Dom Wilson: mensagem aos religiosos e religiosas

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Dom Wilson: mensagem aos religiosos e religiosas

Tradicionalmente o terceiro domingo do mês de agosto, Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, é reservado para celebrar a vocação para a vida religiosa consagrada. Neste ano, há um motivo a mais de comemoração, são os 50 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) no Regional Sul 4. Ao cumprimentá-los quero agradecer pela presença da Vida Religiosa na Arquidiocese de Florianópolis.

As marcas da atuação das congregações religiosas na Arquidiocese podem ser encontradas em  cada esquina, nas cidades e principalmente na vida das famílias. E é uma marca muito positiva. Basta recordar a atuação nas paróquias, nos colégios, nos hospitais, nas casas de acolhida de idosos e de órfãos. Sem a presença dos religiosos e religiosas, a história de nossas paróquias e cidades não seriam as mesmas.

Vós sois o sal da terra e a luz do mundo – O sal dá sabor e preserva da corrupção. O sal que dá sabor à existência humana, à vida cristã, à fraternidade é o próprio Cristo. No centro da vida religiosa encontramos o mandato de tornar Cristo presente na vida do mundo e de cada coração humano. E se o sal perder o sabor? Diz o Evangelho que não serve mais para nada, é jogado fora. Há uma ameaça para os cristãos de todos os tempos, é a de ser sal que vai perdendo a sua força. O mesmo desafio é também encontrado na vida das congregações religiosas. Podem acomodar-se em atitudes superficiais e deixam de ser luz que aponta para a presença de Cristo no mundo. Passam a viver uma fé e uma caridade que não convence. Não é demais lembrar que os religiosos são chamados a ser sal e luz no mundo. São chamados a manter vivo o sabor da vida cristã, não só na sua vida pessoal, mas também ajudar os outros a experimentar o sabor de Cristo em suas vidas.

O amor não morre – Deus é amor. Todo ato de amor que praticamos é uma participação no amor de Deus, não morre. Permanece vivo e ilumina. Através dos seus atos de amor os religiosos(as) tornam Deus presente no mundo. São Paulo diz: “se ressuscitastes com Cristo… cuidai das coisas do alto, não do que é da terra” (Cl 3,1). Os religiosos(as) são chamados para as coisas do alto, a encher o mundo com atos de amor, a brilhar no mundo como os astros no céu. Paradoxalmente, geramos vida quando morremos para as coisas da terra. A imagem da vela é sempre ilustrativa, ela se consome iluminando.

Só geramos vida, se deixamos algo de nossa vida – O pensamento é de Santo Agostinho. Assim acontece com os pais que geram. Mas, para além da procriação, os pais geram vida através da educação, testemunho, do convívio, do sustento e principalmente através do sofrimento. Assim a vida dos pais pode ser reconhecida nos filhos. Da mesma forma, Deus quer ser reconhecido no mundo, através da vida e testemunho dos religiosos e religiosas. Como Cristo também deu-nos vida pela sua vida, paixão, morte e ressurreição, os religiosos(as) também geraram vida em nossas comunidades eclesiais.

Infelizmente, a pandemia não permite comemorar o jubileu da CRB como tinha sido pensado. Mas creio que, da mesma forma, deva ser celebrado de modo intenso. Cada comunidade encontrará o modo de fazê-lo. Nesta Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, expresso meus cumprimentos e agradecimentos pela presença e atuação dos religiosos e religiosas na Arquidiocese de Florianópolis. Que Nossa Senhora seja sempre o modelo e a companheira de viagem de cada religioso e religiosa.

Sobre todos desça abundantemente a bênção de Deus.

Florianópolis, 16 de agosto de 2020.

Dom Wilson Tadeu Jönck,scj

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