A íntegra do Sermão do Encontro feito pelo Pe. Vilson Groh, na Procissão dos Passos

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A íntegra do Sermão do Encontro feito pelo Pe. Vilson Groh, na Procissão dos Passos
Padre Vilson Groh

Aproximadamente 45 mil pessoas participaram da 253ª edição da Procissão do Senhor dos Passos, em Florianópolis, entre os dias 6 e 7 de abril.

No Sermão do Encontro, na tarde do domingo, Pe. Vilson Groh lembrou os menos favorecidos e clamou para que “olhemos para aqueles que precisam, que seja diminuída a distância entre as classes, que não tenhamos mais pessoas ‘invisíveis’ aos olhos do todo”.

Veja o vídeo do Sermão do Encontro:

Leia o Sermão do Encontro 2019 na íntegra, por Pe. Vilson Groh:

Boa tarde a todos e a todas, irmãos e irmãs de fé!

Cumprimento o irmão provedor Eduardo Dutra da Silva, as autoridades e todos os peregrinos aqui presentes.

O Senhor dos Passos trilhou seus pés nas vielas e ruas da Galiléia, Nazaré, Samaria, Cafarnaum e tantos outros lugares. Por isso, nesta tarde compartilho reflexões a partir das novas galileias, que são as periferias geográficas e existenciais onde podemos tocar o corpo do Senhor crucificado e ressuscitado todos os dias.  Nossas histórias de vida se misturam nesta tarde com os passos do Senhor dos Passos e da Nossa Senhora das Dores. Viemos aqui para acertar os nossos passos com os passos de Jesus, para refletir sobre suas pegadas e porque elas são importantes para nutrir nossa fé e ter Jesus Cristo como único Senhor das nossas vidas. Mas caminhar com Jesus compromete, tem consequências, implica em assumir o seu projeto. Projeto, que inclusive o levou até a cruz.

Este espaço sagrado em que acontece há 253 anos este encontro, é o mesmo espaço sagrado em que todos os dias caminham os passos do Senhor e da Nossa Senhora das Dores em milhares de homens e mulheres que por aqui se cruzam, mas infelizmente nem sempre se encontram.

Nós viemos aqui nesta tarde para trazer ao Senhor dos Passos e a Mãe das Dores as nossas dores e alegrias. Ele e Ela acolhem em seus corações, nos envolvendo com seu amor e misericórdia. Nós viemos inspirados pelos rastros de Joana de Gusmão e de Irmão Joaquim que se abriram para a realidade de nossa cidade e colocaram suas vidas a serviço para salvar vidas. Esse é um fio que liga passado e presente para nos inspirar um horizonte de esperança.

Quais são as grandes lições que podemos tirar das pegadas que nos revelam os passos de Jesus, mostrando o rosto da misericórdia do Pai. Ele, o verbo, a palavra que se fez carne e habitou entre nós, o Deus conosco. Por isso nesse momento é importante nos olharmos e reconhecermos o Deus Conosco na pele do outro. Não perder o olhar. Tocar o Senhor do Passos é tocar o outro, que é Jesus.

Gostaria de refletir com vocês olhando para o Senhor dos Passos e a Senhora das Dores como pessoas do encontro, da palavra, dos gestos, do pão e do serviço.

Como pessoas do encontro eles nos revelam o coração da misericórdia do Pai, encontro em que se sente continuamente amado e desejado pelo Pai. Foi essa relação com o Pai que levou Jesus a acolher cada pessoa que passou ao seu lado. O Evangelho não é narração da história do passado. São histórias do encontro. Estamos aqui para refletir a nossa história do encontro com Ele, por isso caminhamos atrás dos Seus passos. O encontro nos tempos de hoje é um grande desafio da sociedade. 

No seu modo de viver, agir e pensar, o encontro é o espaço da verdade, da convivência solidária, em vista do bem comum, condição essencial para realização plena da vida de todos e todas. O encontro me coloca a caminho em direção ao outro e exige coragem “como foi a coragem de Maria Madalena……” que madrugou na busca do amado. Quem ama madruga. Sai da zona de conforto e se aproxima do diferente que invariavelmente nos questiona e nos desafia a aprender a amar com tolerância e aprender a conviver e ter a coragem para amar sem reservas, para defender o que tem verdadeiro valor: a vida diversa e plena – fruto das relações e trocas, da reciprocidade e da amorosidade que rompe com a indiferença e o ódio ao outro, superando o nós e eles, construindo uma nova cultura, a cultura do nós.

Sem coragem não se caminha e quem não se põe a caminho não se encontra, se isola, e isolado nem humano se pode ser, pois somos seres dependentes das relações que estabelecemos. Quem se isola é prisioneiro de si mesmo. É o encontro com o outro que nos torna humanos, pois é a condição para conseguirmos construir e manter o mundo humano que não existe naturalmente, não é só instinto, mas é construção coletiva permanente. 

O encontro verdadeiro possibilita o conhecimento do outro e a quebra dos preconceitos. Quem não conhece tem medo, exclui, agride. Só no encontro nos libertamos do puro instinto animal de sobrevivência baseados na lei do mais forte, na seleção natural.

Infelizmente vivemos numa sociedade do desencontro, das notícias falsas ou distorcidas, em que tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, do mais esperto. Em consequência dessa situação, grandes massas da população são excluídas. Nesta sociedade quem não produz e não consome não serve para nada, é inútil. Em muitos casos nem se fala mais em exploração de pessoas, mas de pessoas inúteis, que não servem para o mercado, e assim não servem para nada.

É o contrário que nos ensina São João Crisóstomo, padre da igreja dos primeiros tempos: “Não fazer os pobres participar dos seus próprios bens é roubá-los, é tirar-lhes a vida”.

Digamos “não” à desigualdade social que gera violência, nossas periferias estão sofrendo por conta da violência estrutural, onde morre a maior parte da juventude pobre e negra. Não podemos concordar com um estado que restringe o direito de aposentadoria dos pobres e dos envelhecidos, caindo sobre eles o peso da pesada cruz. 

O verdadeiro encontro é solidário, afetivo e colaborativo, o falso encontro é diabólico, pois divide, explora o outro, é egoísta e leva à morte. Os passos Dele e de sua Mãe rompem com a indiferença e nos ensinam a cultura e a defesa da vida. Como diz o Papa Francisco: “Não deixeis que nos roubem a comunidade – lugar do encontro, por isso somos chamados a testemunhar de forma sempre nova uma pertença evangelizadora e optar, sem jamais nos cansarmos, pela fraternidade, onde aprendemos por meio dos Seus passos ver a grandeza sagrada do próximo.”

Refletindo agora em Jesus como pessoa palavra, lembramos a passagem em que ele na Sinagoga, levantou-se para fazer a leitura, deram-no o livro do Profeta Isaias. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: o Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar  libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista, para libertar  os oprimidos e para proclamar o ano da graça do Senhor.

Muitas vezes tinha aberto o livro, mas somente naquele dia a palavra lhe revela qual a sua vocação e missão, pois, lendo e relendo, sendo obediente a palavra, sendo bom ouvinte da palavra soube que o Espírito do senhor estava com ele. Que ele era ungido, o consagrado para anunciar o reino da verdade e da graça, o reino da justiça e da paz. Jesus ouve a voz do Pai e obedece-lhe com todo seu ser, conhece o Pai e observa a sua palavra conforme João 8-55; Comunica-nos as coisas do Pai, conforme João 12-50. Na intimidade com a palavra poderá dizer a seus discípulos: dei-lhes as palavras que tu me destes (João 17-8). De maneira perfeita, escuta e realiza em si mesmo e comunica-nos a palavra divina (Lucas 5-1). A vocação e a missão de tantas pessoas na história da Igreja nasceram na escuta da palavra, e a palavra mais uma vez se fez história, carne, veio habitar entre nós. A nossa vocação e missão é encarnar novamente esta palavra para que ela se torne viva no mundo. 

Ele é a pessoa do pão:

O pão da palavra leva partilha do pão, pão que mata a fome, que garante a vida em todas as suas dimensões. Seus passos para a cruz são consequências do desejo de que todas as mesas sejam fartas. O pão representa e simboliza o direito à dignidade humana, que como diz o Papa Francisco: “O direito ao trabalho, o direito a terra e o direito ao teto.

A fome é o grande desafio da humanidade por que é a consequência mais cruel deste sistema econômico em que o deus mercado comanda tudo. Não podemos celebrar dignamente a Eucaristia, ignorando e privando nossos irmãos do direito ao alimento e de condições dignas para viver. 

Seus passos nos ensinam que não existe diferença entre a carne do Seu corpo, a carne do corpo do pobre e a carne da Eucaristia. Construir a justiça social é redistribuir a riqueza no bem comum através por meio de políticas públicas que devem nascer do grito dessas realidades, tendo a coragem e a capacidade de uma atitude política na inversão das prioridades para construção de políticas de estado que asseguram a todos, e especialmente aos excluídos o direito da cidadania e a vida digna.

Ele é a pessoa do serviço.

O pão da palavra e o pão partilhado nos impulsionam, nos dão energia e coragem, como aconteceu com os discípulos de Emaús, no encontro com Jesus. Na quinta-feira Santa Ele tomou um avental e começou a lavar os pés dos seus discípulos, mostrando que o poder é o serviço. Fez esse grande gesto para que eles aprendessem que o serviço é consequência direta do encontro com Jesus palavra e pão, o que muitas vezes leva ao martírio, como foi o seu, por causa da justiça social. Nosso continente está encharcado com o sangue de mártires, homens e mulheres que tiveram a coragem de assumir o serviço em defesa vida para todos. O sangue do martírio continua sendo derramado hoje, não é só coisa do passado. Lideranças comunitárias, de movimentos sociais, indígenas, sem tetos são mortos todos os dias. E assim Deus continua a nos perguntar como perguntou a Caim: “Onde está o teu irmão? Que fizestes? O Sangue do teu irmão clama da terra por mim!”

O poder hoje em dia muitas vezes se torna status, auto referência, privilégios, interesses individuais, muitas vezes se apropriando dos bens comuns. Devemos romper com as raízes danosas e diabólicas da cultura da desigualdade escamoteada na corrupção que está impregnada do pecado pessoal, social e estrutural na humanidade e nesse país. 

A autoridade não nasce do mando, do autoritarismo, mas nasce da autoria e da capacidade de se colocar a serviço da coletividade, onde o bem comum é fruto da dinâmica das relações trinitárias –  vida em comunidade,  como uma possibilidade de olhar o mundo da forma que Ele olhou. 

Ele pessoa dos pequenos gestos, sensível às necessidades dos outros.

Se por a serviço é ter a mesma sensibilidade e atitudes de Jesus, que estava sempre atendo, sintonizado com os outros, percebendo suas necessidades;

– o vinho que estava acabando em uma festa de casamento – uma atitude de prontidão;

– uma ovelha que faltava no rebanho – se fazer presente na vida do outro não de forma virtual, mas pessoal, porque um abraço revela a ternura de Deus e salva  pessoas;

– a viúva que ofereceu as duas moedinhas que tinha – dar não aquilo que sobra, mas priorizando o outro no seu projeto de vida;

– ter óleo de reserva para lâmpadas, caso o noivo se demore – prevenir para não punir depois – Nossos projetos comprovam que o trabalho preventivo na relação custo/benefício é muito mais barato em relação às medidas de redução de danos.  Um adolescente em um projeto social custa aproximadamente R$500,00 por mês, já um jovem internado em regime fechado custa R$4.231,36; uma pessoa presa nas penitenciárias custa cerca de R$1.544,00 por mês;

– quando orientou aos discípulos para que vissem quantos pães tinham – quando se coloca em comum o que temos, não falta prá ninguém;

– ter a fogueira acesa e um peixe na grelha enquanto esperava os discípulos ao amanhecer – não perder a resistência, a ternura e os sonhos nos tempos sombrios da humanidade. 

A comunidade que guarda os pequenos detalhes do amor e na qual os membros cuidam uns dos outros, formam um espaço aberto e evangelizador, é lugar da presença do Ressuscitado. Só na comunidade, a exemplo do nosso Deus Trindade que é a melhor comunidade, se compreende a palavra, se reparte o pão e se coloca a serviço. Comunidade é o lugar do encontro.

O Senhor dos Passos, a partir deste momento, volta novamente para o morro, para a Igreja Meninos Deus e na sua volta ao passar no centro da nossa cidade, nos ensina com seus passos a trilhar os nossos passos para as galileias onde Ele está presente todos os dias, como Cristo em carne. Ele nos provoca e nos convoca pela sua palavra num espaço de diálogo para construirmos um pacto entre o centro e as periferias geográficas e existenciais, na defesa da vida através da geração de oportunidades visando a construção da cultura da paz pelo caminho do direito e da justiça. 

É nesta perspectiva que a CNBB nos propõe este ano a refletir e agir com a Campanha Fraternidade e Políticas Públicas, sob o lema inspirado no profeta Isaías: “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. O objetivo com esta campanha é estimular a participação em Políticas Públicas, à luz da palavra de Deus e da doutrina social da igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade.

Ver a vida como uma grande oportunidade de aprendizado e esperança. Reaprendendo a ver a vida todos os dias nos seus passos, aprendendo diante dos seus passos que a beleza da vida rompe a bruteza. Ele não ficou na cruz, nem nos passos da cruz, mas ressuscitou num jardim, e é necessário recuperar essa visão da cidade como um grande jardim, onde o que constitui a cidade não são apenas seus monumentos e prédios, mas a beleza das pessoas. 

Reconstituir o jardim da casa comum é dizer que a cultura da vida é maior que a cultura da morte. Reconstruir o jardim da Grande Florianópolis é dizer sim a vida, e não à violência e morte dos confrontos e desencontros.

Queremos celebrar a Páscoa do dia 21 num contexto de conversão, alimentados pela palavra, pelo pão, no serviço com atitudes coletivas e ecológicas, motivados pela fé do Ressuscitado que suscita cuidado com a casa comum. 

Como diz o Papa Francisco: “Aumentar uma paixão pelo cuidado do mundo. Esta mística nos mobiliza e movimenta a viver um equilíbrio ecológico: aquele interior consigo mesmo, aquele solidário com os outros, aquele natural com todos os seres humanos e aquele espiritual com Deus.” 

Aí aparece como verdadeiro que podemos ser felizes na simplicidade, vivendo com pouco, como o necessário, sem o supérfluo. Vamos celebrar esta Páscoa contemplando a beleza do ressuscitado aprendendo dele que o mundo é mais que uma coisa a se resolver, é um mistério grandioso para ser contemplado na alegria e no louvor. 

A vida é um mistério a ser desfrutado e isso só é possível no encontro com o outro que está ao nosso lado até o supremo outro que é Deus.

Podemos então ver alguns dos desafios que estão postos a nós para de fato tornarmos de fato nossa cidade um jardim belo e florido, em que a vida prevalece. Participar desta procissão é estar disposto a assumir os compromissos de ouvir e acolher a palavra, de partilhar o pão e pôr-se a serviço para colaborar com a superação dos problemas que vivenciamos atualmente, dentre os quais podemos destacar:

– a questão da falta de acesso à moradia, cada vez mais presente na grande Florianópolis;

– o desemprego, que atinge de modo mais grave a juventude, especialmente pobre e negra das comunidades empobrecidas;

– a condição das pessoas em situação de rua em todas as privações e violências a que são submetidas;

– a absurda imobilidade urbana, fruto de uma cidade não construída para a coletividade, que prejudica a todos, mas especialmente os trabalhadores e trabalhadoras usuários do transporte público;

– a insegurança e o medo que nos privam se sermos livres até para desfrutar dos espaços públicos e das belezas de nossa cidade;

– as precariedades na saúde e na educação que excluem muitos de nossos irmãos de direitos básicos para manutenção e promoção da vida;

A problemática dos emigrantes e imigrantes em busca do direito da vida que encontram dificuldades de serem acolhidos, espaços para trabalhar e viver;

Ele nos convida a todos e todas a construir e por em prática Políticas Públicas mediante efetiva participação nos espaços públicos, revitalizando os Conselhos das Políticas Públicas, com engajamento e transparência;

Ele convida os gestores públicos, legisladores, judiciário e lideranças da sociedade civil a fazer do poder um serviço ao bem comum, no diálogo permanente, sincero e construtivo. A quem mais é dado, mais será pedido, ou seja, quem tem mais condições, deve comprometer-se ainda mais. 

Ele convida a igreja, comunidade e em especial a nós os pastores, ao compromisso com o anúncio da boa nova e a denúncia profética, conforme nos inspira o Papa Francisco “a grande aventura de construirmos uma mística coletiva e itinerante, uma igreja em saída, pobre, para os pobres e com os pobres, missionária que se envolve, que acompanha, frutifica e festeja”.

Que esta procissão do Senhor dos Passos nos ajude a despertar para uma nova reverência face a vida pelo firme compromisso de alcançar a sustentabilidade e pela intensificação no compromisso, pela justiça e pela paz. Sigamos o Senhor dos Passos e a Senhora das Dores nesta grande viagem da aventura do nosso viver. Não percamos jamais o sonho e a esperança, fecundando continuamente todas as faixas etárias da nossa vida e das vidas por onde passamos. Esse jardim que começa aqui e um dia se encontrará no paraíso final.

A beleza da vida não está no ponto de partida, nem no ponto de chegada, mas está no caminho onde acontecem os encontros.

A luz do encontro do Senhor dos Passos com sua mãe, não tenhamos medo de nos encontrarmos como estamos fazendo hoje, de nos olharmos, de dialogarmos, superando o nós e eles, e assim buscarmos juntos os melhores caminhos para a construção da cultura da paz, de uma cidade inclusiva, onde todos tem lugar e colaboram para o bem comum.

Manifestemos o nosso compromisso, vamos nos saudar com um grande abraço de paz, olhando nos olhos uns dos outros e juntos seguir adiante, nos passos de Jesus.

Fontes:
– Bíblia
– Acervo da Irmandade: Vida de Joana de Gusmão e Irmão Joaquim.
– Exortação Apostólica Carta Encíclica Laudato Si.
– Exortação Apostólica Carta Encíclica Evangelii Gaudium A alegria do Evangelho sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual.

A Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate do Papa Francisco

         Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia

Florianópolis, 07 de Abril de 2019.

Padre Vilson Groh

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