Irmã Ana Marta – A “Irmã Doçura” – Por Pe. Ney Brasil

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Irmã Ana Marta – A “Irmã Doçura” – Por Pe. Ney Brasil

79021c68-631a-44c6-b5fb-54041be1a128Na manhã de quarta-feira, 13 de abril, no convento das Irmãs da Divina Providência, na Trindade, Ir. Ana Marta faleceu placidamente, sem testemunhas, sem incomodar ninguém. Foi pelas 07h30, poucos minutos depois de ter recebido a Comunhão em seu quarto. Contou-me a Irmã Ministra da Sagrada Eucaristia que ela, com seu jeito efusivo característico, saudou Jesus eucarístico, com as mãos postas. Ela foi enterrada no dia 14 de abril, no Cemitério do Itacorubi.

Uma bela morte, de quem passou a vida fazendo o bem. Ela completaria 89 anos de idade no próximo dia 08 de julho. Desde inícios da década de 80, por quase 30 anos, atuou zelosamente na Pastoral Carcerária, especialmente na Penitenciária de Florianópolis. Foi introduzida nesse campo de apostolado pela sua co-irmã, a Irmã Maria Uliano que, ao envelhecer, preocupou-se em deixar uma continuadora. Irmã Ana Marta cumpriu essa missão. Naturalmente, com um estilo diferente da empreendedora Irmã Maria, à qual devemos a fundação do “braço social” da nossa Pastoral Carcerária, a “Legião de Assistência à Família” – LAFAM -, fundada em 1971 e reformulada em 2005 como ASBEDIM – “Associação Beneficente São Dimas”, que continua em plena atividade.

Por que “Irmã Doçura”? Por causa da sua bondade, concretizada nas “balinhas” que ela gostava de dar aos presos, e nas esmolas que, tendo dinheiro na mão, ela não regateava a quem pedisse. Os ex-presos a procuravam no Provincialado a qualquer hora, chegando a perturbar o andamento da comunidade. Ainda hoje, presos que a conheceram, tendo voltado ao sistema, perguntam carinhosamente por ela.

Lembro-me da sua calma, talvez por não perceber o perigo, durante as horas em que ficamos como reféns, ela e eu, na Capela da Penitenciária, na véspera do Natal do ano 2000, na tentativa de fuga de um grupo de presos, que haviam conseguido armas. Felizmente, a situação foi controlada às 14h30, sem feridos nem mortos. E Irmã Ana Marta prosseguiu, imperturbavelmente a sua missão, fiel à máxima de Irmã Maria: “Amarás o preso como a ti mesmo”.

Confiando no poder da oração, ela gostava de abençoar as pessoas, quando se despedia. Muitas vezes lembrou aos presos, no final de nossas missas, que ela, de noite, antes de se deitar, voltada em direção à Penitenciária, lhes mandava uma bênção, traçada com o sinal da cruz. Agora ela continuará a mandar-lhes a bênção, com certeza, lá do céu.

Por: Pe. Ney Brasil

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