Na Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi, o Papa Paulo VI afirma que “o empenho em anunciar o Evangelho aos homens do nosso tempo, animados pela esperança, é sem dúvida alguma um serviço prestado à comunidade dos cristãos, bem como a toda a humanidade”.
Ou seja, o cristão é chamado a anunciar o Evangelho em qualquer tempo e lugar, a exemplo de João Paulo II, o Papa missionário, que visitou 129 países. Nesta lista estava o Brasil que o recebeu por três vezes, nos anos de 1980, 1997 e em 1991. Nesta última vez, esteve na Arquidiocese, para a beatificação de Madre Paulina do Coração de Jesus Agonizante.
Na noite de 17 de outubro de 1991, aterrissava na Base Aérea de Florianópolis, o avião que trazia João Paulo II, com 71 anos na ocasião. Às 20h30, ele chegava de helicóptero ao Centro de Treinamento da Polícia Militar. Lá, o papa missionário abençoou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima e a dedicou como padroeira do centro de ensino da instituição. Padre Valdemar Groh, na época, capelão da Polícia Militar, lembrou que “foi inesquecível receber a visita papal. A Polícia Militar zela pela segurança da sociedade e foi reconhecida por um papa”.
Na manhã do dia seguinte, foi até o aterro da Baía Sul, onde presidiu a missa de beatificação de Madre Paulina, com a presença aproximadamente 60 mil pessoas.
Batata a dorê para o missionário
Na continuação da visita, após a celebração eucarística, João Paulo II almoçou na residência episcopal. A auxiliar de cozinha na época, Ana Maria Santiago Laurindo, ajudava a fazer o almoço, com outras pessoas. “Já estava tudo sob controle na cozinha e eu decidi dar uma volta na casa, para ficar mais próxima dele. Foi então que o Arcebispo Dom Eusébio Oscar Scheid e Pe. Afonso Ermmendoerfer me apresentaram ao papa. Ele colocou a mão na minha cabeça e me abençoou. Emocionada, fiz um pedido para ficar grávida. Três meses depois, engravidei e coloquei o nome do meu filho de João Paulo, em homenagem a ele”, complementou Ana, que trabalha na Cúria há 27 anos.
A copeira do Ministério Público, Maria Terezinha Serafim dos Santos, foi convidada por Dom Eusébio para cozinhar especialmente para João Paulo II. “Fui apresentada ao papa, disse que estava com dor de cabeça e ele me deu uma bênção especial. Depois daquele dia, nunca mais soube o que foi dor de cabeça”, assegura Maria Terezinha. No cardápio para um missionário tão simples: salada tropical, peixe – já que não comia carne na sexta-feira – e um pedido especialmente feito por ele, batata à dorê.
Às 17h30 daquele dia 18 de outubro de 1991, o papa missionário partia novamente em missão, desta vez, rumo a Vitória, Espírito Santo. Permaneceu no Brasil até o dia 21 de outubro.
Igreja Missionária
A Arquidiocese de Florianópolis tem frentes missionárias na Bahia, na Amazônia e na África. Na Diocese de Barra, Bahia, na Pro-Paróquia São Francisco, está o Pe. Antônio Luiz Schmitt, que iniciou a missão em fevereiro deste ano. O Pe. Jacob Archer está na Diocese de Macapá, no Amapá, desde 2015. O Pe. Lúcio Espíndola Santos partiu em missão para a Diocese de Bafatá, África, no ano de 2006.
Segundo o Conselho Missionário Diocesano (COMIDI), desde o ano de 2000, a Arquidiocese participa das Santas Missões Populares, no período das férias, na Diocese de Barra, na Bahia. Uma destas missionárias que partiu em missão para lá é a pedagoga e pós-graduanda Zenir Gelsleichter, da Paróquia de Angelina. A agente da Cáritas foi para a Diocese de Barra pela primeira vez, em 2006. E assim, todo ano ela vai em missão para a Bahia.
Em 2012, Zenir foi um pouco mais longe, para a África, onde ficou dois anos e 25 dias. Lá, a jovem trabalhou na animação vocacional, no projeto de costura para mulheres e outras atividades. “Perceber o outro como morada de Deus e o próprio Deus vindo ao nosso encontro através do outro, dispor-se com amor, ouvir, isto é gratificante na vida missionária”, lembra Zenir.
Missões Populares
Algumas paróquias da Arquidiocese promovem durante o ano as Santas Missões Populares, quando os missionários visitam as casas, em semanas e mutirões missionários, com o objetivo de evangelizar. “O apelo é que cada paróquia viva bem este mês missionário, observando de modo especial o tema deste ano. E que se tenha também um forte empenho na coleta missionária, que acontece nos dias 22 e 23 de outubro”, explicou o coordenador do COMIDI, Pe. Josemar Silva.
Campanha Missionária 2016
Assim é a vida em missão. Ora o missionário está aqui, Ora ali, o importante é ir ao encontro, como fez o Santo João Paulo II, ao percorrer 129 países, nos seus 26 anos de pontificado. Papa Francisco insiste na missionariedade da Igreja. “Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho em todos os lugares, em todas as ocasiões. A alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém” (EG 23).
Como já é tradição, em outubro, a Igreja desenvolve a Campanha Missionária, que este ano tem como tema “Cuidar da Casa Comum é nossa missão” e o lema, “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Este tema mobiliza a sociedade para a responsabilidade e zelo com o planeta.
Na Exortação Apostólica Evangelli Nuntiandi, um convite para este mês missionário: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo”.
Serviço
Coleta do Dia Mundial das Missões
22 e 23 de outubro
Em todas as comunidades.
A coleta é enviada para as Pontifícias Obras Missionárias.