O apóstolo São Judas Tadeu, primo irmão de Jesus, é conhecido como o santo das causas mais ‘desesperadoras’. A divulgação e a origem dessa invocação se devem a Santa Brígida, no século XIV. Narra-se em sua biografia que o próprio Jesus lhe apareceu, aconselhando a invocar São Judas Tadeu, até nos casos mais desesperados. Muitos o chamam de santo das causas impossíveis. Impossível, sim, aos olhos humanos, porém não a Deus, que tudo pode. Essa mesma recomendação aparece na vida de Santa Gertrudes.

Os primeiros cristãos, de maneira particular, os orientais, aos quais São Judas pregou o evangelho, tinham uma grande veneração por São Judas Tadeu. Durante a história, aos poucos, devido à ocupação mulçumana no Oriente, as comunidades cristãs foram se exaurindo e a devoção ao apóstolo se diluiu. Aos cristãos do Ocidente faltava o incentivo da tradição de seus povos, pois eles não foram evangelizados por São Judas. Outra situação que corroborou para o esfriamento da devoção foi o equívoco provocado com o nome dos dois apóstolos de Jesus; as pessoas confundiam São Judas Tadeu com Judas Iscariotes, o traidor. Isso tornou São Judas praticamente esquecido.

Além de Santa Brígida e Santa Gertrudes, vários santos colaboraram para o reaparecimento da devoção: São Bernardo de Claraval, São Lulo, arcebispo de Mogúncia, São Clemente Maria, entre outros. O que sabemos é que São Judas Tadeu está no coração do povo brasileiro. Fala-se que ele é o segundo santo mais popular do Brasil. A fé em Deus e a confiança humilde na intercessão de São Judas Tadeu têm levado muitíssimas pessoas à conversão e ao alcance de graças extraordinárias.
Nossa Arquidiocese tem várias paróquias dedicadas a esse Santo Apóstolo e as formas de devoção e ação de graças são as mais variadas, incluindo novenas, promessas e as formas de devoção popular, que se expressam em atos de caridade para o irmão mais necessitado.

Sua festa é celebrada no dia 28 de outubro e como ele foi um grande missionário do Reino de Deus em terras do Oriente, nós o associamos a todos aqueles que possuem o ardor missionário. Em suas vestes ele leva o manto vermelho, cor de sangue, e o machado, símbolo de seu martírio, com o qual testemunhou o seu amor por Jesus Cristo.

São Judas Tadeu vem em socorro de todos e, de modo particular, daqueles que se encontram desorientados. Todos sabem que, com o auxílio do santo, uma nova perspectiva surge para suas vidas e a chama da esperança volta a triunfar.

Por Pe. Carlos Alberto Chiquim
Pároco da Paróquia São Judas Tadeu, Brusque
Matéria publicada no Jornal da Arquidiocese, na página 08, edição de outubro de 2017

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