No quinquagésimo dia após a Páscoa, os judeus celebravam a aliança de Deus com o povo e ofereciam, no Templo, os primeiros frutos das colheitas. Foi nessa festa judaica de Pentecostes que os primeiros cristãos receberam o primeiro dom pascal: o Espírito Santo.
Aí também teve início o povo da nova e eterna aliança, a Igreja. Querida pelo Pai desde a criação da humanidade, preparada na história do povo de Israel e gestada na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, a Igreja nasce no dia de Pentecostes. Possuídos pelo Espírito Santo, os apóstolos, os discípulos e discípulas do Senhor, tendo à frente deles Maria, a mãe de Jesus, saem pelo mundo a anunciar o Evangelho da salvação.
Eles haviam conhecido o próprio Deus na carne humana de Jesus de Nazaré, tinham visto e ouvido a Palavra da vida, experimentado a alegria pascal do encontro com o Ressuscitado. Mas viviam no medo de que pudesse acontecer com eles o que havia acontecido com o Mestre. Mas, agora, cheios do Espírito Santo, os primeiríssimos cristãos recebem força e coragem para enfrentar as tribulações e perseguições próprias do anúncio e da prática do Evangelho.
O Espírito Santo é o protagonista da evangelização. Ele guia os cristãos, fortalece-os na missão, ilumina-os nas decisões a serem tomadas, ajuda a discernir nos momentos conflituosos. Há uma união tão profunda entre o Espírito Santo e os apóstolos, uma confiança em seu poder e em sua presença, que se chegou até a criar a fórmula: “O Espírito Santo e nós decidimos…” (Atos 15,28).
Em tempos em que a Igreja precisa de novo ardor para continuar a obra evangelizadora de Cristo, convém suplicar ao Espírito Santo que seja ele a tomar as rédeas da nova evangelização.
Que as festas do Divino Espírito Santo, muito apreciadas pelo povo de nossa Igreja diocesana, nos acordem para a grande obra de evangelização que o Senhor espera de nós.
Por: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
Artigo publicado na edição de junho de 2017 do Jornal da Arquidiocese, página 02.