os fiéis a respeito da importância da defesa da vida. Encerrou-se o evento com uma celebração em defesa da família e da vida, presidida pelo Pe. Vicente de Paula Neto, da Comunidade Bethânia.
Um dos idealizadores do projeto, o seminarista Rodrigo Laufer, explica que será formado um grupo de estudos referente ao tema da defesa da vida e dos males do aborto, com o intuito de capacitar lideranças dentro da Arquidiocese que possam debater o assunto nos mais variados ambientes e, assim, apresentar argumentos em favor da vida. “O desejo é que as pessoas que receberem a formação possam repassar o conteúdo em todas as paróquias”, afirmou Rodrigo.
Além do caráter formativo, os seminaristas e os leigos engajados no projeto desenvolvem meios de arrecadação financeira, para a manutenção de obras da Igreja que já trabalham com a defesa da vida.
Para levar o projeto para a sua paróquia, entre em contato com os seminaristas: Rodrigo Laufer (47) 98421-5611 e Adson Muniz (48) 99144-2898.
Matéria publicada na edição de julho de 2017 do Jornal da Arquidiocese, página 12.