“Como é bonito nos reunirmos no dia da Santíssima Trindade, modelo de paz, união e fraternidade. Louvemos ao Senhor por muitas famílias boas que temos. Vocês, pais e mães, aprendam de Deus a viver a misericórdia dentro do seu lar”. Estas foram as palavras iniciais do Bispo Emérito da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Vito Schlickmann, na Missa que presidiu no último domingo, 22, no Festival da Família.
A chuva não impediu que aproximadamente duas mil pessoas participassem da Celebração, na Beira Mar Continental, na Capital. Na quarta edição do evento, foi celebrado também o Jubileu da Misericórdia da Família, como parte da programação do Ano Santo na Arquidiocese.
Vários padres concelebraram, com o apoio de diáconos. Os cantos foram animados pela Comunidade Católica Abbá, Pai.
O assessor eclesiástico da Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família (CAVF), Pe. Hélio Luciano, iniciou a homilia justificando a ausência do Arcebispo, Dom Wilson Tadeu Jönck, que está em um evento sobre as famílias, em Aparecida. Na sequência, o padre lembrou que a família é uma das imagens que se usa para falar da Santíssima Trindade, solenidade celebrada na liturgia deste domingo. “Nem todo tipo de associação é família. Ela não é uma montagem cultural. Sempre tem problema na família, mas isso não nos faz deixar de se ter uma”, assegurou Pe. Hélio.
Na continuação da homilia (confira abaixo os principais trechos da pregação), o padre relatou que “vamos esquecendo como se vive a família. É o meu whatsapp, me face, meu email, o meu, meu. Vamos brigando para ver quem está mais ocupado. Mas será que não é necessário ter tempo para brincar com nosso filho, nossa filha, ficar com o esposo, a esposa? Precisamos voltar a se encontrar. Família, volte a se encontrar”!!!
Antes de encerrar a Missa, Dom Vito sustentou que todo edifício construído sobre a rocha firme resiste às tentações, e é importante a presença da Pastoral Familiar nas paróquias. O Bispo Emérito deixou uma dica essencial. “A oração é o fundamento das famílias e da Igreja. É preciso ter coragem e força para resistir às provações que a vida oferece”, finalizou.
Uma ampla estrutura foi montada na Beira Mar Continental, com praça de alimentação e barracas das Pastorais, movimentos, serviços e Novas Comunidades, de diversos lugares da Arquidiocese.
“É chamar a sociedade para dizer que a família tem voz e vez, que ela está viva e forte. Precisamos levantar a bandeira da família. Os valores morais, cristãos e éticos, vêm de casa. Quando a família é forte, a sociedade também é”, observou Eluiza Momm, coordenadora, juntamente com o esposo, Nilo, da CAVF.
O almoço foi animado por vários artistas locais no palco principal do evento. Na parte da tarde, mais música e brincadeiras entre pais e filhos.
Santa de Pinho Pereira, que coordena com o esposo o Movimento de Irmãos da Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, na Prainha, em Florianópolis, afirmou que percebe “a confraternização fraterna, a partilha entre todos. É o quarto ano que venho e neste, senti mais integração entre as famílias”.
O casal Kelly Paiva e Jorge Conceição estão juntos há dez anos e tem quatro filhos. Em julho eles se casam na Igreja do Santuário de Fátima. Neste segundo ano que participam do evento, eles têm motivos de sobra para festejar. “Passamos por muitas dificuldades para chegar ao Sacramento do Matrimônio, viemos de longe, do Pará, mas sabemos que as bênçãos são maiores. Vamos selar este nosso relacionamento em Deus”, comemorou Kelly.
Mas uma participante definiu perfeitamente o evento no domingo, em Florianópolis. “Isso aqui é uma obra do Espírito Santo para mostrar o valor da família. José, Maria e Jesus são o exemplo da verdadeira família. A união das pastorais, das paróquias, dos jovens, é uma riqueza que não se pode perder. Este evento fortalece a espiritualidade da família”, disse Odete Aparecida Silveira, da Mãe Peregrina e da Pastoral da Saúde da Paróquia de Capoeiras.
Trechos da homilia do Pe. Hélio Luciano
– A família é uma das imagens que se usa para falar da Santíssima Trindade. Estas pessoas são tão unidas que formam um único Deus.
– Hoje comemoramos o Jubileu da Família, no Ano da Misericórdia.
– Temos famílias feridas, machucadas, em crise. Viver como família exige, é difícil. Mas todo mundo quer uma família.
– Família não é uma montagem cultural.
– Nem todo tipo de associação é família.
– Sempre tem problema na família, mas isso não nos faz desejar deixar de ser família.
– Misericórdia é Deus, Ele é amor. Deus vive profundamente essa misericórdia.
– Nós somos complicados, Deus é simples.
– Temos preguiça de irmos ao nosso irmão, de o conhecermos. Temos compaixão, mas não agimos. E isso não é misericórdia.
– Misericórdia não é um julgamento. É esse corpo a corpo, alma a alma, olhar, o que podemos fazer juntos. Essa é a misericórdia.
– Vamos esquecendo como se vive a família. É o meu whatsapp, me face, meu email, o meu, meu. Vamos brigando para ver quem está mais ocupado. Mas será que não é necessário ter tempo para brincar com nosso filho, nossa filha, ficar com o esposo, a esposa? Precisamos voltar a se encontrar. Família, volte a se encontrar!
– Não está feito para gastar tempo, mas para amar.
– Dedicar tempo, cuidar do outro, isso é misericórdia verdadeira. Gastar tempo para a educação, detalhes de carinho um com o outro. A mulher precisa se sentir amada e o homem, útil. A mulher necessita de demonstrações de amor.
– Deus tem um plano de profundidade profundíssimo para você.
– Jesus gastou tempo com a Samaritana, com um e outro, Ele gastou tempo com cada um.
– Que nesse dia da Santíssima Trindade possamos viver as entranhas do Pai, Filho e Espírito Santo. Tentar ser o próprio Cristo na nossa vida, com a luz do Espírito Santo.