Artigo: Marta, Maria e Lázaro de Bethânia

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Artigo: Marta, Maria e Lázaro de Bethânia

Em 26 de janeiro de 2021, o Papa Francisco acolheu a proposta da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos de inscrever a memória dos santos Marta, Maria e Lázaro no Calendário Romano Geral, a ser celebrada em 29 de julho de cada ano.

Salienta o decreto promulgado: “Na casa de Bethânia, o Senhor Jesus experimentou o espírito de família e a amizade de Marta, de Maria e de Lázaro; por isso, o Evangelho de São João afirma que Ele os amava. Marta ofereceu-Lhe generosamente hospitalidade, Maria ouviu atentamente as suas palavras e Lázaro saiu de imediato do sepulcro a convite d’Aquele que aniquilou a morte”.

Nota-se que Bethânia era um lugar aonde Jesus ia com frequência (Mt 21,17; Mc 11,1). Mesmo Bethânia sendo uma colônia de leprosos era o lugar em que Jesus gostava de estar porque aí encontrava descanso, repouso, carinho, amizade profunda e verdadeira.

Marta é um nome de origem aramaica “Martha”, que significa senhora, patroa, dona do lar. É citada na Bíblia em Lucas (Lc 10, 38-42) no episódio em que é advertida por Jesus: “Marta, Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas…” . E também no episódio da ressurreição de Lázaro em João 11.

O nome Maria tem origem no hebraico “Miryam” que significa amada. Aparece na Bíblia junto de Marta nos dois momentos citados. No diálogo com Marta, Jesus defende-a: “Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (cf. Lc 10,42) e também aparece na ressurreição do seu irmão Lázaro.

Maria também é citada na Palavra de Deus, quando seis dias antes da Páscoa unge os pés de Jesus (cf. Jo 12). Neste episódio, Padre Léo sempre enfatizava a renovação na vida das pessoas que Jesus pode proporcionar. É preciso estar aos pés de Jesus para ouvi-lo e assim ter coragem para aos seus pés amá-lo ao ponto de dar tudo o que se tem de mais precioso, como vemos no sinal do vaso de perfume caro quebrado para ungir os pés de Jesus.

Lázaro também vem do hebraico “Eleazar”, que significa Deus ajudou. Lázaro era leproso. E como naquela época a lepra não tinha cura, era tido como um maldito, castigado por Deus. Porém, o menor versículo da Bíblia se dá no episódio da ressurreição de Lázaro. “Jesus chorou” (cf. Jo 35). Aqui está a certeza do amor de Jesus por Lázaro. E assim, ao ressuscitá-lo, Jesus revela ser realmente a Vida Plena.

Enfim, esses três amigos de Jesus nos ensinam muito. Com Marta, aprendemos que precisamos do compromisso e da ação. Marta está sempre pronta a servir, aprendemos com ela a necessidade de servir os irmãos, mas ao mesmo tempo notamos o perigo de nos perdermos no ativismo. Com Maria, podemos aprender que o melhor lugar para se estar é aos pés do Mestre com os ouvidos atentos a seus ensinamentos, pois eles nos encorajam a uma mudança total de vida para achar sentido na nossa vida e assim planificá-la.

Com Lázaro tomamos consciência de que nossa lepra nos leva à morte e que só Jesus pode-nos salvar da morte. Hoje nossa lepra é a dependência química, a inveja, a fofoca, o desamor, a falta de sentido, a violência, enfim, o pecado. Lázaro nos lembra que somos necessitados do amor do amigo Jesus para ressuscitarmos como pessoas novas e curadas diante da lepra que nos consome.

Que em Bethânia, a exemplo de Marta, Maria e Lázaro, consigamos acolher Jesus e cultivar com Ele uma amizade profunda, sincera e verdadeira. E que essa amizade frutifique em curas, milagres, disposição, coragem e força para anunciar com a vida o amor e a esperança.

Padre Elinton Costa, bth
Comunidade Bethânia

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