A doutrina dos anjos – Por Pe. Jonathan Speck Thiesen Jacques

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A doutrina dos anjos – Por Pe. Jonathan Speck Thiesen Jacques

imagem-texto-pe-jonathanA fé católica professa, a respeito de Deus: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis” (Símbolo Niceno-Constantinopolitano). Com estas palavras, afirmamos que Deus é o criador tanto das realidades materiais como das realidades espirituais, ou seja, da totalidade do mundo criado. Assim, o cristianismo diferiu radicalmente de duas concepções do mundo antigo: o monismo (em que tudo é um só princípio – Deus e o mundo são iguais) e o dualismo (que sugere, na origem de tudo, a oposição entre Deus e o mundo).

Partindo desta noção de fé – Deus criador de todas as coisas – e apoiados no testemunho bíblico e da tradição da Igreja, podemos falar na existência dos anjos, criaturas espirituais, ditos mensageiros de Deus (como Gabriel, o anjo da Anunciação: Lc 1,26-38), protetores e companheiros dos seres humanos (como nas palavras do Salmo 90,11: “O Senhor deu uma ordem aos seus anjos, para em todos os caminhos te guardarem”), sempre relacionados a Cristo e à obra da Salvação (cf. Catecismo da Igreja Católica, 328-336).

Por serem criaturas espirituais, dotadas de inteligência e vontade, a Igreja nos ensina que alguns anjos, por livre escolha, rejeitaram o próprio Deus. Com este pecado, constituem-se, por assim dizer, como anjos decaídos, demônios, na acepção bíblica. A ação destes anjos maus, a ação do Tentador é separar-nos de Deus, incitar-nos ao mal. Por isso, a doutrina dos anjos não é realidade fantasiosa, tampouco mera elucubração teológica. Tais seres pessoais existem e estão no cerne do mistério de nossa fé, mostrando-nos a contínua ação de Deus em nossas vidas, protegendo-nos e libertando-nos de todo mal (cf. Catecismo, 2851-2852).

Sobre o auxílio dos anjos nos testemunha a liturgia. Na Missa, nós nos associamos a todos os anjos, que estão continuamente no louvor de Deus. E, em momentos específicos do ano litúrgico, invocamos a ajuda deles, como na festa dos Arcanjos Gabriel, Miguel e Rafael, no dia 29 de setembro, e na memória dos Anjos da Guarda, em 02 de outubro.

Que os Santos Anjos de Deus nos protejam!

Por Pe. Jonathan Speck
Thiesen Jacques

Vigário Paroquial – Paróquia São Sebastião – Tijucas

Artigo publicado na edição de setembro de 2016, do Jornal da Arquidiocese, página 08. 

 

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