Sínodo: uma aliança entre gerações

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Sínodo: uma aliança entre gerações

Padres sinodais buscaram apresentar sugestões de novas linguagens, métodos e abordagens para evangelizar os jovens

Você leu na edição do mês passado a entrevista com Filipe Domingues, jovem representante do Brasil no Sínodo dos Bispos 2018, que ocorreu entre os dias 03 e 28 de outubro, no Vaticano, e teve como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Participaram 267 bispos, 49 auditores e 23 especialistas ligados à Igreja, à pastoral juvenil e às questões sociológicas, morais e antropológicas do mundo da juventude.

Durante estes dias, os participantes dialogaram sobre diversos assuntos, como a formação para a vida consagrada e o sacerdócio, os desafios da migração, a proposta cristã para a sexualidade, o valor da família, entre outros.

“Gostaria de dizer aos jovens: nos desculpem se muitas vezes não vos ouvimos; se, ao invés de abrir o coração, enchemos os vossos ouvidos”, admitiu o Papa Franciso, no encerramento do Sínodo, no dia 28 de outubro.

Os bispos apresentaram o documento final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, dividido em três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos e 60 páginas. O Papa autorizou a publicação.

Um dos parágrafos contém a íntegra da emenda feita por Dom Vilsom Basso, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB e bispo de Imperatriz (MA): “A Igreja Católica faz opção pelos jovens. E essa opção requer tempo, pessoas e recursos financeiros”. Com isso, a Igreja ressalta o jovem como sua opção.

Para entender um pouco mais sobre como foi o Sínodo, o assessor eclesiástico do Setor Juventude, Pe. Ewerton Gerent, preparou um artigo resumindo o que foi debatido nestes dias.

A ESCUTA DA VOZ, DA SENSIBILIDADE E DA FÉ DOS JOVENS

Para toda a Igreja, e em especial para os jovens este está sendo um tempo muito especial de escuta da Igreja aos anseios dos jovens do mundo todo. Como disse Dom Lorenzo Baldisseri, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, a Igreja está pronta para se por “à escuta da voz, da sensibilidade e da fé dos jovens, mas também quer ouvir suas críticas e dúvidas”.

O sínodo seguiu a metodologia do Instrumentum Laboris, dividido em três partes: Reconhecer, Interpretar e Escolher. O Papa Francisco na sua sabedoria propôs que a cada 4 intervenções haveria um momento de silêncio para meditar sobre as realidades e buscar iluminações. No que diz respeito ao ‘Reconhecer’, os padres sinodais falaram que os jovens não são problema, eles precisam saber e sentir que a Igreja é sua casa.  No ‘Interpretar’, os padres e os jovens sinodais refletiram sobre a fé e o discernimento vocacional, pedindo que a Igreja ajude os jovens a trilhar este caminho de aprofundamento da fé e de um caminho com o Senhor. A terceira parte do sínodo tratou sobre o ‘Escolher’, utilizando as contribuições dos jovens de todas as dioceses, inclusive da nossa. Nesta parte foi refletido sobre o caminho que a Igreja deve seguir na evangelização da juventude.

A Igreja tem esperança nos encaminhamentos deste sínodo, para a vivência de um protagonismo juvenil. Protagonismo não de documento, mas protagonismo no dia a dia. O ano de 2019 será o ano da Jornada Mundial da Juventude no Panamá. Alguns jovens de nossa Arquidiocese estarão junto com o Papa Francisco para celebrar este momento singular. E neste ano, na expectativa do documento do sínodo, o Setor Juventude de nossa Arquidiocese vai ter três momentos importantes: a formação para líderes jovens, em março, para refletir os encaminhamentos do sínodo; o Pós-JMJ, em junho, para celebrar a experiência da JMJ-Panamá; e o DNJ (Dia Nacional da Juventude), em outubro, numa experiência missionária.

Rezemos por todos os jovens, e por toda a Igreja Arquidiocesana, para que tenha um olhar especial para os nossos jovens.

Por Pe. Ewerton Gerent
Assessor Eclesiástico do Setor Juventude

 

Qual é a opinião dos jovens da Arquidiocese?

 

Nome: Hiago Medeiros Mendes

22 anos, auxiliar de escritório, atua na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José.

O que você achou do tema do Sínodo?

Achei uma escolha muito sábia, porque a juventude de hoje é quem vai passar adiante os ensinamentos, valores e tradição da nossa Igreja no futuro. Os jovens precisam de atenção e de direcionamento.

Qual é sua opinião sobre os assuntos “afetividade e sexualidade”, “maturidade e santidade” e “vocação” que foram abordados no Sínodo?

Estes temas se relacionam e são de extrema importância para o crescimento pessoal e espiritual da juventude. São pontos que causam muitos conflitos e dúvidas nos jovens: o que é certo e o que é errado, o que pode e o que não pode, qual caminho seguir, qual o posicionamento da Igreja em relação a determinado assunto, entre tantas outras perguntas que podem ser feitas.

Então, tendo isso em mente, acho, sim, que esses temas precisam ser abordados com mais frequência, pois apesar de a Igreja ter extensos documentos a respeito desses assuntos, muitas vezes a juventude não conhece ou não tem acesso e precisam de um incentivo pra buscar mais entendimento.

 

Elizabeth Mateus

23 anos, contadora, partica da Paróquia São Cristóvão,em Itajaí.

O que você achou do tema do Sínodo?

Em meio à realidade de muitos jovens que não encontram mais sentido para viver ou até mesmo animação para acreditar, esse tema faz sonhar e encontrar em Deus a verdade para sua missão. Faz com que a Igreja sinta a necessidade de ser testemunha do amor de Cristo para nossa juventude, um carinho para com aqueles que não são apenas o futuro, mas sim, o próprio presente. Afinal, as nossas atitudes hoje precisam refletir a alegria do Evangelho. E nosso caminhar precisa ainda mais de um direcionamento preciso, tendo em vista as dificuldades que os jovens encontram em seus meios, para viver a santidade.

Qual é sua opinião sobre os assuntos “afetividade e sexualidade”, “maturidade e santidade” e “vocação” que foram abordados no Sínodo?

O jovem muitas vezes é movido pela liberdade e pelo prazer momentâneo. É preciso mostrar que existem possibilidades de buscar a santidade na simplicidade de seus atos. Temas como estes precisam ser rotineiros em encontros com os jovens, para que a santidade possa ser algo simples quando colocada em prática, mas preciosa quando ofertada a Deus.

 

João Guilherme Koschnik
26 anos, arquiteto e urbanista, colabora na Paróquia São Luis Gonzaga, em Brusque.

O que você achou do tema do Sínodo?

Eu acredito que nós jovens somos o futuro. Creio que antigamente os jovens não tinham muita voz e oportunidade para dizerem o que pensam. Nos dias de hoje acredito que as coisas mudaram, as informações chegam mais rápido e isso acaba influenciando muito nós jovens, que rapidamente já nos posicionamos sobre o assunto.

Qual é sua opinião sobre os assuntos “afetividade e sexualidade”, “maturidade e santidade” e “vocação” que foram abordados no Sínodo?

Os três assuntos são temas que estão na atualidade. Sempre que estamos em rodas de amigos, esses assuntos acabam surgindo e são muito comentados. Acredito que esses temas devem ser abordados com frequência, sim, pois quanto mais são discutidos, mais fácil se tornam para os jovens tomarem um posicionamento diante deles. E ainda podem estar cada vez mais atentos e seguirem os ensinamentos e pensamentos da Igreja em relação aos temas.

 

 

JovensSínodo

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