“Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27)

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“Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27)

A Campanha da Fraternidade de 2019 tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas”. E buscou na citação do profeta Isaías “Serás libertado pelo direito e pela Justiça” (Is 1,27) a iluminação bíblica para o seu lema. Tomemos como referência para essa reflexão a leitura de Is 1,21-28. No texto, podemos destacar três partes importantes: na primeira (Is 1,21-23), Isaías denuncia todas as formas de injustiça vividas em Jerusalém, que se materializam em suborno, corrupção, roubo e injustiça contra os pobres (órfãos e viúvas): “A cidade fiel que era habitada pela justiça agora é morada dos assassinos” (Cf Is 1,21b). Na segunda parte (Is 1,24-25), o profeta demonstra toda a ira de Deus diante do cenário de sujeira e injustiça cometidas pelos inimigos e adversários: “Voltarei a minha mão contra ti!” (Cf Is 1,25a). Na última parte do texto (Is 1,26-28), há o anúncio da salvação, com o restabelecimento da cidade fiel a partir da prática da justiça e do direito: “poderás ser chamada de Cidade da Justiça, Capital fiel” (Is 1,26b).

Nesse texto o autor chama a atenção do povo sobre as situações de injustiça presentes na cidade, que levavam os pobres à exclusão. Ele denuncia os atos de corrupção, mas ao mesmo tempo apresenta as alternativas de como superá-las; alerta que é necessário limpar a sujeira, vencer a corrupção, buscar juízes e conselheiros honestos e fiéis a Deus. O profeta tem esperança de que a cidade, ora excludente, possa ser uma nova cidade. Para isso é necessário criar novas formas de agir por meio da conversão. “Farei com que teus juízes voltem a ser como eram antigamente, teus conselheiros, como eram no princípio” (Is 1,26a).

Essa leitura é muito apropriada para os dias de hoje, pois a realidade é muito parecida com a de Jerusalém: corrupção, roubos e injustiça com os pobres. A Igreja, continuadora da missão de Jesus, deve empenhar-se na construção de ferramentas que contribuam com a garantia do direito e da justiça a todas as pessoas, especialmente, os excluídos da sociedade.

Por Carla Cristiani de Oliveira Guimarães
Articuladora das Pastorais Sociais – CNBB Regional Sul 4

Texto publicado no Jornal da Arquidiocese, edição 253, fevereiro de 2019, pág. 8

 

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