Igreja e a superação da violência contra as mulheres

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Igreja e a superação da violência contra as mulheres

A defesa da vida em todas dimensões desde a fecundação até a morte natural é um princípio ético de todo cristão. Infelizmente, muitas vezes presenciamos grupos defendendo atitudes que de certa forma flexibilizam este princípio, que inclusive pode correr o risco de ser um princípio ou um critério ético.

O aumento da violência contra as mulheres é um produto dessa falta de discernimento do ponto de vista humanístico. O Brasil é um dos países mais violentos do mundo para as mulheres. A taxa de homicídios femininos no Brasil é de 4 mulheres para cada grupo de 100 mil mulheres, ou seja, 74% superior a média mundial. No Estado de Roraima são dez mulheres mortas para cada 100 mil mulheres. Em média são assinadas quatro mil mulheres no Brasil por ano, apenas por serem mulheres.

Essa violência compõe um cotidiano perverso sustentado por relações sociais profundamente machistas. A sociedade ignora que não há lugar seguro para mulheres no país. Elas são vítimas de um sistema que propaga uma cultura de violência, utilizando-se de elementos artificiais para justificar crimes violentos.

A Igreja tem um papel fundamental na desconstrução cultural que gera violência contra as mulheres. O anuncio da boa nova de Jesus Cristo que é a vida em abundância, implica também na denúncia de atitudes que impedem essa boa nova florescer. Por isso, não pode ficar alheia às problemáticas sociais de nosso tempo.

O mês dedicado às mães carece de uma profunda reflexão sobre a valorização das mulheres em todas as esferas da sociedade. A retribuição do amor materno é o primeiro passo para a construção de um civilização do amor.    

Por Fernando Anísio Batista
Secretário Executivo da Ação Social Arquidiocesana (ASA)

Artigo publicado na edição de maio de 2019, pág. 5, do Jornal da Arquidiocese

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