Diocese de Joaçaba anuncia encerramento do processo diocesano da causa de Frei Bruno

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Diocese de Joaçaba anuncia encerramento do processo diocesano da causa de Frei Bruno

 

A última sessão solene do Tribunal Eclesiástico, nomeado pelo bispo diocesano Dom Mário Marquez, será antes da Caminhada Penitencial Frei Bruno no dia 25 de fevereiro, em Joaçaba (SC).

Depois de quase cinco anos de trabalhos, o bispo Dom Mário Marquez (OFMCap), da Diocese de Joaçaba (SC), anunciou oficialmente nesta terça-feira, 16 de janeiro, o encerramento do processo diocesano da Causa de Frei Bruno Linden, frade franciscano que deixou suas marcas de santidade no estado de Santa Catarina, principalmente no Oeste e no Vale do Itajaí.

Esse momento histórico poderá ser visto pela multidão, que participa todo ano da Caminhada Penitencial Frei Bruno, durante a última sessão solene do Tribunal Eclesiástico para a Causa de Frei Bruno em frente à Catedral Santa Terezinha de Joaçaba, no dia 25 de fevereiro, dia da morte de Frei Bruno, às 08h. Em seguida terá início a Caminhada Penitencial que terminará no Cemitério Frei Edgar com a Celebração Eucarística.

“É uma grande satisfação estar informando neste momento que estamos encerrando o processo diocesano da Causa de Frei Bruno. Há cinco anos criei o Tribunal eclesiástico e iniciei o processo para a beatificação de Frei Bruno. Graças a Deus, com o empenho do Tribunal que recolheu os depoimentos e testemunhos das pessoas e da Comissão Histórica, estamos concluindo esta fase para enviar o processo a Roma, entregando a documentação lacrada aos dois vice-postuladores, Frei Estêvão Ottenbreit e Frei Alex Ciarnoscki, que farão chegar a documentação às mãos do Postulador da Ordem Franciscana, Giuseppe Califano. Ele, por sua vez, entregará os documentos à Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano“, adiantou Dom Mário.

Segundo o bispo, o coroamento desta fase é resultado da demonstração de fé do povo através das caminhadas penitenciais e do amor a Frei Bruno. “Tudo isso veio fortalecer a nossa ação cristã, a nossa evangelização, a nossa missão como cristãos no mundo tendo em vista que Frei Bruno, como um bom franciscano, na sua humildade e seu jeito de ser, marcou tanto nossa região no Oeste Catarinense e toda Santa Catarina. Por isso, nos orgulhamos e esperamos que seja aprovado esse processo e que seja conhecido futuramente, além de sua beatificação, a sua canonização”, destacou o bispo franciscano capuchinho.

O processo da Causa de Frei Bruno recebeu o “nihil obstat” (nada contrário) no dia 7 de maio de 2013, quando o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, enviou documento a Dom Mário Marquez informando não existir impedimento para iniciar oficialmente o processo de beatificação do frade franciscano da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. No mesmo ano, no dia 30 de outubro, foi instalado o Tribunal Eclesiástico da Diocese, formado por: Pe. Davi Lenor Ribeiro dos Santos, delegado do bispo, Pe. Clair José Lovera, promotor de justiça; Michelle Selig, notária (secretária); e Cláudio Orço, notário auxiliar. Trabalhou neste processo também uma Comissão histórica formada por Frei Clarêncio Neotti e a historiadora Iraci Lopes, que teve a missão de recolher toda a documentação sobre Frei Bruno, tudo o que se escreveu sobre ele e todas as referências à vida e santidade de Frei Bruno.

“Depois de quase cinco anos nos vimos cada vez mais como Frei Bruno viveu as virtudes cristãs em grau heroico. Podemos chegar à conclusão que Frei Bruno foi uma pessoa de Deus. Uma pessoa que viveu a sua vida cristã, a sua vocação cristã, de uma forma tão intensa, torna-se para nós modelo de vida consagrada e de vivência cristã. Para o povo da região do oeste catarinense e do Vale do Itajaí, celebrar este momento, esta caminhada, é motivo para agradecer a Deus que nos concedeu Frei Bruno como amigo e como intercessor junto ao povo de Deus”, celebra o vice-postulador Frei Alex Ciarnoscki. “Aqui merece ser feito um agradecimento a Dom Mário e aos membros do Tribunal Eclesiástico – Pe. Davi, Pe. Clair, Michelle, Cláudio e à Comissão Histórica pelo grande trabalho feito”, enfatizou o frade.

Segundo Frei Alex, a documentação será encaminhada para a Secretaria da Congregação da Causa dos Santos, em Roma, e depois se aguardará a avaliação positiva da Secretaria. “Depois desta fase, o Tribunal deverá agora começar a segunda próxima etapa, que se trata de recolher aqueles pretensos milagres realizados por intercessão de Frei Bruno. Essa etapa deverá começar em meados deste ano”, adiantou Frei Alex.

Como foi a etapa diocesana 

O primeiro passo para um pedido de beatificação é o clamor popular diante da fama de santidade. No caso de Frei Bruno, isso pôde ser visto intensamente há 28 anos na Caminhada Penitencial Frei Bruno. A partir dessa constatação, a Província Franciscana da Imaculada Conceição, através do seu Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, fez o pedido para abertura da causa, através do documento oficial “Libellum Supplicem” ao bispo diocesano D. Mário Marquez. De acordo com as regras da Santa Sé para a fase diocesana dos processos de canonização, é o bispo da diocese onde faleceu o candidato à santidade que abre o processo. Frei Bruno morreu em Joaçaba no dia 25 de fevereiro de 1960, aos 83 anos de idade.

Com a acolhida do pedido feito pela Província, o bispo fez em seguida uma consulta aos bispos do Regional de Santa Catarina. Tendo o sinal verde dos bispos, ele encaminhou o pedido de abertura do processo ao responsável da Congregação da Causa dos Santos, em Roma, para pedir o “nihil obstat”, um decreto para mostrar que não existe um obstáculo que deponha contra a causa. Esse documento da Congregação foi enviado a D. Mário no dia 7 de maio de 2013.

Com essas duas garantias, dos bispos do Regional e de Roma, o processo pôde caminhar e Dom Mário nomeou e instalou o Tribunal Eclesiástico, no dia 30 de outubro de 2013.

Desde então, o Tribunal trabalhou na elaboração do processo, do qual constam os documentos oficiais necessários para a sua abertura; 33 depoimentos de pessoas que conheceram e conviveram com Frei Bruno; uma biografia completa, acompanhada de documentos históricos; os escritos de Frei Bruno, acompanhados de uma avaliação teológica. No total, serão anexadas 5.000 folhas aos autos do processo.

Terminadas as investigações, os autos serão enviados em duas cópias à Congregação para as Causas dos Santos e os originais ficarão em poder do bispo Dom Mário.

Próxima etapa – Fase romana

A Congregação para as Causas dos Santos, presidida pelo Cardeal Prefeito Angelo Amato, vai receber o processo da Causa de Frei Bruno. Um relator desta Congregação dará parecer positivo ou negativo sobre a causa. Esse parecer é submetido a votações de uma comissão teológica e, depois, dos bispos e cardeais membros da Congregação. Se eles decidirem pela continuidade da causa, enviam ao Papa o pedido para um decreto de reconhecimento das virtudes heroicas. Se o Papa aceita a solicitação, o candidato passa a ser chamado “venerável”.

Para ser beato, ou bem-aventurado, que significa representar um modelo de vida para a comunidade, será necessário o reconhecimento de um milagre realizado por intercessão do Servo de Deus. No caso de Frei Bruno já existem relatos de graças e eventuais curas que serão analisadas pelo Tribunal a partir da metade deste ano. Deve-se, portanto, incentivar o povo cristão a pedir um milagre pela intercessão de Frei Bruno.

Depois, ainda é preciso passar por mais uma fase: a canonização. Para ser proclamado santo é imprescindível a comprovação de outro milagre, que deve ocorrer após seu reconhecimento como beato.

Pequena biografia 

Frei Bruno Linden

* Dusseldorf, Alemanha, 08/09/1876

† Joaçaba, SC, 25/02/1960 (c/ 83 anos)

1894 – Chegada ao Brasil

1898 – Profissão solene

1901 – Ordenação presbiteral – Petrópolis

1902 – Petrópolis (RJ) – vigário paroquial

1904-1909 – Gaspar (SC) como superior e pároco e, a partir de 1906, como vigário paroquial.

1909 – São José (SC) como vigário paroquial e bibliotecário e, a partir de 1914, como superior e pároco.

1917 – Não-Me-Toque (RS), como superior e pároco.

1926 -1945 – Rodeio (SC), como guardião e pároco.

1945 – Esteves Júnior (SC) – apenas no mês de janeiro.

1945-1952 – Xaxim, como superior e pároco a partir de novembro. Em 1952, como vigário paroquial.

1956-1960 – Joaçaba, vigário cooperador, quando ficou no início de fevereiro alguns meses em Luzerna. Morreu em Joaçaba.

Informações 

Dom Mário Marquez – Mitra Diocesana de Joaçaba – (49) 3522-1294

Frei Alex Ciarnoscki – Vice-postulador – Xaxim – (49) 3353-1093

Vídeo

https://youtu.be/YHC5md4s6-Y 

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