Neste Ano da Misericórdia, a Campanha da Fraternidade Ecumênica propõe o tema “Casa comum, nossa responsabilidade”. O Papa Francisco, na encíclica Laudato Sì, nos pede que sejamos cuidadosos com a mãe natureza. Juntando as ideias e as sugestões que o papa e as igrejas do CONIC nos apresentam, podemos lançar a todos o convite para sermos misericordiosos com a natureza. Isso implica cuidado, atenção, respeito. Também carinho e ternura. A criação, que é obra de Deus, precisa também de nossas obras de misericórdia. Que poderíamos chamar de obras de misericórdia ecológicas.
Convite à coerência
Todo domingo, na missa, confessamos: “Creio em Deus Pai, criador de todas as coisas”. Durante a semana, talvez sem nos apercebermos, agredimos a natureza criada por Deus. A atitude consumista nos torna agentes de poluição e depredação da obra divina. Manifestamos, assim, a incoerência de nossa fé. Professamos a fé em Deus criador e destruímos a obra por ele criada. Nossa fé nos convida à coerência. Somos interpelados a viver o que professamos.
Deus e a criação
As Escrituras falam muito da misericórdia de Deus com sua criação. Ele propõe descanso absoluto para a terra no ano sabático (Lv 25,4) e no ano jubilar (Lv 25,11); dá alimento aos animais (Sl 104,27-28; 145,15-16; 147,9); ama tudo o que existe e é amigo da vida (Sb 11,24-26); condena os seres humanos como responsáveis pela destruição da natureza (Os 4,1-3); é misericordioso com todos os seres vivos (Eclo 18,12). Como Deus é misericordioso com sua criação, também nós somos convidados a cuidar da natureza.
Obras de misericórdia ecológicas
Levando em conta a realidade de nossa região, presenteada por Deus com tão bela natureza, com suas praias e serras, costões e matas, somos chamados a preservar a obra criadora de Deus. Por isso, propomos estas obras de misericórdia ecológicas: 1. Controlar o desperdício de água; 2. Evitar o desperdício de alimentos; 3. Evitar desperdício de energia; 4. Fazer coleta seletiva do lixo; 5. Preservar a limpeza dos locais particulares e públicos; 6. Cuidar do patrimônio comum; 7. Evitar o consumismo.
Cabe à criatividade de cada um descobrir meios e modos de ser misericordioso com a criação.
Artigo publicado na edição de março/2016, nº 221, do Jornal da Arquidiocese.