Sujeitos na Igreja e no Mundo – Por Pe. Vitor Feller

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Sujeitos na Igreja e no Mundo – Por Pe. Vitor Feller

Os bispos brasileiros convocam todos os fiéis cristãos, principalmente os leigos e leigas, a serem sal da terra e luz do mundo. Esse compromisso implica todos os batizados, tanto os ministros ordenados quanto os religiosos e os leigos. Mas há uma diferença entre essas três categorias de fiéis no modo como se relacionam com o mundo.

 

Relações diferenciadas

Os ministros ordenados (bispos, padres e diáconos) são homens do interior da Igreja, dedicam-se à celebração dos sacramentos e ao ensino da Palavra e à organização dos serviços dentro da Igreja. É claro que estão no mundo e também atuam na santificação do mundo, mas seu lugar específico é a Igreja. Os religiosos (homens e mulheres consagrados, que seguem o carisma de um determinado fundador) apontam para o Reino definitivo. Pela vivência dos conselhos evangélicos (castidade, pobreza e obediência) e pela vida em comunidade, indicam-nos como será o céu: todos unidos, simples e puros, diante de Deus. É claro que estão no mundo; mas sua cabeça e coração já estão no céu.

 

O específico dos leigos

Os leigos e leigas são homens e mulheres da Igreja, mas seu lugar específico é o mundo. Fazem a ponte entre a Igreja e o mundo. Eles/elas estão no mundo, vivem nas famílias, exercem as mais diferentes profissões, atuam nos mais diversos areópagos, ocupam espaços aonde os cristãos são chamados a ir e anunciar e viver o Evangelho. A eles/elas cabe, por vocação própria, a transformação e a consagração do mundo.

Sal e Luz

 

Diz o documento Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade (Doc. 105): “Nem o sal, nem a luz, nem a Igreja e nenhum cristão vive para si mesmo. Sua missão é sair, iluminar, se doar, dar sabor e se dissolver” (n. 13). Com essas imagens bíblicas do sal e da luz, pode-se compreender o que a Igreja do Brasil espera de seus leigos e leigas. No Evangelho de João (c. 17) temos a oração sacerdotal ou o testamento de Jesus. Aí ele nos pede para estar e permanecer no mundo (v. 11), sem ser do mundo (v. 14), ser enviados ao mundo (v.18), para que o mundo creia que ele é o enviado do Pai (v. 21). Estar no mundo, para transformar e consagrar o mundo, é missão de todos os cristãos. Mas cabe aos leigos e leigas a índole secular; isto é, a marca própria da vocação leiga é a presença e atuação no mundo.

Publicado na edição de dezembro/2017, nº 241, do Jornal da Arquidiocese, página 05.

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