Revitalização da Comunidade – Por Pe. Vitor Feller

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Revitalização da Comunidade – Por Pe. Vitor Feller

O documento 100 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia” tem como subtítulo: “A conversão pastoral da paróquia”. São conceitos provenientes do Documento de Aparecida, assumidos pelo Papa Francisco, sobretudo em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. A grande alegria do Evangelho, segundo o Papa, é experimentar a vida de comunhão e sair para anunciá-la.

Para que a Igreja seja uma comunidade “em saída”, como ele propõe, é preciso que seja uma Igreja em comunidade. Num mundo que vive a crise do compromisso comunitário, em que as pessoas põem no centro das relações a idolatria do dinheiro e o fechamento nas razões individuais, a Igreja também terá a tentação do individualismo, do mundanismo espiritual, das guerras fratricidas, da preguiça e da acomodação. O único modo de vencer essas tentações (EG 76-101) é crer no valor da vida comunitária aberta à dimensão missionária. Comunhão e missão são duas dimensões que se interdependem. Não há uma sem a outra.

Comunidade acolhedora

É por isso que os bispos do Brasil insistem na conversão pastoral da paróquia. “É urgente a revitalização da comunidade paroquial para que nela resplandeça, cada vez mais, a comunidade acolhedora, samaritana, orante e eucarística” (CNBB, Doc. 100, n. 56). Somente uma comunidade viva, dinâmica e participativa, poderá ser efetivamente missionária, isto é, aberta ao reconhecimento dos valores do mundo. Por isso, logo em seguida, o mesmo documento insiste: “A conversão pastoral supõe passar de uma pastoral ocupada apenas com as atividades internas da Igreja, a uma pastoral que dialogue com o mundo” (n. 58).

 

Comunidade missionária

Mais vezes o Papa criticou o que ele chama de Igreja autorreferenciada, isto é, fechada em suas preocupações, agendas, compromissos, incapaz de se abrir aos desafios da missão, do diálogo com o mundo, da renovação de seus estilos, horários, linguagens. Sem isto, a comunidade não conseguirá acolher os diferentes que nela vêm buscar o Cristo e, muito menos, sair ao encontro dos que se afastaram de Deus. Para uma paróquia ser revitalizada e missionária, é preciso que ela tenha como fonte o encontro com Cristo e o zelo do anúncio alegre do querigma.

Artigo publicado na edição de setembro, nº 204, do Jornal da Arquidiocese.

Pe. Vitor Galdino Feller

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