Paul Claudel e o Natal – Por Dom Wilson Tadeu Jönck

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Paul Claudel e o Natal – Por Dom Wilson Tadeu Jönck

Paul Claudel é escritor e pensador cristão. Nasceu em 1868 e morreu em 1955. Foi diplomata e representou a França em vários países, inclusive o Brasil.

Nasceu em uma família católica, mas diz que a sua primeira comunhão foi o ponto final da sua prática religiosa. Na adolescência passou a ler autores ateus. Perdeu a fé. Acreditava naquilo que as pessoas cultas da sua época acreditavam. Todos se declaravam descrentes e mostravam hostilidade contra a Igreja. Pensava que o universo era um encadeamento de leis, de causas e efeitos, e que os cientistas em breve dariam as devidas explicações a tudo. Sem freio moral, aos poucos foi caindo em um estado de tédio e de desespero. Vivia em um cárcere materialista onde Deus e o sobrenatural não faziam sentido.

Aos 18 anos, no dia de Natal, entrou na Catedral de Notre Dame, em Paris. Não foi motivado pela fé, mas para buscar inspiração para um trabalho que estava escrevendo. Estava acontecendo a oração das vésperas. Durante o Magnificat teve uma experiência mística. Ele próprio conta o que aconteceu. “Em um relance, meu coração sentiu-se tocado e tive fé…” Acreditei com tal força, com tão poderosa convicção, que não havia lugar para qualquer espécie de dúvida.

Mais tarde tentou juntar os elementos presentes naquela que foi a experiência central da sua vida. “Como são felizes os que creem! E se fosse verdade? É verdade! Deus existe, está aqui! É um ser tão pessoal como eu, me ama. Chama por mim”! A emoção tomou conta e as lágrimas desceram pelo seu rosto. E se intensificaram quando foi entoado o “Adeste Fideles”. Já em casa, retoma: “Sim, Jesus é o filho de Deus. É a mim, entre todos, que se dirigia o seu amor… Que me importa o resto do mundo”!

Para concluir, alguns pensamentos de Paul Claudel: “As crianças não devem receber a religião, têm que pegá-la do meio ambiente, como o sarampo”. “É mais trabalhoso conduzir os homens pela persuasão do que pela força”. “A juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio”. “Um pouco de luz vence muitas trevas”. “Será que o objetivo da vida é viver”? “Mais triste do que perder a vida, é perder a razão de viver”.

Artigo publicado na edição de dezembro de 2018 do Jornal da Arquidiocese, pág. 02.

 

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